Capitulo 3 - Seus olhos

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(n.) Olhe para dentro de si, para o seu coração, para descobrir o que realmente te faz feliz. E se te falarem que isso é egoísmo, deixe ser.

NARRADOR

A garota deitada de bruços na cama de madeira, estava entediada em seu quarto, folheando as páginas do livro de física intermitentemente, deveria estudar para aquela matéria, mas não conseguia se concentrar de maneira nenhuma. Seus pensamentos voltam e meia lhe deixava com raiva, angústia e constante insatisfação por motivos indubitáveis. Ela nem conseguia entender todos aqueles sentimentos que lhe cercava.

Estava tudo muito caótico dentro de si.

_Alicia, querida desça para o jantar. _A voz suave da mãe da garota gritou ao pé da escada do piso inferior.

_Já estou indo. _Retornou obstinada e cansada.

Para ser exata, a garota tinha sim seus motivos para que ultimamente se sentisse com tanta raiva e demais sentimentos perniciosos sabia que estava cansada, sim, muito cansada essa última noite seu pai chegará tarde em casa e mais uma das milhares de vezes discutiram e ela teve de ser obrigada a escutar todas as injurias que seus pais dirigiam um ao outro.

Como podia um casal que se diziam tão apaixonados, que juraram amor eterno desde que se conheceram nos tempos de o colégio chegar assim, ao fracasso?

Seus pais inúmeras vezes lhe contavam a história, entre risos e suspiros de como se conheceram, as pupilas se dilatavam de amor perdidos no túnel do tempo, se lembrando.

Amava aquela história, amava.

Alicia já não se opunha mais com o divórcio dos pais, achava até melhor que isso viesse a acontecer, ao menos teria momentos de paz e eles não teriam de ficar lhe fazendo cobranças que na sua concepção eram extremamente enfadonhas.

Ela sabia que nunca fora uma garota perfeita, nunca foi a melhor da turma, como suas amigas Camila e Lauren, ou até mesmo Dinah, ela não era popular, mas nada disso era de importância para ela.

Ao guardar seu material de estudo uma fadigada Alicia desceu as escadas sem pressa e se direcionou a cozinha para o jantar.

Chegando no compartimento surpreendeu-se ao encontrar seu pai por ali, afinal o tal não vinha sendo muito presente nem mesmo nas refeições em família. Que família Alicia? E a sentar-se à mesa nada se era falado, nenhuma pergunta do tipo "como vai a escola Alicia?" ou "suas notas estão boas?" ou até mesmo "ansiosa para as férias?" apenas se ouvia o som de talheres batendo no prato aquilo era insuportavelmente irritante.

_Ansiosa para as férias querida? _Seu pai lhe perguntou depois de muito tempo numa forma de tentar uma conversa civilizada com a adolescente e descontrair aquele silencio no que ambiente que estava pesado.

_Não... aliás por falar nisso eu posso viajar para Los Angeles para casa de meu primo Ron?

_Nem pensar Lili, seu primo não é boa companhia, aquele garoto é de péssimo exemplo para ti. E também seu tio Tristan não está em bons momentos.

_Concordo com sua mãe Alicia, eu também não quero com você com ele, não acho que seja bom. _O pai da adolescente concordou com a mãe, que mesmo apesar dos tantos problemas de casais ainda mantinham uma sinergia como ponto importante para a educação para a filha.

_Ron? Péssima influência pra mim? Não sei por que falam isso, pelo menos ele é legal e... eu não fico sendo obrigada a escutar brigas todos os dias de vocês... eu quero passar minhas férias de verão na piscina da mansão dos O'Hara, eu preciso relaxar preciso de paz que aqui com toda certeza não tenho.

Lagrimas e SorrisosWhere stories live. Discover now