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→ Shisui's POV

Ah, que delícia... Mais um dia de chuva, meus preferidos. Eu posso ficar em casa jogando, ou lendo algum livro, vendo filme, sei lá, qualquer coisa que me faça relaxar.

Na verdade, isso é o que eu poderia estar fazendo agora se eu não estivesse tendo problemas em dar um nó numa gravata, mesmo que em frente ao espelho.

– Shisui? — Ouvi meu pai chamar do quarto dele — Já acabou?

– Não consigo dar essa porra de nó... Dá pra me ajudar? Não tenho mais a Rae pra fazer isso pra mim...

Ele veio até mim e deu um suspiro, me ajudando a arrumar a gravata.

– Por que você ainda chama sua mãe pelo nome dela?

– Por que preciso ir nessa reunião? — Ignorei a pergunta dele e rebati com outra pergunta.

Me deixou sem resposta. Eu odiava quando meu pai fazia isso, mas fazer o que né. Peguei meu celular e coloquei no bolso antes de irmos para o carro.

– Meu chefe disse que queria te conhecer — assim que entramos no carro ele respondeu minha pergunta. Revirei os olhos, não achava que aquele fosse o real motivo. — Ele tem um filho quase da sua idade... Deve ser um ano ou dois mais novo que você, Shisui.

Opa.

A situação era outra, então. O quão interessante aquilo podia se tornar para mim? Era questão de minutos até eu descobrir.

Eu observava a chuva caindo na janela do carro em silêncio. O clima estava um tanto quanto agradável, o que me irritava era ter que usar aquele terno apertado e nada confortável.

Meu pai, Kagami, com seus 43 anos, é funcionário de Fugaku Uchiha, um homem rico para cacete, dono da maior empresa multi-nacional no mundo. Meu pai era esforçado, era digno desse emprego e todo mundo reconhecia isso. Mas eu não confiava muito naquela personalidade de bom samaritano de seu chefe. Eu sentia que tinha algo errado e meu pai era cego demais pra perceber o que estava claramente na frente dele.

Saímos do carro assim que paramos na frente da casa, que por sinal parecia mais uma mansão do que uma casa, muito parecida com aquelas mansões georgianas com pilares brancos, as paredes de tijolos, muita iluminação e principalmente um jardim de frente enorme. Pra que tudo isso? Nunca vou entender.

Mesmo que meu pai ganhasse bem, nosso estilo de vida era mais simples, como éramos só nós dois não era necessário uma casa enorme. Eu estava bem satisfeito com o "pouco" que eu tinha.

Passamos pelo portão quando nos foi liberada a entrada. Coloquei as mãos nos bolsos e caminhei de cabeça baixa até a porta.

– Shisui. — Ele me deu um cutucão no braço, me fazendo levantar o rosto puto da vida — Modos por favor...

Revirei os olhos e fiquei em silêncio. Kagami tocou a campainha e ficamos esperando até que alguém viesse atender. Quando a porta abriu, eu esperava que quem estivesse do outro lado fosse o tal filho do Fugaku, mas na verdade era só o Fugaku em pessoa mesmo. Decepcionante.

Mesmo que eu não tivesse visto ainda nenhuma das pessoas que estava na mesa, senti alguém me olhando. Olhei para a esquerda pelo canto do olho e vi uma obra prima sentada na ponta da mesa. Um garoto com a pele um pouco mais clara que a minha, os cabelos lisos e escuros presos em um rabo de cavalo baixo e a franja caindo nas laterais do rosto. Aquele devia ser o tal "filho do Fugaku", se fosse, nossa, ele era muito bonito, era como se tivesse sido feito por deuses gregos. Isso tá começando a ficar interessante... Não resisti em dar um sorriso ladino e lançar uma piscadela pro mesmo. Só espero que Fugaku não tenha notado isso... Afinal, as consequências poderiam e iriam cair sobre as costas do meu pai.

The Price of Love -- shiitaWhere stories live. Discover now