Hey, Soul Sister

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→ Shisui's P.O.V

Sexta a tarde. Finalmente sexta.

Mais um dia sozinho, apenas eu e meus pensamentos. E é claro que eu estaria fazendo o que qualquer garoto "adolescente" estaria fazendo se estivesse sozinho em casa com seus devaneios, sem ninguém pra atrapalhar e nada com o que se preocupar: jogando videogame.

Pensou merda né? Não.

Escolhi um jogo online de tiro e convidei dois amigos para jogar: Obito — que na verdade era meu primo — e Kakashi. Os dois demoraram um pouco para entrar na chamada de voz pelo Discord. Às vezes eu esqueço que eles estudam, diferente de mim, mas não faz mal tirar um tempinho pra vadiar com os amigos, né? Perdi a partida ao me desconcentrar quando Obito entrou na chamada gemendo de propósito, Kakashi entrou logo atrás e conseguiu me ouvir xingando meu primo aos quatro ventos.

– Vai se foder, Obito, porra! — gritei colocando o fone de volta — Parece criança, caralho.

– Mas cê tá brabo? — Kakashi comentou rindo da minha cara.

– Vai a merda você também. — Respirei fundo e esfreguei o rosto — Tá, entra aí no servidor, é o quarto na lista. Ainda dá tempo de vocês dois entrarem.

– Pronto — os dois responderam em uníssono.

A partida começou depois de alguns minutos. Os times foram montados aleatoriamente pelo sistema do jogo. Eram dois times, azul e vermelho, e em cada equipe jogavam cinco jogadores. Obito e eu caímos no mesmo time, o objetivo era matar todos os adversários num tempo limite de noventa minutos. Era divertido ouvir Kakashi nos xingando quando matávamos alguém do time dele ou tentávamos acertar os tiros nele. Agora era minha vez de zoar com a cara dele.

Eu estava indo bem. Muito bem por sinal.

Até meu celular tocar. Era meu pai me ligando. O que ele queria que devia ser tão importante ao ponto de me ligar em um momento tão crucial como aquele? Restavam apenas dois na equipe adversária, podíamos levar a vitória em questão de segundos.

– Aaaah, mas que merda! Já volto — Xinguei e tirei os fones para atender a ligação. Peguei o celular e apoiei o mesmo no ombro e voltei a jogar. Parecia que eu estava jogando solo de novo, eu não ouvia eles, mas eles me ouviam. — Oi, pai. Fala logo, to meio ocupado.

– Por que não chama o Itachi pra jantar aí hoje? — Fiquei sem saber o que responder. Por mais que eu quisesse, eu ainda tinha um pouco de medo do pai dele. Não queria acelerar as coisas nem nada, e eu sei que ele também estuda, então não quero atrapalhar ele — Quero conhecer melhor a pessoa que fez você se apaixonar tanto assim.

– Você já conhece.

– Você entendeu, Shisui — Ele suspirou — Você sabe cozinhar, e muito bem. Tenho certeza de que seu namorado vai gostar.

"Namorado". Me distraí com a palavra que ele usou e fui acertado por alguém da equipe adversária. Quase xinguei alto no telefone, mas mordi o lábio e bati o punho fechado na mesa.

– Ele não é meu namorado.

– Mas você gosta dele, não gosta? — Senti meu rosto ficar vermelho de vergonha. Meu pai conseguia ser chato até quando não queria. Bom, ele não estava errado e não tinha nenhum motivo pra ele pensar o contrário. Se eu quisesse que minha relação com Itachi virasse alguma coisa a mais, eu precisava tomar uma atitude. — Como acha que eu consegui me casar com a sua m--

– Cala a boca. — Interrompi ele. De novo essa história? Falar sobre a minha mãe era algo que ainda doía no meu coração sempre que eu lembrava de algo relacionado a ela. Desde que ela foi em bora meu quadro de depressão aumentou num nível significativo, mas é claro que depois de três anos de tratamento psicológico isso diminuiu, porém ainda é algo que me deixa extremamente triste quando eu falo ou escuto sobre. Suspirei e levantei da cadeira, me afastando do computador e descendo até a cozinha — Perdão... Vou fazer algo sim, pode deixar.

The Price of Love -- shiitaWhere stories live. Discover now