Capítulo 14: Perdas

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Levi narrando:

Abro meus olhos e acordo numa sala estranha, parece com a que estive ao enfrentar o homem das pernas longas junto a Arthur e Carl. Olho para frente e vejo um homem acorrentado em um cadeira de aço presa ao chão, ele se perece comigo... Como se fosse eu, mas com um cabelo escuro como a noite os invés de um loiro e olhos pretos como petróleo ao invés de castanhos. Sua postura também era diferente da minha, com um olhar frio e cabisbaixo, mesmo estando preso era intimidador.

Olho para meu corpo, eu parecia estar transparente, não conseguia me ver e nem me tocar, apenas era capaz de observar. Depois de mais alguns instantes, vi uma criatura entrar pela porta, era ele... O homem das pernas. Ele estava com a mesma aparência monstruosa de sempre, portava um alicate em uma mão e uma lâmina em outra, parece que vai machucar o homem.

-Foi bom o tempo que passamos juntos, mas infelizmente nossa diversão irá ter que acabar por aqui, é realmente uma pena... -Disse a criatura.

-Ei Astaroth, posso te perguntar algo? Uma última dúvida. -A voz do homem era sarcástica e fria, não sei se tenho mais medo dele ou do homem das pernas longas.

-Faça. -Ele parecia impaciente, como se não tivesse tempo.

-Qual o gosto do seu sangue? -Um sorriso largo se fez presente em sua boca enquanto sua língua passava por seus lábios e um riso baixo e maquiavélico ecoava pelo ar.

-Ora seu... Você morre aqui canalha atrevido! -Ele estendeu seu braço que continha a lâmina e o lançou em direção ao homem.

O tempo parecia não passar enquanto a lâmina cortava o ar em direção ao pescoço do homem. Antes de algo acontecer, levei um susto com algo vindo de trás de mim.

-Cuidado!

Apenas vi a feição de uma mulher incrivelmente bonita com chifres estreitos saindo de sua cabeça, seu cabelo e olhos eram negros, meu coração começou a acelerar, quando pisquei por apenas milésimos de segundo, tudo já havia sumido.

Abri os olhos novamente e eu parecia estar numa maca, algumas pessoas estavam ao meu redor, dentre elas uma mulher ruiva de olhos castanhos. Ela continha a cruz azul em seu peito, então ela é uma das fortes, mas por que alguém que não conheço está do meu lado?

-Eu falei que ele está vivo, Belial! Isso prova que ele se regenera! Me deixa abrir ele pra ver o que tem de diferente, por favorzinho... -Disse a mulher ruiva e estranha.

-Já falamos sobre isso Victória, nós não podemos fazer isso sem a autorização do Vaticano.

-Poxa... Vocês são muito chatos.

-Que papo é essa de me abrir? Vocês estão ficando loucos é? E Belial, quem é essa doida do meu lado?

-Ei! Quem você pensa que é pra me chamar de doida? Eu sou completamente normal tá?

-To vendo...

-Se acalmem os dois. Essa aí se chama Victória, é uma das exorcistas mais talentosas que temos, e também uma das mais doidas. -Belial parecia se divertir com a situação. -Sempre é bom a termos por perto, ela nos faz rir até nos momentos de desgraça.

-Owt, você é um fofo Belial, sabia? -Vê-lo ficar vermelho como um pimentão foi hilário.

-Querendo roubar a mulher dos outros, capitão? -Disse um homem alto e forte num tom de brincadeira, ele era dos vermelhos.

-Jamais soldado.

-Nunquinha, você sabe que eu só amo você, gato.

-Eu sei gatinha. -Disse enquanto a beijava.

Flores negrasOnde histórias criam vida. Descubra agora