oh, you know you can't go on thinking 'nothing is wrong'

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Harry nunca passou seu tempo em hospitais. Quase não se machucava e muito menos ficava doente quando era criança, teve catapora uma vez apenas e nem precisou de internação.

Louis era o doente. Uma brisa que passasse entupia seu nariz e a gravidade não era muito sua amiga. Harry se lembra quando o rapaz tropeçou no chão reto e ralou metade do rosto. Ele ficou parado olhando o namorado choramingar no chão se perguntando como aquilo tinha acontecido.

Oh, certa vez Louis precisou ficar dois dias no hospital por conta de uma infecção estomacal. Harry ralhou com ele em toda sua estadia no lugar porque  deveria ter mais cuidado com as porcarias que comia. Não adiantou de nada, no dia seguinte em que recebeu alta, Louis estava sentado na lanchonete mais suja que ficava ao lado do colégio.

Harry não sabia se estava tendo aquelas lembranças em sonho ou se estava realmente acordado. Escutava vagamente algumas pessoas, conhecidas e não, sua boca estava amarga e a garganta seca. Tudo estava dolorido, como se não pudesse nunca mais se mover novamente. Mas, alguma coisa nele se mexia e como aquele pequeno cutuque o fizesse se lembrar, pensando que - Graças aos céus e tudo que havia nele - aquela parte em si estava bem viva.

Foi apenas preciso um remexer na cama para uma mão quente segurar a sua. Nem precisava abrir muito os olhos para encontrar um sorriso de criança mais feliz por ele ter acordado do que um bebê quando vê as luzes de natal pela primeira vez.

- Não foi dessa vez que se livrou de mim, Tomlinson. - Disse, e percebeu que sua voz estava arranhada.

- Eu iria te buscar aonde estivesse e te traria de volta pelos cabelos se precisasse. - Os olhos verdes diminuíram.

- Você é um homem das cavernas, Louis William.

A fisionomia de Louis mudou de brincalhona para pensativa agora. Conhecia seu marido, sabia que ele usava das piadas e do sarcasmo para esconder o que realmente sentia dele. A conexão foi pega por Harry que logo decidiu dissipar as preocupações.

- Eu estou bem, doce. - Sua voz não parecia confiável, mas era só a rouquidão da garganta seca.

Louis se sentou no pé da cama, esquentou sua mão antes de colocar sobre a barriga de Harry. Thom estava mostrando sua energia se mexendo sob a mão do pai, o homem soltou um suspiro que tinha muito mais que alívio.

- Vocês são fortes. Nunca duvidei disso, mas Theo se nega a me contar o que houve, Ernest não me convence. Como foi que tudo isso aconteceu?

Louis estava muito calmo, mesmo assim o coração de Harry começou a martelar. Parando para relembrar, tudo foi por um descuido, era difícil de explicar ao seu marido que o filho dele aparentemente não iria baixar a guarda para acabar com as brigas e aquilo estava subindo a níveis exorbitantes.

- Certo. - Ele encarou Louis.

Silêncio.

- Certo...? - O moreno queria uma resposta. Para por um fim naquele assunto.

- Você poderia trazer Doris? Eu estou com saudades do bebê.

- Harry nós estávamos no meio de uma conversa--

O cacheado pousou a mão na testa.

- Eu só estou cansado para assuntos assim.

Louis mordeu o lábio. Concordou com a cabeça. Quando entrava naquele modo, não adiantava insistir. Sua mão deixou a barriga agitada e Harry sentiu a perda do calor, sabia que tinha irritado o marido, mas não achava as palavras certas pra explicar.

the kids are alright ↺ l.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora