"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."
– Francisco do Espírito Santo°°°
FLASHBACK (Sunghoon)
Sua mãe estava abaixada perto do sofá chorando e gritando, Sunghoon estava assustado, o que estava acontecendo com sua mãe? Por que ela parecia tão mal? Isso era porque papai foi embora? Ou era culpa dele?.
— Mamãe...
— Cala sua boca, seu demônio — Ela sussurra antes de se levantar — Tudo isso é culpa sua, nem era para você ter nascido, seu lixo imundo, você desgraçou com a minha vida.
— Mamãe, m-me desculpa — A esse ponto o menino já estava chorando muito, essas palavras vindo da sua mãe o machucava muito.
— Já que você não deveria estar aqui, então não tem problema eu acabar com a sua dor também, não é?.
A mulher pegou uma faca que estava ao seu alcance e começou a caminhar em direção ao filho, esse que saiu correndo gritando com medo da sua própria mãe, ele ficou encurralado na parede e só teve tempo de colocar as mãos na frente do seu rosto para se proteger, sentiu a dor insuportável quando a faca arranhou a sua palma, graças a Deus os vizinhos escutaram os gritos e foram ver o que tinha acontecido.
Sunghoon foi levado ao hospital por vizinhos enquanto viu sua mãe ser arrastava pela polícia enquanto ela gritava o quanto odiava o pequeno. O Park não tinha outros parentes, por isso foi mandado para um orfanato onde se fechou de tudo e todos.
Até conhecer o garoto de olhos pequenos e bochechas grandes, Kim Sun-Woo, o seu melhor amigo.
°°°
— Pai, cadê as velas? — Sunghoon pergunta indo até a cozinha da sua casa. Isso aí, sua casa.
Fazia dois meses que ele e KyungJoo foram adotados por um casal fofo e gentil, ele não se arrependia de ter ido, se sentia bem melhor, tanto que agora estava se soltando mais, suas idas a psiquiatra e a psicóloga também era uma influência para o seu humor melhor.
— Eu não sei, Hoseok onde você enfiou as velas? — Seu pai pergunta ao marido que estava fazendo o jantar. Opa, eu não disse? Sunghoon e KyungJoo foram adotados por casal gay, eles ficaram surpresos no início mas depois nem se importaram mais, Hoseok e Taehyung são pais incríveis e carinhosos e é isso que importa.
— Estão no armário, pode pegar Sung.
O – agora – Kim, pegou as velas e foi para o seu quarto trancando a porta, ele fechou as janelas para que ficasse tudo escurinho e acendeu as duas velas antes de apagar a luz. Abriu sua gaveta e tirou de lá seis fotinhas, era dos meninos, ele conseguiu com a diretora antes de ir embora, queria manter a lembrança dos seus rostos.
— Vou contar sobre minha semana — Sunghoon diz olhando para as fotinhas que estavam em cima da sua penteadeira, perto das velas — Eu estou estudando muito para entrar na faculdade, acho que vou conseguir, saí esses dias com a Kyung, a gente foi no shopping e compramos um monte de roupas bonitas, acreditam que eu nunca fiz isso na vida?.
Ele sorriu e passou a mão pelo seu cabelo — Está sendo difícil superar tudo que passamos, mas eu estou levando dia após dia da melhor forma que posso, eu ainda tenho crises de ansiedade e pânico durante a noite mas meus pais e a KyungJoo estão aqui para me acalmar, e eu não quero pensar que vocês estão aqui cuidando de mim também, eu quero pensar que vocês estão em um lugar melhor, talvez o céu caso ele exista mesmo, espero que estejam juntos brincando de esconde-esconde. Não se preocupem comigo, eu estou recomeçando minha vida e isso é ótimo, mas não irei esquecer de vocês, nunca, foram os primeiros a não me olharem estranho então, vocês sempre estarão na minha memória, eu amo vocês, se cuidem aí que eu me cuido daqui.
Sunghoon sorri e assopra as velas para apagá-las, acendeu a luz e guardou as fotinhas na sua gaveta de novo, ele fazia isso todo domingo, contava para os garotos como tinha sido a sua semana, fazia parte da sua terapia para se sentir bem consigo mesmo. Ele já sabia que aquilo tudo valeu a pena, os garotos morreram para salvar o orfanato e salvar uns aos outros, no fim somente Sunghoon sobrou, mas isso não significa que o que eles fizeram valeu de nada, valeu e muito.
Sunghoon saiu do quarto e se sentou na mesa junto com seus pais e sua irmã/melhor amiga.
Os quatro conversaram animadamente sobre qualquer assunto que surgia na mesa, falaram sobre faculdade, sobre comida, sobre família e até mesmo sobre a garota do andar de cima que sempre dava em cima do Sunghoon, pena que ele não sentia nada por ela, coitada.
Mais tarde, ele tomou um banho e vestiu seu pijama azul bebê e se sentou na sua cama de casal grande e confortável, ele suspirou e pegou no sono rapidinho, já havia regulado seu sono e isso para ele tinha sido uma maravilha, também não sofria mais de insônia e era tão grato por ter mais que viver de remédios para dormir.
Aquela noite ele sonhou com um jardim gigantesco, cheio de flores coloridas e plantas bonitas, o céu azul sem nenhuma nuvem e o sol brilhava mas nada que fizesse você morrer de calor. Sunghoon olhou para perto de uma árvore grande e viu ali de baixo os meninos brincando, eles usavam roupas brancas e largas, suas cicatrizes e machucados? Não existiam mais, a pele deles estava limpa.
— Sunghoon, finalmente chegou para brincar com a gente — Sun-Woo fala correndo na sua direção e o abraçando — Hoje vai ser pega-pega, topa ou vai dar uma de sedentário?.
— Sedentário? Ah meu querido, eu corro muito mais rápido que você — Sunghoon diz cruzando os braços com um sorriso debochado.
— Eu duvido.
— Então vamos ver.
Sunghoon saiu correndo e seu melhor amigo foi atrás enquanto os outros apenas ria dos dois bobos.
— O Niki fez uma coroa de flores — Heeseung conta com um sorriso no rosto apontando para o japonês que segurava uma linda coroa de flores colorida, o mais novo se levantou e colocou a coroa na cabeça do Sung.
— Lindo, hyung, ficou lindo — Riki diz sorrindo.
— Oh molengas, eu duvido vocês serem mais rápidos que eu, vamos correr até a macieira — Jungwon diz apontando para a árvore um pouco distante.
— Ah eu topo, sei que vou ganhar — Jake diz.
— Não se eu ganhar — Jay diz convencido.
E assim eles apostaram a corrida e claro, Sunghoon participou e ganhou.
Ele acordou desse sonho quando seu despertador tocou às 07:50, ele olhou para o lado e viu uma florzinha rosa ao seu lado, a mesma que tinha na sua coroa de flores que o Niki tinha feito. Ele abriu um sorriso e colocou a flor na sua escrivaninha.
Um dia após o outro, ele estava pronto para ser livre.
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END
Coloquei fim mas na verdade amanhã que saí o último capítulo mesmo, por isso deixarei os agradecimentos para amanhã
Já comecei a trabalhar na segunda versão da fic, como tá escrito, é outra versão que mostra como seria se as coisas fossem diferentes, tentarei postar logo
BEIJOS DA/DO RAFA 🤍✨
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The orphanage // enhypen
FanfictionSete garotos órfãos. Um orfanato que esconde muitos segredos e mistérios. Eles tem a missão de salvar o orfanato do seja lá o que assombra aquele lugar, eles só não esperavam que a situação fosse muito, mais muito pior do que eles pensavam que era. ...