Six.

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Havia nove dias que Jeongguk não visitava Taehyung, por causa da faculdade. Sua última semana fora completamente tomada por projetos de última hora, provas marcadas na véspera e até aulas extras. Ele não esperava ficar sem tempo para ao menos respirar, mas não tinha muita escolha. De praxe, surgiram alguns casos a mais no hospital que o obrigaram a ficar tempo excedente para dar conta de tudo.

Seu corpo doía. Estava exausto. A única atividade para qual tivera tempo fora dormir e, mesmo assim, apenas porque se obrigava a se desligar de tudo para repor um pouco das energias. No final de semana que passou durante esse intervalo de tempo, só conseguiu se alternar entre dormir e digitar fervorosamente os trabalhos que precisava entregar. Não tivera tempo nem para sair. Sentia-se preso.

Agora, sexta-feira, a semana finalmente estava acabando. Jeongguk respirou aliviado ao perceber que esse período conturbado teria fim – por ora. A sensação que tinha, honestamente, era de que seu corpo estava vivendo sozinho porque sua mente estava cansada demais para coordenar qualquer coisa. Tentando pensar positivo, sorriu ao lembrar-se de que isso significava uma semana a menos no semestre e, consequentemente, uma semana a menos para se formar.

Planejava seguir direto para casa e aproveitar aquele final de dia e véspera do fim de semana para dormir. No entanto, meia hora antes do término da última aula, recebera uma mensagem de Hyoji pedindo que fosse visitá-los quando pudesse. Sentiu-se culpado ao perceber que a última notícia que dera ao seu recém-amigo – e paciente – fora por meio de um telefonema, na segunda-feira, quando explicou estar muito atolado com a faculdade. Desde então sumira sem maiores justificativas. Esperava que não tivesse magoado Taehyung ou seus pais. Torcia para que eles compreendessem.

Quando tocou a campainha, esperou alguns segundos a mais que o habitual. Chegou a cogitar não haver ninguém na enorme casa, porém logo ouviu ruídos vindos do lado de dentro. Hyoji abriu a porta para recebê-lo e ele comemorou internamente. Não queria admitir, mas Dongsul o intimidava. A mulher sorriu e o envolveu em um abraço caloroso típico de mãe. Apesar de não gostar muito de contato, não poderia negar ser aconchegante.

— Jeongguk, querido, sentimos sua falta — o tom de voz dela tinha um timbre carinhoso.

— Sinto muito, tia Hyoji. Eu apenas fiquei bem enrolado com a faculdade e o trabalho — sorriu pequeno para pedir desculpas. — Foi uma semana puxada, mas deu tudo certo.

— Não precisa se desculpar, sei o quanto você é esforçado.

Jeongguk adentrou mais a casa, esperando caso a mulher resolvesse falar algo a mais, e, mesmo já tendo estado ali antes, se surpreendeu com o ambiente. O hall de entrada era bem acolhedor com decorações na parede e pequenos vasos de flores. Um enorme lustre estava suspenso sobre sua cabeça. O final do local desembocava em outros dois cenários. Um ele sabia ser a sala de estar e o outro não tinha ideia.

— Venha, Taehyung está te esperando — Hyoji tirou sua atenção da decoração.

Diferente do caminho habitual – em frente, para escada –, a mulher virou à esquerda. Sem questionar, Jeongguk seguiu-a. Foi o mesmo trajeto que fizera quando teve a conversa, um tanto estranha precisava admitir, com o senhor e a senhora Kim. Ao chegarem à sala, porém, não foi guiado ao sofá e quem estava sentado no móvel não era Dongsul.

Ouviu algum comentário abafado da mulher sobre buscar comida porque ele deveria estar faminto, mas permaneceu no mesmo lugar. Taehyung estava recostado no sofá com os pés apoiados em uma espécie de pufe. Parecia ter ganhado peso, estava mais saudável. Suas pernas continuavam retorcidas, como na primeira vez que o vira, e seus braços pendiam como se não pertencessem ali. O castanho, porém, não parecia se importar. Seu rosto escancarava um enorme sorriso de ponta a ponta.

For Him | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora