Makenna Blair tem a vida que todos desejam. Menos ela.
Nascida em um berço milionário e com acesso à tudo que o dinheiro possa comprar, ela só não possui uma coisa: liberdade.
Quando seus pais resolvem oferecer sua mão para um casamento arranjado...
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— Okay... -O garoto suspira esfregando o rosto com ambas mãos e me sinto péssima por chegar assim do nada na sua casa. — Fique à vontade, meu quarto é o último do corredor. Pode ficar onde quiser, mas recomendo o quarto que tem o banheiro. -Explica baixinho e não consigo dizer nada, de modo que apenas balanço a cabeça. Algo que venho fazendo bastante nas últimas horas. — Você não é de conversar muito, pelo visto. -Zomba e sorrio envergonhada.
— D-desculpa, é que... estava pensando em outras coisas. -Minto e ele me observa com a sobrancelha levantada. Dou uma última olhada no enorme apartamento e caminho até o que será o meu novo quarto, com o garoto no meu encalço.
— Obrigada, Cross. E sinto muito por tê-lo tratado mal mais cedo. - Ele acena sério antes de projetar um sorriso astuto no rosto angulado.
— Me chamo Angel, Makenna. Apenas o treinador e alguns amigos me chamam pelo sobrenome. -Replica e me sinto estranha.
Okay, pelo visto ele não me considera uma amiga. Não que isso me afete, já que nos conhecemos a apenas algumas horas.
— Agora se me der licença, tenho que tomar banho. Acabei de chegar do treino. -Justifica entrando no seu quarto e trancando a porta uma vez lá dentro.
Claro, como se eu fosse invadir sua privacidade ainda mais do que já estou fazendo.
— Argh. Melhor eu tomar um banho também. -Murmuro para mim mesma.
Abro a porta de madeira e coloco todas as minhas coisas lá dentro com certa dificuldade.
Não deveria ter trazido tantas tralhas.
Ordeno tudo antes de pegar uma toalha limpa e minha nécessaire com produtos de higiene. Tomo um banho demorado, quem sabe assim a água quente lave todo esse estresse e tristeza do meu corpo.
Esfrego lentamente minha pele com o sabonete líquido e deixo algumas lágrimas rolarem livremente pelo meu rosto se misturando com a água, de forma que não há nenhuma evidência de que estive chorando. As únicas testemunhas são as paredes, que para minha sorte não dirão nada a ninguém.
— Hora de voltar para o mundo real. -Sussurro desligando o chuveiro.
Me seco rapidamente e procuro um pijama que não seja tão revelador.
Uma missão bastante difícil, já que basicamente uso apenas coisas curtas ou quase transparentes para dormir. Que se exploda. Como se Angel nunca tivesse visto uma mulher na vida. Escovo os dentes e seco meus cabelos curtos com o secador antes de passar pela porta até a cozinha. Quase tenho um infarto com a cena que vejo. Angel está na beirada do fogão vestido apenas com uma calça de moletom, cozinhando o que parece ser uma macarronada.
O cheiro está delicioso e acabo gemendo sem querer, atraindo sua atenção.
— Estou fazendo algo para jantar, você deve estar com fome. -Sua voz rouca soa malditamente bem em contraste com o barulho crepitante da comida cozinhando.
