Capítulo 1

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Este capítulo contém cenas de violência que podem chocar leitores sensíveis.

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Os dias passaram voando, com tantas coisas a fazer. O grande dia havia chegado, e Anahí se admirava em frente ao grande espelho, vendo cada detalhe do seu lindo vestido, com sua saia cheia e uma calda que arrastava por onde ela fosse. Sua cintura estava bem marcada pelo espartilho e o decote discreto. Havia um longo véu que caía sobre suas costas livres pelo cabelo preso e sobre seu rosto, e havia grinalda, uma linda grinalda que ela mesma se dedicou em enfeitar com as mais belas flores de seu jardim, assim como seu buquê. E como estava lindo seu buquê, ela tinha certeza que ninguém nunca havia visto um buquê tão lindo como o seu. Ela colheu cada rosa ali, uma por uma, juntando-as e formando aquele buquê de rosas coloridas, sem igual. Seria o mais comentando em toda a região, ela estava certa disso.

Eva: Você está tão linda, menina! -comentou com a voz chorosa, emocionada-

Maite: Será a noiva mais linda do ano. -falou, as duas de frente para Anahí, que deixara o espelho-

Anahí: Acho que estou começando a ficar nervosa. -disse com um riso- Minhas mãos estão suando!

Eva: Fique calma, logo seu pai virá lhe buscar. -avisou-

Anahí: E se meu marido não gostar de mim? -perguntou nervosa- E se eu não o agradar?

Maite: É impossível alguém não gostar de você, blue. -falou sorrindo pra irmã, que fez uma careta-

Anahí: Quem é a preferida de papai? -rebateu- Você é a mais doce e carinhosa. E bom... -ela suspirou- Ele sempre disse que você tem tudo da nossa mãe, você é a cópia dela!

Eva: Não diga besteiras. -disse a interrompendo- Vocês duas são únicas e parecidas com a mãe de vocês. -ela então tinha a atenção das duas, com seus olhos atenciosos- A mãe de vocês era linda como as duas, era doce e carinhosa como Maite e era gentil como ninguém, somente como Anahí. -falou com um sorriso- Era esperta, e... -disse em um sussurro- O pai de vocês pode não admitir nunca, mas ela amava correr pelo gramado, sentir o sol da manhã no rosto, e só ela e vocês, têm a maldita mania de meter o dedo nas minhas panelas.

As duas sorriram, os olhos cheios de lágrimas como sempre ficavam quando alguém falavam da mãe. Era como ter saudade de algo que nunca tiveram, era como elas sentiam. A mãe morreu logo após o nascimento de sua caçula, Maite, e então as duas cresceram contando apenas uma com a outra e com os criados que se afeiçoavam a elas, como Eva. O pai nem sempre foi o gelo que é hoje, elas lembram de uma época em que eles comiam os três juntos a mesa e havia conversas e risos, mas com o tempo, o coração de Alexandre foi se fechando e ele ficando cada vez mais distante e frio.

Minutos depois, Anahí estava entrando pela enorme igreja da cidade, e Deus, como estava nervosa! Sonhara com aquele momento sua vida inteira, idealizando-o, imaginando como seria cada detalhe e lá estava o grande dia. Ela caminhava junto com o pai rumo ao altar, o véu cobria seu rosto, mas ela conseguia ver o quanto estava cheia a igreja. Quando finalmente chegou ao seu noivo, Alexandre o cumprimentou e ela permaneceu quieta esperando que ele afastasse seu véu. E quando ele o fez, ela viu pela primeira vez o homem que seria seu marido, que viveria ao seu lado até o último dia de sua vida.

Mas ela mal conseguiu olhá-lo detalhadamente, ele virou-se de volta para o altar e ela fez o mesmo, ficando agora os dois de frente ao padre que celebrava aquela união. As mãos de Anahí suavam tanto que ela temeu molhar seu vestido quando o tocasse. O padre falava e ela nem conseguia prestar atenção, era seu casamento, finalmente, o casamento que sonhou uma vida inteira. A hora do "sim" chegou e ela ouviu pela primeira vez a voz grossa de seu futuro marido, e ela até que gostou do som.

Além do TempoWhere stories live. Discover now