Capítulo 3 - Deu tudo errado

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Anahí

A maioria das pessoas haviam chegado e o apartamento de Christopher já estava cheio. O repertório musical dos meninos estava muito bom e variado, indo de eletrônica a reggaeton e pop. Eu havia tomado alguns copos do drink que Dulce e Mane tinham preparado, estando um pouco alterada pelo álcool.

Alfonso não desgrudava os olhos de mim e eu estava aproveitando aquele flerte. Fazia muito tempo que não encontrava alguém que despertava tanto meu interesse assim. Desde que a festa havia começado, não tínhamos tido a chance de nos aproximar. Christopher apresentava ele para diversos amigos, fazendo-o se enturmar. Em compensação, eu perambulava de um grupinho a outro conhecido, além de dançar com meus amigos.

– Procurando alguém? – Ouvi a voz de Poncho muito próxima ao meu ouvido, atrás de mim. Meu coração disparou instantaneamente.

– Na verdade, estava sim. – Virei-me para ele, dando de cara com seu sorriso lindo. Aparentemente o meu interesse era recíproco, então eu iria entrar no jogo. O máximo que iria acontecer era levar um fora.

– E conseguiu achar?

Dei um gole na minha bebida, analisando a situação brevemente antes de responder. Alfonso encostou-se de lado na parede que dividia a sala e a cozinha, permanecendo de frente para mim e seus olhos esverdeados brilhavam com as luzes do ambiente. Ele estava flertando comigo, certo?

– Acredito que sim. – Pisquei devagar, ainda inebriada pela sua presença.

Imitei seu gesto e também me encostei na parede. Ele deu uma risadinha, olhando para o chão e olhando em seguida em meus olhos. Parecia que não havia mais ninguém no ambiente, mesmo ele estando cheio. Nesse momento agradeci mentalmente à Dulce por não ter interesse nele, pois se ela tivesse eu acho que não conseguiria me controlar para deixar o caminho livre para a ruiva.

– Eu acho que também achei quem eu estava procurando. – Ele sorriu de lado, sem mostrar os dentes e eu senti que poderia desmaiar a qualquer momento.

– Aos encontros, então. – Estiquei meu copo para brindar com ele.

– Aos encontros.

Brindamos e ambos tomamos um gole da nossa bebida. Ele desviou os olhos para o centro da sala, onde as pessoas dançavam. Um silêncio pairou entre nós por uns instantes, mas eu não me sentia desconfortável, parecia que apenas ficar perto dele já era agradável.

– Você quer dançar? – Poncho questionou, apontando com a cabeça para as pessoas dançando no meio do ambiente.

– Ah, você dança? – Perguntei, segurando o riso.

– E por quê não dançaria? – Ele levantou uma sobrancelha, voltando a olhar em meus olhos.

– Desde que você chegou, não vi você dançar nenhuma vez.

– Estava me observando?

Nota: Coloque a música para tocar

Quase engasguei com a constatação que ele fez. Sim, eu o estava observando e sim, eu também estava flertando nesse momento com ele. Contudo, não precisava ficar escancarado, não é?

Ele não precisava pensar que eu era uma atirada qualquer, porque eu não era. Na verdade, normalmente eu nem tomava a iniciativa com homem nenhum, mas ele havia despertado e muito o meu interesse. Tinha algo nele, além da beleza, que eu sentia muita vontade em descobrir o que era.

Cae la madrugada

(A madrugada cai)

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