Irmãos de Coração

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                                            "Mansão Malfoy, 1996

Cara Alya Black,

Já estou te enviando a carta, então pode tirar a ideia de me matar da sua cabeça.
Vou ter que admitir que estou sentindo falta de você, nem tanto do Malfoy, mas de você sim. Não espero que você venha no Natal, aliás espero mesmo que você não venha, mesmo que eu sinta sua falta as coisas não estão fáceis aqui.
Tomara que as coisas estejam bem em Hogwarts, nos vemos em breve.
                                                      com amor,
                                                      Tom M. Riddle."

Eu estava feliz por ter recebido uma carta de Tom, significava que Lorde Voldemort não estava o deixando tão ocupado, o que era bom.

Sentia a falta dele, no ano anterior ficávamos muito juntos e aquilo fazia muita falta.

A parte boa era que ele não estava me esperando para o Natal, afinal eu passaria o mesmo com os Weasley, usaria a desculpa de que iria ficar sozinha na Nobre Casa dos Black para que Narcisa e Lucius não saissem me procurando por ai.

Eu fiquei ainda mais feliz quando vi que havia outra carta para mim, dessa vez de Remus. Eu estava esperando por aquela carta haviam semanas, eu finalmente iria saber se a Ordem da Fênix havia concordado que eu ajudasse.

"Londres, 1996

Querida Alya,

Alastor e eu decidimos aceitar a sua ajuda, com algumas regras, é claro.
Não queremos que se exponha a mais perigo do que já está, nem que se arrisque por nós. Também concordamos em restringir o fato de que você é uma Comensal da Morte apenas para alguns membros da Ordem. Molly, os gêmeos e seus amigos devem permanecer sem saber sobre isso.
Gostaria de acrescentar que eu ainda acho uma péssima ideia você ser "espiã da Ordem", mesmo que Moody tenha achado interessante.
Espero te ver na festa de Natal dos Weasley, mantenha-se segura.
atenciosamente do seu padrinho,
Aluado."

Aquilo era uma notícia incrível e eu tinha certeza que se fosse util para Ordem, Remus mudaria de ideia e começaria a me apoiar com tudo isso.

O primeiro passo agora seria ficar de olho aberto em Snape, ele era o Comensal mais próximo agora fora Draco e depois de uma tentativa de assassinato contra Dumbledore, eu estava começando a ficar desconfiada que o diretor não deveria confiar tanto assim nele.

Eu estava pensando demais ultimamente, e aquela hora foi a vez de pensar nas mentiras. Até cheguei a pensar que depois que fosse aceita na Ordem eu poderia dizer a verdade pra Harry, Ron, Hermione, Gina e principalmente para os gêmeos, havia sido horrível mentir para eles da última vez.

O medo tomou conta de mim quando comecei a pensar naquilo, eu teria que continuar mentindo para os meus amigos, mas e se descobrissem? Tinha medo de perder todos eles, pelo menos Harry eu tinha certeza que perderia se ele descobrisse.

Minha cabeça começou a doer, guardei as cartas no meu baú e sai do dormitório em direção ao pátio principal, eu precisava de ar, minha respiração estava acelerada.

Caminhei com passos firmes mas quando cheguei ao pátio meu coração apertou mais ainda. Lá estavam Harry, Gina e Ron sentados em um do bancos e Neville, Luna e Mione no chão conversando entre si.

—Alya, senta com a gente!- Ron me chamou.

—Estou contando sobre unicórnios, se você se interessar.- Luna sorriu.

Eles sorriram para mim, talvez esperando que eu dissesse algo, mas eu não mexi um músculo. Tudo que eu conseguia pensar era que eu estava mentindo para todos eles, e minha respiração começou a pesar.

Meus olhos de encheram de lágrimas e a única coisa que eu fiz foi correr para o banheiro mais próximo. Eu me sentei na pia com as mãos tremendo e com a respiração falha, lágrimas escorreram e eu não parava de pensar em um milhão de coisas.

Minha vida agora era resumida em mentiras, o que meus amigos pensariam? Fred e Jorge arrancariam os braceletes se soubessem. Eu quis me machucar, levantei a manga da minha jaqueta e passei as unhas com a maior força possível por cima da Marca Negra.

Eu vi sangue antes de abaixar a manga novamente, eu tive ódio e tristeza mais uma vez antes de ver alguém entrar ali.

—Aly?- Harry perguntou antes de vir até mim.- Alya, o que aconteceu?

—Sai daqui, Potter, é o banheiro feminino.- falei tentando limpar as lágrimas.

— Se surpreenderia em saber quantas vezes eu já entrei aqui, pergunte a Murta.- ele sorriu mas eu apenas o encarei, estava o enxergando embaçado por conta do choro.

—É verdade!- a voz esganiçada da Murta que Geme veio da última cabine, mas nós ignoramos.

Harry me abraçou de lado enquanto minhas lágrimas paravam aos poucos de escorrer, eu desci da pia e sentamos no chão frio, teríamos sorte se aquele banheiro não alagasse naquela hora.

—Quer me contar o que houve?- ele perguntou primeiro.

—Só umas coisas sem importância.- dei de ombros, como eu diria que estava com medo de que ele não fosse mais meu amigo se descobrisse que eu era uma Comensal?

—Se não tem importância por que você ta chorando?- ele levantou uma das sobrancelhas.- Foi o Malfoy? Se foi ele, eu...

—Não foi.- falei antes que Harry planejasse bater em Draco de oitenta jeitos diferentes.- Só não quero falar disso, certo?

—Tudo bem.-ele abaixou a cabeça.- Sabe, nunca tivemos aquela conversa...

—Que conversa?- ele me encarou.

—Sobre tudo aconteceu, sobre o Sirius...- eu o olhei com o rosto cheio de lágrimas secas.

—Era sobre isso que queria falar na festa de Halloween?- perguntei.

—Sim, mas pensando melhor não era uma boa ideia falar disso em uma festa.- ele sorriu de canto.- Só percebi que precisávamos falar disso.

—Claro.- eu o encarei.- Bom, agora que
estamos sozinhos...

—Não estão!- a Murta falou e nós rimos.

— Foi difícil pra você?- eu perguntei e ele assentiu.

—Perdi o meu padrinho, e ele era como um pai.- os olhos de Harry ficaram tristes.- Eu sei que ele era literalmente o seu pai mas...eu só tinha ele.

—Eu também.- meu peito apertou conforme eu disse.

Percebi que eu e Potter nos sentíamos exatamente iguais, perdemos a mesma pessoa, perdemos a nossa única figura paterna.

—Só sobrou a gente, éramos pra ter sido uma família.- falei com pesar.

—Ainda podemos ser.- Harry tentou sorrir.- Irmãos de coração?

— Irmãos de coração.- sorri.

Aquilo esquentou meu coração, havia esquecido por um segundo que não seríamos mais irmãos se ele descobrisse sobre a minha Marca Negra.

Only One - Draco MalfoyTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang