"A"

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—Droga!- chutei o primeiro móvel que vi naquele lugar.

Eu devia ter ficado na Toca para ajudá-los, seria suicidio mas pelo menos teria morrido para ajudar meus amigos.

Me senti inútil, meu coração palpitava e eu senti uma lágrima escorrer do meu rosto. A última vez que havia estado na Nobre Casa dos Black havia sido com meu pai, e estar ali sem Sirius doeu muito.

Foi uma soma de emoções, quando percebi estava sentado na ponta da escada que levava para os quartos, deitada sobre os joelhos com os olhos fechados que ainda escorriam.

Fiquei ali, apenas deixando que meus sentimentos me consumissem em silêncio, até eu ouvir o som de uma colher em uma xícara de chá e abri os olhos lentamente.

Monstro estendeu a xícara para mim e forçou um sorriso, nunca havia visto ele sorrir.

—Bem vinda, senhorita Black.- ele falou e eu sequei as lágrimas antes de pegar  xícara.- Sem bagagem, precisa de alguma coisa?

—Eu vou ficar por uns dias, Monstro, pode arrumar o quarto do meu pai pra mim?- perguntei.

—Não será necessário, senhorita.- ele foi subindo as escadas e eu fui atrás bebericando o chá.

O corredor dos quartos era bem longo, passamos reto do quarto do meu pai e paramos em frente à um quarto que era bem ao lado, a única porta que não tinha nenhum nome escrito, apenas a letra "A".

—Este é o seu quarto.- Monstro abriu a porta para mim e eu sorri de canto.

Havia uma cama, armário e uma escrivaninha, pôsteres de banda pelas paredes e fotos minhas com Sirius e meus amigos. Me lembrei de uma carta que meu pai havia escrito antes de morrer, ele dizia que havia arrumado um quarto para mim, pensei em como a minha vida seria diferente se eu não tivesse perdido o meu pai.

—Monstro, acho que só vou precisar de uma escova de dentes agora, pode conseguir uma pra mim?- perguntei e ele saiu me deixando sozinha ali.

Reparei que minhas roupas que eu havia deixado ali há mais de um ano estavam nas gavetas, pelo menos poderia tirar aquele vestido desconfortável de festa, mas não antes de ouvir uma agitação no corredor.

—Minha senhora vai te matar por ter invadido a Nobre Casa dos Black.- Monstro falava em tom de ameaça e quando eu sai para ver era Draco sendo ameaçado por uma criaturinha de um terço de sua altura.- Senhorita Black, peguei este patife invadindo.

—Draco, como entrou aqui?- falei e ele apenas me analisou de baixo para cima no vestido verde.- Monstro, o senhor Malfoy é nosso convidado.

Vi Monstro se afastar de Draco mas ainda o olhando como se quisesse matá-lo, era uma visão engraçada.

—Monstro, talvez Harry Potter, Hermione e Rony Weasley venham mais tarde, tente ficar fora de vista, tudo bem?- falei e ele assentiu enquanto eu puxava Malfoy para o meu quarto.

Havia acabado de pensar naquilo, talvez Harry pensasse e se esconder por tempo na minha casa, aquele não era o primeiro lugar que os Comensais procurariam.

—Claro, senhorita Black, Monstro vive para servir a Nobre Casa dos Black.- ele respondeu se retirando e eu fechei a porta do meu quarto com Draco dentro.

—Por que veio aqui?- perguntei.

—Atacaram a casa dos Weasley, Alya, e eu só soube depois se não teria ido te buscar.- ele cruzou os braços.

—Eu estou bem, consegui fugir a tempo.- cruzei os braços em resposta.

—O Ministério caiu, você tem que voltar.- ele puxou meu braço mas eu me soltei.- As coisas vão ficar ainda mais difíceis e perigosas, você ter que voltar agora!

—Eu estou onde eu deveria estar, Draco, não vou voltar agora!- falei no mesmo tom que ele.

—Voce não entende? O Ministério vai colocar sequestradores nas ruas, sempre à procura de Potter, sangues ruins e qualquer um que tente ajudá-los, as chances de você ser descoberta aumentaram e você vai morrer sem nem ter a chance de se explicar!- ele gritou mas eu só consegui cerrar os olhos ao ouvir "sangues ruins".- Perdão, nascidos trouxas.

—Voce disse que não ia se opor ao fato de eu ajudar a Ordem, Malfoy, você e Tom disseram que iriam me proteger!- ele riu como se eu fosse uma idiota.

—Você acha que é fácil ver você se arriscando a todo momento? Ver a minha namorada estar a beira da morte toda maldita hora?- ele foi andando na minha direção até não sobrar espaço nenhum entre nós.- Se eu perder você eu vou perder tudo, Black.

—Voce é um idiota.- foi a única coisa que saiu da minha boca quando olhei na íris acinzentada de Draco.

—Um idiota que ama você.- senti as borboletas no meu estômago.

Eu apoiei a cabeça no ombro de Draco e ele me abraçou, eu sentia exatamente o que ele estava sentindo: medo, insegurança e preocupação.

Eu não podia voltar com ele para a Mansão Malfoy, ainda tinha esperanças de que Harry, Hermione e Ron aparecessem. Senti o coração de Draco bater forte por baixo da roupa preta que usava, era tão bom ouvir seu coração bater.

—Dois dias, tudo bem? E eu volto para a Mansão.- falei baixo e ele assentiu.

Saimos do abraço e ele me olhou de baixo para cima sorrindo de canto, eu gostava quando ele sorria assim, com seus dentes perfeitos e maxilar marcado.

Malfoy me beijou, como se precisasse daquilo fazia tempo, como se precisasse daquilo pra ter forças, eu também precisava daquilo para ter forças.

Empurrei ele para cama e me sentei no colo dele sem parar o beijo quente, ao mesmo tempo que Draco passava as mãos por mim e me apertava de um jeito agressivo.

— Draco, você tem que voltar pra casa.- disse com a respiração pesada enquando ele beijava meu pescoço me fazendo arrepiar.

—Riddle pode esperar.- ele sussurrou me colocando deitada de barriga pra cima.- Primeiro eu vou te fuder.

Malfoy trancou a porta e apagou as luzes com apenas um aceno de sua varinha, as luzes fortes foram substituídas pela fraca luz alaranjada do abajur e eu pude reparar que no teto do meu quarto haviam estrelas que brilhavam no escuro.

Olhei nos olhos azuis dele antes de sentir seus dedos frios afastarem minha calcinha para o lado. Senti o gelado dos anéis no meu pescoço e logo ouvi o som do zíper da calça de Draco abrir.

Meu corpo inteiro queimou e minhas costas arquearam-se ao sentir Malfoy dentro de mim, não pude conter o gemido que fez ele tampar minha boca coma mão que não estava me enforcando.

—Você vai gemer baixinho, só eu vou te ouvir, entendeu?- ele sussurrou no meu ouvido e eu assenti.

Ele tirou a mão lentamente da minha boca e voltou a estocar em mim, sem delicadeza e sem pena, era disso que eu precisava.

Seu gemido rouco fazia ser ainda mais gostoso, e depois que nós dois atingimos o ápice ele me beijou de novo, dessa vez com mais calma.

Ele se deitou ao meu lado e me abraçou, o cheiro dele era uma mistura de menta com perfume caro.

—Um cochilo antes de eu voltar?- ele perguntou sorrindo.

—Seria ótimo.- respondi me ajeitando no abraço aconchegante e nos braços fortes do meu namorado.

Only One - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora