Capítulo 12 - O roubo

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Pov Percy:

O Olimpo não era nada como eu já tivesse visto, um estreito caminho de pedra se encontrava em minha frente e logo abaixo dele, Manhattan era uma minúscula parte de Nova York. Logo após o caminho de pedras se encontrava uma escada de mármore branco que subia até uma montanha, onde palácios de vários níveis ficavam.

Pórticos brancos, terraços dourados e braseiros de bronze se encontravam por todos os lados, várias estradas se cruzavam de um palácio a outro como vários caminhos  de um labirinto, e onde todas as estradas se juntavam, levavam ao caminho de um Palácio muito maior no centro. Vários jardins com diferentes tipos de flores e cheiros estavam na direita e na esquerda. Era literalmente uma cidade grega, só que muito mais linda que todos as outras. Bom saber que enquanto semideuses como Luke e eu estavam sendo injustiçados nessa vida, os deuses viviam do bom e do melhor. Eles não perdiam por esperar.

Luke e as garotas se moveram e eu os segui, tinha certeza de te e ouvido a garota loira suspirar com sua visão do Olimpo. Eles estavam indo ao Palácio central, onde provavelmente os deuses estariam.

No caminho, passamos por várias ninfas e outros seres que viviam por ali. Como eu estava os seguindo sem que ninguém me visse? Bem, em todo lugar à sombra, não importa quão iluminado ele seja, seja a sombra de uma pessoa, de um objeto ou de plantas. Mesmo uma pequena sombra ainda é uma sombra. Posso expandi - la e me esconder como se fosse uma parte de mim. Era como se eu ficasse completamente invisível. A névoa escondia qualquer indício de alguém conseguir me ver.

Subimos pela estrada principal em direção ao grande Palácio no topo. Tudo brilhava em branco e prata. Quando chegamos na parte mais alta, paramos em frente a uma porta gigante, quando elas se abriram sozinhas, vi que estávamos em uma sala, mas não em uma sala comum, era a sala do trono. Doze tronos gigantes formavam um U invertido onde 12 deuses estavam esperando sua visita. Um pequeno trono um pouco afastado dos outros também estava lá. Imaginei ser o de Hades, como ele não era bem vindo no Olimpo, quando vinha, sempre ficava separado dos outros.

Meu sangue ferveu, ver aquela imagem em minha frente me fez querer evocar minha espada e atacá - los agora mesmo. Mas eu não podia fazer isso, minha missão nesse momento era ter certeza que o raio seria roubado. Meu momento ia chegar e eu iria estraçalhar os deuses.

Além dos doze deuses ali presentes, uma enorme fogueira crepitava no braseiro central e consegui ver uma garotinha lá. O teto era azul como o céu lá fora, imagino que seja para ser assim mesmo.

Os 3 semideuses foram cumprimentados e enviados a outro Palácio para conhecerem seus quartos. De acordo com os deuses, a noite teria uma festa e estes poderiam participar.

Fiquei todo o tempo observando Luke, mas até agora, ele não tinha feito nenhum movimento suspeito. Percebi que vários outros semideuses estavam presentes, além de sátiros que estavam por todas as partes tocando flautas de Bambu. Quase parecia uma festa comum, sem nenhum plano maligno envolvido. Quase.

Ficar me escondendo estava ficando cansativo, mas pressenti que não precisaria ficar dessa maneira por muito tempo. O momento estava chegando e eu estava ansioso por isso.

A tarde tudo ocorreu de maneira tranquila e a noite não foi diferente, a hora da festa chegou e vários deuses, semideuses, sátiros, dríades e outros seres estavam por todo lado. Uma música tocava, mas não consegui reconhecer. Eu apenas me escondi em um canto observando tudo. Uma hora Luke ia se mover. Disso eu tinha certeza.

Vi vários deuses tomando um líquido dourado, o que imaginei ser néctar. Tive uma pequena vontade de saber o gosto daquilo, mas hesitei. Nenhuma vontade minha era necessária agora.

Enquanto as horas passavam e nenhum sinal de Luke ou de qualquer roubo se desenrolava, eu ficava cada vez mais ansioso. Será que Luke estava mesmo do nosso lado? Caminhei em direção ao trono de Zeus e vi onde o raio estava. Só sua presença já era poderosa o bastante e eu até conseguia sentir que este poderia me transformar em milhões de pedacinhos em um segundo, não era o objeto mais poderoso do mundo à toa.

Fiquei observando por mais algum tempo, até que de repente uma voz disse:

- O que você está fazendo aqui? - Eu gelei. Era possível que eles soubessem que eu estava aqui ? Se soubessem teria que achar uma maneira rápida de sair daqui, ou inventar uma desculpa muito convincente.

- Desculpe. - Disse uma outra voz. - Pensei que o banheiro fosse por aqui. -  Estava salvo, não sabia de quem vinham as vozes e nem queria saber. Enquanto passos se afastavam, pude respirar aliviado, eles não sabiam que eu estava aqui. Pelo menos ainda não. Luke tinha que fazer isso. E logo.

Quando grande parte dos semideuses já tinha ido dormir e eu estava com a incrível ideia de pegar o raio por mim mesmo, Luke apareceu perto do trono de Zeus. Nenhum deus sequer estava perto daqui agora, era o momento perfeito. Luke carregava uma mochila, ele andou de fininho, pegou o raio e colocou dentro da mochila. Quando achei que ele ia sair e fugir, algo me surpreendeu.

Ele foi até onde o Elmo de Hades estava e o pegou também, colocando na mochila. O plano era apenas roubar o raio, mas parece que Cronos tinha seus próprios planos. Quando ele me pediu para fazer Luke vir para nosso lado era apenas um teste. Eu tinha caído em seu plano. Por isso nenhuma notícia, eu estava completamente na mão dele. Maldito seja Cronos.

Depois de ter seu objetivo completo, Luke foi em direção a saída. E claro, eu o segui. Não demoraria muito para os deuses perceberem o que aconteceu.

Luke desceu pelo elevador do Empire State e quando chegou nas ruas de Manhattan, as nuvens antes calmas pareceram se tornar nuvens furiosas. Então Zeus já tinha percebido. Luke correu pelas ruas, provavelmente indo a algum local que Cronos tinha ordenado.

Quando achei que Luke estava livre uma voz veio de alguém à sua frente. Me escondi perto de uma lixeira, apenas ouvindo o que se desenrolava.

- Te encontrei, ladrãozinho. Me devolva o raio.

- Ares. - Disse Luke. O Deus da guerra o tinha encontrado? Isso não era bom. Eu teria que intervir. O raio não pode voltar para as mãos de Zeus. Ainda não.

Espiei para ter um noção do que deveria fazer e vi um homem musculoso usando um casaco de motoqueiro, ele tinha uma espada na mão apontada na direção de Luke, este estava com uma expressão preocupada, talvez pensando no que fazer. Droga. Droga. Estava prestes a sair do meu esconderijo e dar um jeito nisso, mas Luke disse:

- Senhor Ares, que tal fecharmos um acordo?

- Zeus não aceita acordos com quem roubou seu raio. - Disse Ares.

- Mas o acordo não é com Zeus, é com você. Você tem ideia do que o roubo do raio e do Elmo pode causar? Se fazermos tudo da maneira certa, uma guerra civil pode explodir entre os deuses, isso é muito interessante você não acha? - Disse Luke. Ares pareceu pensar na ideia.

- Uma guerra civil? Teria muito sangue. - Disse Ares pensativo. Ele cairia mesmo nessa ? O ar do ambiente estava pesado, Luke ficou parado apenas esperando uma resposta, uma pequena luz vinda da lua iluminava seus cabelos cor de areia e seus olhos azuis, e nesse momento, ele não parecia nem um pouco um garoto inocente. Depois de um minuto, Ares continuou:

- Eu aceito seu acordo, mas eu vou ficar com os objetos.

Luke não gostou da ideia, mas ele não conseguiria lutar com um Deus, ainda mais desarmado.

- Os mantenha bem guardados. - Disse Luke entregando a mochila a Ares. Com certeza Cronos tinha algo planejado para isso. - Meu senhor te dará instruções sobre o que fazer.

Luke pareceu olhar em minha direção e decidi que estava na hora de eu sair daqui. Fui em direção ao lugar onde passava minhas noites, mas no caminho percebi que não estava mais entre as sombras. Usar muito meu poder era mesmo cansativo, pelo menos minha presença ainda estava escondida.

Estava chegando, quando uma voz bem atrás de mim disse:

- Ora, ora, o que eu encontrei aqui?

Percy Jackson: O filho de TártaroWhere stories live. Discover now