Capitulo 14 ( Extra): O dia que eu cortei uma pedra

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Pov Percy:

E lá estava eu, no meu aniversário de 10 anos, esperando no salão central enquanto meu pai não aparecia.

Nem tinham me deixado dormir direito, as 5 da manhã um dos guardas esqueleto batia na porta do meu quarto, dizendo estar cumprindo ordens.

" Seu pai deseja te ver " - Dizia ele.

Fui obrigado a acordar cedo e estava esperando até agora enquanto ninguém aparecia. Depois de mais ou menos uma hora esperando, meu pai chegou. Ele segurava uma espada de 1 metro de comprimento, com cabo de couro, no cabo tinha o desenho de duas asas negras. O mais impressionante era a lâmina, ela era completamente negra como a noite, isso me fascinou.

- Você gostou dela? - Perguntou meu pai quando chegou em minha frente.

- Ela é maravilhosa. - Disse.

- Que bom que gostou. - Disse meu pai. - É para você.

Ele me entregou a espada e eu a peguei. Não era pesada como as outras espadas que já tinha treinado, mas também não era muito leve, posso dizer que ela era perfeita.

- É feita de Uranium, um metal que apenas primordiais usam, é muito raro de ser encontrado. - Explicou meu pai.

- E eu vou ter que carregá-la para todo lugar ? - Perguntei. Meu pai riu.

- Não, ela se transforma em uma tatuagem e quando você quer invocá-la é só tocar no lugar. Para ela se transformar em tatuagem, você só precisa pensar na espada sumindo.

Ok, isso era estranho. Imaginei a espada sumindo e quando olhei para minhas mãos, ela tinha sumido mesmo.

- Agora olhe seu braço direito. - Disse Tártaro.

Olhei e lá estava uma tatuagem de asas negras. Toquei no local e a espada apareceu novamente em minhas mãos.

- Uau, isso é incrível. - Disse surpreso.

- Bem, agora que já expliquei basicamente tudo para você, quero que você venha comigo até a sala de treinamento. - Disse Tártaro. Imaginei a espada sumindo e ela virou uma tatuagem novamente.

Claro que eu o segui. Ele saiu da salão central e foi andando pelos corredores, a única coisa ruim em viver em um palácio grande é que você se perde o tempo todo nos corredores, não é possível, até parece que esse lugar cria um caminho novo toda vez que eu passo. 

Chegamos a sala de treinamento e pode ter certeza que se eu já não estivesse acostumado, aquele lugar ia ser muito assustador. A sala não poderia ser chamado de grande, ela tinha um tamanho normal comparado ao salão central ou a sala do trono. As paredes dos quatro lados eram pretas e o teto era alto feito de vidro, grande parte dos tetos aqui eram assim, já que precisávamos ter alguma luminosidade lá dentro, já que vivemos no Tártaro que é um lugar muito escuro.

Meu pai andou até o centro da sala e se virou para mim.

- Tenho uma pequena tarefa para você fazer.

Dizendo isso, ele estalou os dedos e uma pedra um pouco maior que eu apareceu do seu lado.

- Quero que você corte essa pedra com a espada. - Disse Tártaro.

- Espera, você está falando sério? - Perguntei.

- Claro, porque não estaria? - Revidou.

Resolvi não discutir, enquanto ele saia da sala, eu apenas pensava em alguma maneira de conseguir cortar essa pedra.

Horas se passaram e eu ainda estava sem ideias de como fazer isso, eu atacava a pedra com a espada, mas nada acontecia, nem com a pedra, nem com a espada, talvez se eu conseguisse quebra- lá ficaria livre dessa tarefa, mas parece que isso não aconteceria. Tentei ir até a porta e sair para tomar um ar fora do Palácio, mas eu estava completamente trancado lá dentro.

A manhã passou e quando chegou o almoço, algumas empregadas invisíveis trouxeram a comida para mim, me alimentei, mas continuei sem nenhuma ideia de como fazer aquilo. Deitei no chão tentando relaxar, talvez assim alguma ideia surgisse na minha cabeça, já que bem, a maneira normal de usar uma espada não estava funcionando.

Não sei quanto tempo tinha se passado desde o almoço, mas uma pequena luz ainda vinha do teto de vidro, o que significava que ainda era dia.

De repente algo mágico apareceu do meu lado, reconheci como um portal e de lá saiu minha mãe, esplendorosa como sempre.

- Ah, olá Percy. Seu pai me disse que você estava aqui. Vim desejar feliz aniversário ao meu filho favorito.

Me levantei do chão e fui dar um abraço nela. Ela retribuiu.

- Então, o que está fazendo aqui?

- Estou tentando cortar essa pedra com a espada que meu pai me deu. - Respondi.

- Imaginei que ele faria isso. - Disse ela. - Então, já descobriu como cortar a pedra ?

- Não. - Disse rindo. - Já tentei cortar da maneira tradicional, mas não deu em nada. Então tentei pensar em algo, mas nada vem em minha mente.

- Entendo. Então acho que posso te dar uma dica. - Disse minha mãe. - Percy, você só tem a espada em seu favor?

- Ann... Não sei se entendi. - Disse.

- Vou deixar você pensar sozinho sobre isso, tenho certeza que vai conseguir achar uma resposta. - Disse ela. Então minha mãe sumiu em uma névoa como a noite, e eu estava sozinho novamente, em um impasse que não conseguia resolver.

" Você só a espada em seu favor ?". Isso martelava na minha cabeça, talvez ela quisesse dizer que aqui na sala eu teria outras coisas que poderiam me ajudar, mas a sala estava vazia, a não ser pela pedra e eu.

Será que eu deveria usar meus poderes? Mas nada ajudava nesse momento, eu posso ver se as pessoas ou monstros tem intenções boas ou ruins, posso manipular sonhos e ilusões, mesmo que não muito bem, posso me esconder nas sombras, mas isso não seria útil aqui.

Espera, me esconder nas sombras? Posso manipulá-las para me esconder nelas e se eu as manipulasse para deixar o corte da minha espada mais poderoso? Será que isso era possível? Não custa nada tentar.

Peguei minha espada e tentei fazer as sombras da sala se fundirem com ela. No inicio estava dando certo, mas isso era cansativo. Passei algum tempo da tarde apenas tentando fazer isso e quando finalmente consegui já estava quase de noite e eu estava muito cansado.

A lâmina da espada já era muito linda por si só. Mas agora, ela estava de dar medo, as sombras pareciam reforçar seu corte, como se fossem um só. Era perfeito.

Fui em direção a pedra, me preparei e ataquei a pedra, dessa vez foi diferente das outras, a pedra se partiu no meio, como se as próprias sombras a tivessem cortado, foi incrível.

Eu me sentia feliz por ter conseguido cumprir a tarefa que meu pai tinha me dado e sentia que nada seria como antes, descobri que posso usar meus poderes para outras finalidades, apesar de ter passado o dia trancado dentro desta sala, tinha valido a pena. Sempre valeria.

Notas do autor:

☆ Obrigada por lerem até aqui 😊

☆ Nos vemos no Sábado.

Percy Jackson: O filho de TártaroOnde histórias criam vida. Descubra agora