Duodeviginti

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Era perigoso demais. Ela sabia disso. No entanto, não conseguiu resistir ao convite. Uma única noite não faria mal, faria? Jay não iria nem ao menos desconfiar. Sorriu se vontade ao imaginar o que diabos o marido fazia naquele instante. Provavelmente estava encaixado entre as pernas de uma vagabunda qualquer em Richmond. A situação em que o relacionamento dos dois se encontrava chegava a ser patética. Ambos fingindo normalidade. Ambos sendo infiéis. Só que, para a sorte dela, ela era a única idiota que sabia de tudo e ainda insistia em ficar. Observou o homem ao seu lado sentindo o próprio rosto esquentar ao que ele sorriu abertamente em sua direção. Por que insistia em arrastar uma pessoa tão boa para o meio daquele tornado? Emily realmente não valia o chão em que pisava. Virou-se novamente para a rodovia, deixando que a animação tomasse conta do próprio corpo nem que fosse por alguns instantes. A viagem de pouco mais de uma hora chegou ao fim e ela desceu do carro observando a casa à sua frente. A construção parecia ser bem antiga, ainda assim era impressionante e muito bela. Os pais de Pete deveriam estar envolvidos em negócios de muito sucesso. A porta ao seu lado se abriu e, cavalheiro como sempre, ele a ajudou a descer do veículo. Uma mulher bonita, que aparentava estar na casa dos cinquenta, apareceu na porta de entrada e desceu as escadas animadamente. Seus cabelos castanhos eram de comprimento mediano e os olhos quase tão azuis quanto os do homem ao lado de Em.
“Pete! Até que enfim.“ o abraçou lhe beijando a testa logo em seguida “E você deve ser a Emily." 
“Isso.“ a mulher alta balançou sua mão a encarando de maneira curiosa.
“Não demoramos tanto, mãe. Ainda nem deu meio dia." 
“Se vão ficar só até amanhã de manhã deveriam ter chegado no máximo às nove." 
“Adrian está em casa?"
“No escritório, como sempre." 
“Vou falar com ele. Por que não apresenta Long Island à Em?" 
“Claro, claro." 
“Até daqui a pouco.“ o homem beijou seu rosto saindo dali antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa.
“Vamos?" 
“Sim, claro.“ tentou não gaguejar. Havia algo sobre a mãe de Pete que a deixava extremamente nervosa. Não sabia o quê, mas estava prestes a descobrir. “Tem um belo jardim." 
“Obrigada. Eu cuido pessoalmente dele.“ encostou a ponta dos dedos numa das rosas. Um silêncio desconfortável tomou conta do ambiente ao que caminhavam em direção à casa. Estava prestes a dizer algo, mas as palavras da mulher ao seu lado a interromperam. “Seu marido sabe que está aqui?"
“C-como?“ seu coração bateu acelerado.
“Não finja que não me ouviu, querida. Apenas responda a pergunta." 
“Não.“ baixou os olhos visivelmente sem graça.
“É o que eu havia previsto.“ respirou fundo passando a mão pelo rosto.
“Eu..."
“Não precisa se justificar. Sei que algumas vezes o destino nos coloca em situações… inadequadas.“ sorriu pra ela e a mais nova retribuiu “Ainda assim, peço que não brinque com os sentimentos do meu filho."
“Eu nun..."
“Faça melhor, se afaste dele antes que seja tarde demais.“ o sorriso continuava nos lábios da mulher ao que os dois homens se aproximavam “Porque se o meu filho se machucar por sua causa,“ virou-se para Emily completamente séria "eu vou te fazer se arrepender de ter nascido." 
“Em.“ a voz de Nichols fez com que as duas quebrassem o contato visual “Este é o meu padrasto Adrian." 
“É um prazer finalmente conhecê-la.“ o homem beijou sua mão e ela se forçou a sorrir ainda ouvindo as palavras da outra ecoarem em sua mente “Adrian Lucchese." 
“Lu..." 
“Não daqueles Lucchese." 
“Ah, sim, o prazer é todo meu." 
“Eu e Em vamos lá pra casa da piscina. Avisem quando o almoço estiver pronto.“ puxou-a pela mão caminhando na direção oposta. Ainda podia sentir os olhos da outra mulher, Marcy, a observarem, mas não conseguia se forçar a encará-la. As palavras dela apenas pioraram seu maldito nervosismo. "Em?" mirou o homem que lançava um olhar confuso em sua direção 
“Desculpa, me distraí." 
“Não pensa, okay? Vamos só aproveitar a oportunidade." 
“Certo." se forçou a sorrir "Então é aqui que o senhor passou boa parte da vida, hm?"
“Sim. Dezoito anos dentro dessa casa." apontou para a casa com janelas de vidro enormes
“Acho que agora descobrirei todos os seus segredos, Nichols." colocou a mão sobre a maçaneta. 
“Pra que conseguisse isso precisaria de mais tempo do que eu vou te dar para fuçar as minhas coisas." 
“Ah é?" sorriu ao que ele a abraçou por trás.
“Sim. Ou pensa que eu te trouxe aqui para reviver memorias do passado?" 
“Qual foi o propósito da viagem então?" virou-se para ele dando passos para dentro da casa.
“Vamos, nós dois sabemos."
“Me trouxe aqui para se aproveitar de mim? Que coisa feia." circulou o pescoço dele com os braços sentindo-se ser apertada pela cintura. Continuou dando passos incertos até que seus joelhos se encostaram numa superfície macia e, ao ser empurrada contra esta, percebeu que haviam chegado à cama dele. As mãos de Pete se tornavam mais e mais rápidas a cada segundo, alternava em beijar-lhe os lábios e sugar levemente a pele do pescoço da outra. A camisa que ele vestia já havia desaparecido em algum lugar ali há tempos, tentava tirar as calças dela ao que sentia suas costas sendo quase rasgadas pelas unhas curtas. A presilha em seus cabelos a incomodava há alguns minutos e a dor chata se tornara insuportável. Abriu os olhos, gemendo baixo ao sentir os dedos dele dentro de sua calcinha, e levantou a cabeça pronta para pegar o objeto e atirar aquela porcaria pra longe. Seus olhos avistaram uma foto num porta retrato. Este estava acompanhado de outros, ela não conseguiu se impedir de empurrá-lo e se mover na direção das fotografias. 
“Oh, Pete, você era muito fofo." observou o rosto dele que não poderia ter mais que cinco anos.
“Sim. Agora vamos voltar ao que estávamos fazendo." pressionou a ereção ainda coberta contra ela que fechou os olhos com força 
“Deixa eu ver as fotos. É rápido." 
“Elas vão estar aí quando a gente terminar." beijou o pescoço dela.
“Assim como nós estaremos quando eu terminar de vê-las." 
“Por favor?" fez a típica expressão de cão abandonado e ela sentiu o próprio coração derreter.
“Tudo bem.“ beijou os lábios dele sorridente “Eu quero ver as fotos depois, hein?"
“Eu te mostro o que você quiser depois.“ tirou a blusa dela quase desesperado 
Qualquer coisa? “ sorriu marota.
“Sim.“ deitou-se sobre o colchão com o corpo dela sobre o próprio “Eu já te disse que você é a mulher mais linda que eu já vi em toda minha vida?“ enfiou o dedão na parte inferior do sutiã dela massageando a parte do seio que conseguia tocar.
“Mentir é feio.“ murmurou entre os beijos.
“Deus sabe que isso é a mais pura verdade." 
“Pensei que você queria ação e não palavras.“ os olhos se conectaram e ele podia quase ver a chama acesa dentro dos dela.
“Vou te mostrar ação.“ inverteu as posições ouvindo a risada dela. Puxou suas pernas bruscamente a forçando a envolver sua cintura e o beijo se tornou mais selvagem. Emily empurrava os quadris na direção dele, gemidos baixos escapavam de seus lábios em meio ao beijo e as mãos dele apertavam sua bunda com força. Definitivamente não estava acostumada aquele lado de Pete. “Está gostando da ação?“ sorriu de lado ao que seus dedos invadiram a calcinha dela. O corpo da mulher arqueou, suas unhas arranharam a pele da nuca do homem e ele voltou a beijar-lhe o pescoço.
“Oh, Pete."
“Nem começamos direito, meu amor.“ os movimentos dos dedos dele se tornaram mais frenéticos, os gemidos dela mais audíveis e ele não conseguia controlar as reações do seu próprio corpo. Praticamente rasgando o tecido da calcinha, jogou seus jeans num canto junto às boxers puxando o corpo dela e fazendo com que ela se sentasse sobre o seu. Gemeu apertando o ombro do homem ao que se sentiu ser penetrada. Nichols adorava vê-la por cima, mas naquele dia ela queria que ele tivesse o controle da situação. Inverteu as posições recebendo um olhar confuso da parte do homem, puxou-o para mais perto com os pés e ele colocou uma das mãos sobre seu rosto mantendo o contato visual entre os dois. As estocadas eram profundas e tinham a força exata para não machucá-la. Aquilo era o que ele mais temia. Feri-la de alguma forma e estragar tudo. Sua outra mão percorreu o resto do corpo dela, acariciando os pontos exatos para levá-la à loucura e a julgar pela expressão no rosto da mulher ele acertara em cheio. Um sorriso convencido tomou conta de seu rosto por alguns instantes até que se sentisse começar a ser dominado pelo incontrolável orgasmo. Franziu o cenho movendo os dedos e os quadris mais rápido. Emily também estava sendo dominada pelo prazer e, logo, ambos atingiram o clímax quase que simultaneamente. Abriu os olhos encarando o rosto do homem, sentia o suor escorrer pela testa e tocou o rosto dele levemente antes que um pensamento tomasse conta de sua mente e ela começasse a rir.
“O que foi? Qual a graça?" 
“Nada.“ continuou rindo “É só que“ gargalhou mais um pouco “olha pra nós dois. Transando na casa dos seus pais feito dois adolescentes." 
“É.“ ele riu também “Há muito tempo não fazia algo parecido." 
“Então assumo que eu seja especial, hm?“ arqueou a sobrancelha puxando-o pela nuca para mais perto.
“Só agora percebeu? “ selou os lábios nos dela.
“O que acha de repetirmos a dose?“ mordeu o lábio inferior dele que sorriu. 
“Temos que esperar um pouco. Não tenho energia pra começar tudo de novo imediatamente." 
“Até parece que você é tão velho assim, Pete.“ ele sorriu de forma misteriosa.
“Além do mais, daqui a pouco minha mãe vem nos chamar pra almoçar. Você não quer que ela nos veja assim, quer?“ o sorriso sumiu dos lábios dela.
“Não.“ lembrou-se da maneira ameaçadora com a qual a mulher tinha falado consigo “Vamos nos vestir".

Arcana - LEIAM A DESCRIÇÃO Où les histoires vivent. Découvrez maintenant