Reunião particular

1.5K 136 47
                                    

Sakura

Segui esperando pelo momento em que eu ia acordar, decepcionada pelo fim do sonho que tivera. Todas as noites, quando Sasuke fugia para o meu quarto e nós fazíamos amor, eu esperava por esse momento. Mas ele não veio. Não era um sonho. Depois de alguns dias, eu comecei a aceitar que não estava fantasiando, que tudo aquilo estava mesmo acontecendo.

As manhãs se arrastavam, enquanto o tempo parecia zombar de mim, passando mais devagar para me deixar mais ansiosa. As tardes caíam em câmera lenta, cada dia mais longas. Mas as noites... Elas passavam rápido demais, parecendo ficar cada vez mais curtas.

Cada segundo com ele, com seu corpo quente tocando o meu, seus lábios explorando cada parte de mim, era precioso. Não havia ouro no mundo mais caro que os momentos que eu vivia com ele, todas as noites.

Nós ficávamos deitados, em silêncio, lado a lado quando o dia começava a nascer. Às vezes só nos olhávamos, conversando no silêncio de nossos pensamentos.

Eu me preocupava durante o dia todo sobre como Sasuke estava conseguindo treinar, dormindo tão pouco como estava. Prometia para mim mesma que, quando ele chegasse à noite, eu iria obrigá-lo a descansar, recusando seus carinhos. Mas eu era fraca demais diante daqueles olhos negros. Ele só precisava pairar o olhar sobre mim para me dominar por inteira.

Dez dias haviam se passado desde que ele aceitara o trato de Akira. Enquanto estava sozinha em meu quarto, eu tentava calcular quanto tempo ainda teríamos até que tivéssemos que entrar em um embate com o general. Eu sabia que Sasuke não entregaria seu Sharingan tão facilmente, e eu não deixaria que ninguém fizesse mal a ele.

Eu conversava com Naruto, quando tínhamos algum tempo a sós. Ele também estava disposto a brigar, maquinando as próprias estratégias de batalha. Éramos minoria, mas teria que bastar. Eu não ia admitir sair dessa vila sem Sasuke, não depois de tudo que mudara entre nós. Agora era ainda mais pessoal.

Sasuke

Sato me guiou até o campo de treinamento no terraço, silencioso como sempre. Akira já estava me esperando, apoiado em um toco de árvore que usava como mira. Sua postura estava diferente dessa vez. Fiquei na defensiva, atento aos arredores, a qualquer movimento. Como sempre, só Akira, Sato e eu estávamos ali, mas eu não sabia o que podia acontecer. Esperava qualquer coisa do general.

- Sasuke, Sasuke – começou ele, esfregando as mãos.

Mantive a postura, disfarçando a desconfiança. Sem ficar nem perto nem longe demais, observei Akira, aguardando atentamente o que ele queria me falar.

- Já tem dez dias que selamos nosso trato e você tem sido muito útil para mim – Um frio desceu pela minha espinha.

Será que ele já ia me descartar? Tomar meus olhos e me expulsar da vila? Eu me perguntava se ele cumpriria nosso acordo à risca: ao longo dos dias demonstrando meu Sharingan, eu tinha determinado que só entregaria o que ele queria, quando Sakura estivesse em segurança em Konoha. Era uma exigência para garantir que ela voltaria para casa, mas também para me dar tempo de fugir.

Akira era um general, acostumado à guerra e a alianças entre inimigos. Eu me perguntava se ele já sabia que meu plano era traí-lo. E, se já sabia, qual era o seu plano para me contra-atacar.

- Acredito que podemos parar com as encenações – prosseguiu ele, começando a caminhar de um lado para o outro.

Eu me mantive em silêncio. Quanto menos falasse, menos risco correria. Ele poderia estar falando da minha ideia de traição, mas podia estar se referindo a outra coisa... Talvez tinha descoberto sobre minha visita ao seu escritório, talvez fosse me falar qual era seu plano com meu irmão. Fosse o que fosse, eu aguardava pacientemente, observando-o com atenção.

O Único JeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora