Capítulo 80

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POV Any

Chegamos até à mansão dos Dávilla e Felipe parecia totalmente inquieto após nos receber em sua casa.

— Aconteceu algo? Estamos preocupados. – meu pai o olhou.

— Eu achei algo no quarto do meu irmão e eu de verdade não queria que você visse àquilo, mas vocês são os únicos adultos com o juízo perfeito e que vêem perfeitamente o monstro do qual meu irmão se transformou.

— Você está nos assustando.
– minha mãe olhou-me antes de voltar sua atenção para Felipe que nos guiou até o quarto de André.

A sensação de entrar naquele quarto fora totalmente estranha. Eu conseguia sentia arrepios somente por lembrar do seu perfume e do sorrisinho cínico que nunca abandonava seu rosto.

Estava praticamente vazio e só havia sua cama, uma escrivaninha sem qualquer objeto sobre ela e um closet em tons escuros, assim como todo quarto.

— Eu estava mexendo aqui por estar entediado e acabei encontrando isso. – Felipe tirou uma caixa grande e eu senti meu corpo cambalear ao olhar àquilo.

Eram fotos minhas, de todos os ângulos e eu me senti enojada por notar que a maioria delas estavam em perspectiva baixa.

— Que merda é essa? – meu pai estava totalmente irado.

Senti vontade de chorar olhando tudo aquilo, tão bem planejado, com horários, datas e um endereço no canto do quadro.

— André tinha a pretensão de sequestrar a minha filha? É isso?
– mamãe se aproximou incrédula.
— Gabrielly, diz para mim que você não me escondeu nada, me fala que ele nunca encostou o dedo em você. – segurou meus ombros e meus olhos marejaram enquanto eu a explicava que não havia acontecido algo maior do que a forma super inoportuna da qual ele sempre vinha falar comigo.

Então ela chorou enquanto pedia-me desculpa por ter sido desatenta, por não ter percebido que estava acontecendo algo além de uma implicância entre nós.

Eu não a culpava, afinal, eu não havia contado para ela como as coisas de fato aconteciam quando André estava por perto e precisava pedir desculpa a eles por não ter feito isso antes.

Me faltou coragem. Eu me sentia de fato assustada com sua presença e a possibilidade de que ele pudesse fazer algo à minha família, apavorava-me por completo.

Sei que agi errado mas fora tudo o que minha mente conseguiu fazer no momento. E agora, estávamos olhando para àquele quadro que chegava ser monstruoso de tão nojento.

Não que eu me sentisse suja pois o único imundo dessa história era André, porém, era nojento a forma como ele planejou tudo àquilo, como desenhou e desejou cada parte minha. Um monstro.

— Bem. – meu pai fungou impedindo que a primeira lágrima caísse. — Precisamos chamar a polícia, alguém precisa parar esse desgraçado.

— Tem razão. – minha mãe concordou com ele e o telefone tocou à sala.

— Eu vou atender. – Felipe saiu do quarto.

Papai pegou o celular disposto a mover o mundo atrás de André e com um grande amigo como delegado com certeza não seria difícil.

Ele andou de um lado para o outro totalmente impaciente e paramos ao ouvir algo cair em outro cômodo.

— Lipe? – Isa o chamou preocupada e após não obter resposta, foi até à sala e nós a seguimos encontrando o telefone fora do gancho. — O que aconteceu? – perguntou preocupada ao observar Felipe estático.

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