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Catherine









Talvez seja exagero meu não saber como agir ou o que fazer. Foram duas vezes que nos encontramos desde que ele tinha voltado ferido de uma missão quando estava no exército, ele nem sequer me procurou e nem sequer perguntou por mim. E quando nos vimos pela primeira vez depois de tantos anos, ele me ignorou e aquilo magoo bastante.

Como eu fiquei sabendo? Apesar de ser todo desligado, Allan deixa escapar qualquer assunto e me contou tudo o que estava acontecendo e algumas vezes, eu ouvia o meu pai contando para a minha mãe ou quando estamos fazendo as refeições, ele sempre escapa contando sobre algo.

Eu sempre fingi indiferença quando estávamos no mesmo ambiente porque eu planejava, pensava por horas no que fazer com ele próximo de mim quando eu sabia que ele estaria lá, mas hoje, foi uma total surpresa para mim.

Noah está muito próximo de mim e o olhar que recebo dele está me machucando. Como ele consegue me afectar tanto mesmo depois de tanto tempo? Eu não consigo entender o que o meu coração se prendeu logo em algo que ficou preso no passado, e a indiferença com que ele me abordou está claro para mim que não há mais nada do que restou no passado para ele.

— O seu presente. — ele diz e arregalo os olhos me dando conta que fiquei tempo demais o encarando.

Abaixo o olhar e vejo uma pequena caixinha decorada em suas mãos e volto a olhar para o rosto. Ele ficou mais bonito de quando era um adolescente que parecia um bad boy, mas era muito meigo e sempre contávamos um com o outro.

Fechei os punhos me concentrando e suspiro o encarando sem extravasar nada no meu rosto. Noah arqueia as sobrancelhas me encarando curioso e só consigo ficar mais fria da maneira que ele me encara e pego a pequena caixa embrulhada por papeis decorativos.

— Obrigada, Noah! — agradeço um pouco fria e não consigo me reconhecer nesse momento.

Noah me encara com os dentes trincados por longos segundos e não desvio o olhar, finjo não me importar com nada, eu não vou cair dessa vez, sei como ele me afecta, mas não vou deixar que isso me domine e que os meus olhos fiquem marejando.

O meu coração dentro do meu peito bate parecendo que o meu peito irá se abrir, mas mantenho a compostura até que sinto a presença de outra pessoa do nosso lado e Noah ser chocalhando por duas mãos e vejo ser a Stelany o abraçando.

— Cenourinha! — ela fala apertando Noah que faz uma careta em resposta.

— Anãzinha! — ele diz a envolvendo em seus braços e só fico que nem uma idiota olhando para os dois. — Vim assim que você me pediu. 

— Senti saudades até de você me incomodar para pedir que faça algum doce.

— É segredo, não fique espalhando assim essas coisa, irmã. — Noah fala olhando em volta ainda com a Stelany envolta dos seus braços.

Algum tempo atrás, pensei que eles fossem ter algum relacionamento amoroso da maneira que os dois se tratam e admito que fiquei até com ciúmes dela estar sempre sobre as asas do Noah.

Eles parecem serem muito ligados e mesmo que agora eu sei que Stelany irá se casar com o meu primo que os encara com um sorriso nos lábios, eu não consigo ficar mais tempo aqui vendo Noah agir normal com todo o mundo, mas seus olhares sobre mim não são nenhum pouco amigáveis.

Respiro fundo e encaro a pequena caixa nas minhas mãos. Ele se incomodou de trazer um presente para mim, aliás, para eu e o meu irmão, mas ele me olha com tanta indiferença e me ignora, mas em alguns momentos sinto ele me observando.

Entrelaçados No Passado - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora