Dungeon II

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Com os meus clones de névoa fazendo a maioria do serviço foi até fácil desviar das armadilhas. No centro da torre parecia ter algo diferente, um dos meus bonecos não tinha conseguido avançar mas também não havia sido destruído parecia estar apenas parado.

Foi o que me motivou a seguir aquele caminho em específico, mesmo os corredores pareciam um pouco mais antigos e isolados que as outras partes das masmorras. Encontrei a silhueta parada contra a parede uma pequena corrente de ar puxando os filetes de fumaça branca para dentro da rocha.

Uma passagem secreta.

Apalpado gentilmente as rochas ao redor tentei achar alguma fissura ou algo que servisse de alavanca, um retângulo mais solto foi mais do que o necessário para que a passagem se liberasse. Balancei a mão afastando um pouco da poeira que se levantou olhei para a passagem não vendo nada  além da escuridão, um grande vazio.

Nem mesmo um sinal do seu clone que havia andado e continuado seu caminho, quanto mais encarava a massa preta mais sentia se envolver como se tivesse a chamando, entrelaçando traiçoeiramente em seu corpo. Deu um passo na direção do que quer que fosse seguindo seu chamado sedutor...

-Floco de neve o que está fazendo?

Piscou algumas vezes antes de recobrar a consciência e se virar para encontrar Yami, a katana preguiçosamente jogada no ombro enquanto coçava os cabelos já bagunçados com a outra.

-O que? – perguntei recuperando o folego que nem havia percebido que foi perdido.

-Porque está olhando – ele inclinou a cabeça pela passagem – Esse corredor absolutamente normal de maneira tão intensa? Tem medo de ficar sozinha?

Virei o rosto voltando a encarar a passagem, agora normal com o breu já não existente.

-Não – respondi séria – Só achei ter visto alguma coisa.

-Uma aranha?

Sem se importar com o fato dele ser substancialmente mais alto o acertei na altura do estômago – Pare de tentar achar alguma coisa pra falar que eu estou com medo brutamontes.

-Não estou fazendo isso – ele soltou uma risada grave e seguiu para a passagem recém aberta.

-Claro – revirei os olhos andando atrás dele em seguida, não fazia ideia de onde Nozel estava. Mas ele era um membro da realeza, por mais que sua personalidade fosse um pé no saco não poderia desmerecer seus poderes. Ficaria bem independentemente da situação.

Andando pelo longo corredor a sensação das sombras ainda a observando ainda causava um sentimento incômodo.

-Parece que achei alguma coisa – Yami disse olhando pela saída, era uma cúpula cercada por um rio ele corria em direções diferente seguindo para o topo se juntando num lago que ficava de ponta cabeça. No que eles considerariam que fosse o chão duas grandes portas indicavam que era a câmara do tesouro.

Antes que pudesse falar uma estratégia o cavaleiro mágico dos Cervos Cianos se lançou na direção do fundo, mas surpreendentemente a gravidade o jogou para cima fazendo com que caísse no lago invertido, e de uma maneira bem tosca.

Uma risada escapou de seu lábios – Você é bem idiota não é?

-Desça aqui e vou te mostrar o idiota.

Olhei em volta o meu clone parecia estar na direção certa já que estava parado em cima da porta, fazendo um teste tirei a minha própria capa e a joguei, ela caindo na direção do lago. Aparentemente a gravidade alterada funcionava apenas para coisas materiais e não afetava magias, olhando mais atentamente consegui ver algumas esferas luminosas, quadro delas apontadas em direções diferentes...

Deveriam representar os 4 pontos cardinais, norte, sul, leste e oeste.

-Yami está vendo aquela esfera a sua esquerda? Pode tentar a virar? – falei para o homem que parecia tranquilo demais boiando no lago.

-Eh? Porque você não mexe?

-Anda logo! Estou tentando descobrir algo por aqui.

Um pouco relutante ele nadou até a beirada e se aproximou da esfera a virando de uma vez, coloquei as mãos nas paredes me segurando na borda. O lugar inteiro havia se virado e eu agora estava pendurada.

-Vire de novo! Yami vire de novo!

A gargalhada dele me fez perceber que ele era a pior pessoa possível para eu estar junto naquele momento, mais um movimento daquele grande quebra-cabeça e eu fui lançada para dentro da cúpula caindo em algo fofo que se assemelhava a grama. O rapaz estava na minha frente mas parecia precisar olhar para cima pra me ver.

-E então?

-É um quebra-cabeça precisamos colocar a sala numa certa posição para conseguirmos abrir a porta dos tesouros. Entretanto são quatro pontos, precisamos movimentar os 4 pra conseguir.

-E devemos apenas sentar e esperar os outros chegarem?

-Não – respondi – Tenho certeza que conseguimos mexer usando a minha magia e a sua. Mas o problema real é descobrir a posição certa.

Um dos clones estava perto da esfera da porta então podia usar ele para mexer, coordenando sua movimentação ele tocou o ponto de luz o girando gentilmente diferente de Yami. A sala agora girando na diagonal, bom era claro o que tinham que fazer.

Deveria ter alguma indicação do padrão em algum lugar, espera... O rio.

Nascia da porta da sala do tesouro e fluía em partes até o lago, eles haviam mudado de lugar também mas mesmo assim a água continuava seguindo seu curso. Me aproximei da esfera que estava por perto a girando algumas vezes e quando conectou a primeira parte do rio a porta se abriu um pouco.

-Temos que conectar o rio na ordem certa, só então vamos conseguir abrir a câmara.

-Deixa comigo!


Não existia meio de ser uma boa ideia.


E o pensamento se provou verdade nas próximas horas, ou pelo menos se pareciam horas, estava extremamente enjoada de ficar girando em todas as direções possíveis, mas depois de muitas tentativas faltava apenas uma parte. Yami lançou a magia dele na direção da última esfera conseguindo finalmente conectar o rio no seu curso normal e então tudo começou a mexer uniformemente a gravidade se desfez e tudo se acertou.

Antes que pudesse reagir cai na direção do curso do rio. Não consegui reagir pela correnteza forte criada pela mana e combinado com o enjoo me deixou ainda mais vulnerável.

Meu pulmões já queimavam pela falta de oxigênio a visão escurecendo lentamente enquanto a superfície se afastava cada vez mais a última coisa que senti foi algo envolvendo a minha cintura e me puxando.

Depois disso apenas me lembro da escuridão.





N/A: Obrigada pelo apoio e por ler até aqui!

Até mais, Xx

Sulit Love - (Nozel Silva x [Nome] x Nacht)Onde histórias criam vida. Descubra agora