3- A plataforma

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-Tome, esqueceu ontem- digo entregando o terno ao meu noivo

-Percebi quando cheguei em casa, obrigado- ele diz - Está pronta?

-Sim, aceita tomar um café?- pergunto e ele nega- Então podemos ir

-Onde estão suas coisas?- ele olha confuso para atrás de mim já que não vê nenhuma mala

-Feitiço indetectável de extensão- digo balançando a pequena bolsa e ele me olha impressionado

-Me impressionando cada dia mais Martina- olho para ele com cara de tédio e ele finge que não viu

-Vamos pequeno rei- digo começando a andar até a estação de trem e ele mais uma vez me olha impressionado

-Pesquisou o significado do meu nome?- sua boca forma um O

-Sei o significado do seu nome desde os doze anos- digo e me olha mais uma vez

-Sério?- pergunta

-Não, pesquisei hoje de manhã- digo rindo

-Vamos deusa- ele me oferece o braço rindo e eu agarro

-Vai me chamar assim agora?- pergunto

-Vai me chamar de pequeno rei?- pergunta e eu assinto- Então sim, irei lhe chamar de deusa

O caminho até a plataforma foi tranquilo, Regulus até poderia ser uma companhia agradável, achei que mudaria o comportamento assim que passássemos entre as colunas 9 e 10 mas isso não aconteceu, ver o trem vermelho escarlate o deixou até mais calmo

-Pode me dizer o que está pensando?- ele diz passando o braço pela minha cintura e eu o olho confusa- Está calada, deusa

-Não é nada demais- digo dando um pequeno sorriso- Está bem com tudo isso?- ajeito sua gravata que estava torta e aliso seu casaco e depois olho para seus lindos olhos castanhos

-Se estiver tudo bem por você, querida- ele diz

-Sabe que não precisa ficar comigo em Hogwarts não é?- digo

-Vamos tentar aproveitar essa amizade, ficarei com você em Hogwarts- ele quase dando um sorriso mas o mesmo some quando olha para trás de mim, me viro e vejo o que o deixou tão mal

-Que tal irmos atrás de uma cabine, pequeno rei?- digo tocando sua mão, o que o faz olhar para mim e balança a cabeça concordando mas ainda cabisbaixo

O afasto da visão do irmão mais velho, Sirius, que nos encarava e estava na companhia dos outros três grifinórios inseparáveis , imagino como deve ser difícil para Regulus, eu ficaria destruída se Enrico tivesse feito algo parecido. Encontro uma cabine vazia e o puxo para dentro, ainda sem soltar sua mão, e ele continua sem falar nada, então respeito seu espaço

P.O.V Regulus Black

Walburga Black, não era nem de longe a melhor mãe do mundo, muito menos Órion o melhor pai, mas eles ficaram, não me abandonaram para chamar outros de família. Sirius foi embora, e me deixou para trás sem se importar, chama James Potter de irmão para todos que quiserem ouvir, sem meu irmão, tive que aprender a me adaptar para sobreviver sem as torturas de meus pais, então só aceitava o que diziam.

Inicialmente Martina deveria ser noiva de Sirius, mas o cargo passou para mim, então passei a admirá-la de longe ao longo dos anos, não para vigia-la, mas para conhecê-la mas eu não tinha coragem de me aproximar, podíamos ter começado essa amizade desde o berço ou desde os 11 anos. Ela não costuma falar muito com seus colegas de casa, tem um dormitório privado e seus melhores amigos são seus livros, passa tanto tempo lendo no jardim próximo ao lago negro ou nas poltronas do salão comunal.

Agora olho para a mesma sentada na minha frente, seu cabelo quase tão negro quanto o meu e a mecha que insiste em cair no seu rosto, os cílios bem curvados, os olhos também negros mas com um brilho que poderia se assemelhar as estrelas, os lábios carnudos e rosados. Ela não perguntou sobre Sirius, apenas me trouxe para uma cabine e me fez companhia, fez com que eu me sentisse cuidado, eu acho.

-Obrigado- digo após alguns minutos desde que trem saiu da estação

-Pelo o que?- ela pergunta com sua voz levemente rouca

-Acho que essa amizade vai dar certo- digo sem responder sua pergunta e ela abre um sorriso

-O pequeno rei quer seu meu amigo- ela diz e pisca para mim

-O pequeno rei é seu futuro marido- digo e ela fica sem palavras- E deusa, boa sorte sendo a futura senhora Black- pisco para ela

-Não está nervosa?- pergunto

-Estará comigo?- pergunta e eu assinto- Então não estou nervosa

-Ficaremos bem deusa- digo dando um pequeno sorriso

-Ficaremos bem, pequeno rei

A prometidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora