35- Enterro

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Abro meus olhos e continuo sentindo a ardência no meu braço, eu ainda tinha esperança de ter sido um pesadelo, eu olharia para o meu braço esquerdo e então não veria nada, mas ela está lá e ficará lá para sempre me lembrando de um dia que eu fui fraco

Olho para minha cômoda e vejo um bilhete com meu nome, reconheço a letra de Cissa e suponho que ela tenha me trazido até em casa

Regulus,
Sinto muito por ontem primo, mas tivemos que fazer o necessário. Sinto muito também por lhe informar que seus pais faleceram essa madrugada, soube da notícia por Monstro quando lhe trouxe para casa, o enterro será hoje a tarde.

Com amor, Narcissa

Balanço a cabeça ainda digerindo tudo o que li, meus pais morreram, eu deveria estar me sentido mais leve e livre, mas se sinto esgotado e derrotado. Não sei como vou olhar para Martina tendo isso no braço, o peso disso é desgastante

Levanto da cama sentindo meu estômago embrulhar, corro para o banheiro e ponho tudo para fora. Após dar descarga, entro no box e deixo o chuveiro ligando em cima de mim, tendo a mínima sensação de limpeza.

Visto o terno preto de costume, e desço para cozinha, tendo a surpresa de encontrar Martina, Enrico e seus primos pondo a mesa com Monstro

-O que fazem aqui?- pergunto sem parecer grosseiro, só surpreso

-Não achou que deixaríamos você sozinho hoje, não é cunhadinho?- Enrico diz- Sinto muito- ele me abraça e eu agradeço

-Estamos aqui por você, é da família- Valentino diz

-Fiz chocolate quente, Tina disse que você adora- Beatrice coloca uma xícara de chocolate quente na minha mão

-Vi a notícia hoje no Profeta Diário, não quis deixar você passar por isso sozinho- minha deusa diz passando os braços pela minha cintura me abraçando- Meu pai foi resolver o assunto do enterro e eu disse que cuidaríamos de você

-Eu amo você- digo e a aperto no meu peito sentindo o delicioso cheiro de morango do seu cabelo- Obrigado deusa

-Sempre pequeno rei- ela diz no meu ouvido- Eu amo você- eu dou um selinho nela

-Cheguei atrasado?- ouço alguém entrar na casa e fico ainda mais surpreso ao ver Sirius entrando com uma embalagem

-Você também faz parte disso?- pergunto e ele me dá um sorriso

-Não por nossos pais, mas por você- ele diz me abraçando depois que Martina se afasta para pegar a embalagem de sua mão- Além disso, eu fui comprar pudim, lembrei como animava você quando éramos crianças

-Obrigado- digo o apertando contra mim

-Para sempre agora, eu lhe disse ontem- ele diz- Vamos comer?

Foi uma refeição bastante estranha, pra falar a verdade, me senti acolhido e até amado. Martina e Sirius ficaram ao meu lado o tempo inteiro que durou o enterro. Sirius aguentou todos os olhares de julgamento da nossa família mas ele não largou a minha mão.

Chorei horrores ao ver aqueles caixões descendo, quem via pensava que era só um filho sofrendo pela morte dos pais, mas eu estava chorando por mim, não por eles, e sim pela minha dor que deveria ser um alívio. Aqueles que deveriam me dar amor e conforto, fizeram da minha vida o inferno e garantiram que ela iria continuar assim até depois deles morrerem. Eles me condenaram e não se arrependem disso

Sinto meu braço queimar, e aguento sem reclamar, não me importo em sentir aquela dor, mas evitarei que Martina sinta ela. Eu irei matar todos eles, o autointitulado Lorde das Trevas, minhas primas e seus maridos, irei garantir que todos eles tenham uma morte terrível e eu farei isso com minhas próprias mãos

-Vamos?- Martina pergunta e eu assinto

-Está melhor?- Sirius pergunta e eu assinto também

Saímos da cripta da família sem com que eu dissesse uma palavra. Segui até minha casa, agora em meu nome, destinada a mim, planejando como eu farei todos eles queimarem

Eles me incluíram nisso, e eu irei destronar todos eles por dentro, farei seu sangue ferver e seus olhos explodirei. Eu serei a pessoa que os guiará para a decadência, os Lestrange, os Malfoy e Voldemort

Destruirei todos eles em razão a minha liberdade, e da comunidade bruxa. Eu serei a causa da destruição de todos eles.


Maratona 4/9


Vocês não podem me julgar, mas eu amei matar os pais dele, NÃO ME JULGUEM

A prometidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora