I. there is suffering too terrible to name

121 10 0
                                    


NOTA DA AUTORA: Olá, pessoas lindas!!! Tudo bem com vocês? Bom, queria começar agradecendo às criadoras do Maio Weasley por esse projeto maravilhoso sobre essa família linda e recomendar que procurem as outras fanfics do MW. Para saber mais basta entrar na página do Twitter: @MaioWeasley

Dito isso, espero muito que gostem dessa história. Os capítulos serão curtinhos, mas falam muito sobre morte, perda e luto. Considerando o momento tão doloroso que estamos vivendo, acho que talvez não seja adequada a todos. Então, se essa for uma questão sensível para você, sugiro que não leia.
Todos os capítulos são inspirados em trechos da música It's Quiet Uptown do musical Hamilton, então se quiserem ouvir durante a leitura é uma boa ideia.
Espero que todos fiquem bem e aproveitem a fanfic! ♥

//////

I

.

{there is suffering too terrible to name}

.

.

"there are moments that the words don't reach

there is suffering too terrible to name

you hold your child as tight as you can

and push away the unimaginable"

.

.

Não havia nada a ser dito. Uma única palavra que pudesse traduzir o que ela sentia ou afugentar seu sofrimento. Molly Weasley era uma mulher experiente e que já havia vivido por muitos anos e muitas angústias. A morte não lhe era estranha. Já havia lhe olhado nos olhos uma ou duas vezes. E já havia lhe roubado mais pessoas amadas do que poderia contar. Avós. Avôs. Tios. Tias. Mãe. Pai. Seus adorados irmãos, Fabian e Gideon. Uma infinidade de amigos queridos. A perda sempre vinha com dor. Porém, nenhuma perda e nenhuma dor poderiam se comparar àquela.

Havia um rasgo em sua alma. Um buraco em seu coração. Um vazio em seu espírito. Fred – o seu Fred – estava morto. Aquele era um pecado imperdoável. Uma tragédia sem precedentes. A pior das agonias. Faltavam palavras para expressar tamanho desespero. Faltavam palavras para definir o que ela era agora. Uma mãe sem uma de suas crianças. Um mau agouro formado por nada além de pranto e soluços.

Não era certo que uma mãe perdesse um filho. Não era certo que precisasse devolver à terra, a vida que florescera em seu ventre e dele desabrochara para o mundo. Aquele menino de quem cuidara e que amara com tudo, de bom e ruim, que havia dentro de si. Eram os filhos que deveriam enterrar seus pais, não o contrário. Aquela era a ordem da natureza e qualquer violação a ela era perversa e distorcida.

O mundo inteiro parecia errado, como se houvesse virado do avesso. Molly sabia que haviam motivos para celebrar. Que a guerra havia acabado e o Lorde das Trevas partido para sempre. Nada disso, contudo, era suficiente para aliviar seu luto. Ela entendera desde o começo que a vitória, se alcançada, viria com custos altos. Compreendia que não havia ganho sem perda. Sabia que a liberdade vinha com um preço. Saber – e temer todos os dias – não lhe prepara para o momento em que sua parte lhe fora cobrada.

Deveria ter sido ela, a mulher pensava sem parar. Fred era jovem demais. Alegre demais. Vivo demais. Uma chama de esperança em um mundo de sombras. Gargalhadas e piadas e tagarelice. Cacofonia e barulho que nunca cessavam. Até que cessaram. E agora não havia nada além de silêncio. E agora o único som que poderia ser ouvido n'A Toca era o choro estrangulado de uma mãe despedaçada.

It's Quiet UptownWhere stories live. Discover now