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Karol

Já tem um mês que voltei a trabalhar para o Senhor Pasquarelli. Cada dia que passa, me dou ainda melhor com Angel. Ela se tornou alguém muito importante em minha vida, em tão pouco tempo.

O Senhor Pasquarelli, está me tratando com indiferença. Não voltou a ser o homem arrogante de antes, e não me trata mal como fazia, mas não me olha nos olhos quando fala comigo, e vive fugindo de mim.

Não tentou me beijar novamente, e para falar a verdade, me sinto aliviada com essa distância. Não quero me apaixonar por ele, eu sei que acabaria sofrendo.

Minha amizade com Lina está cada dia mais forte. Tive tanta sorte em encontrar uma amiga de verdade, que me apoia sempre, e me aponta os erros quando necessário.

Carolina não saiu do meu pé, enquanto eu não contei a ela, o motivo de meu desmaio. Ela riu da minha cara, até fazer xixi em sua roupa. Ela me lembra dessa merda, todo fim de semana que estamos juntas. Eu que não sou boba, a lembro que ela se mijou toda, rindo de minha desgraça.

Dona Antonella e Nany estão aprontando alguma coisa, eu sinto isso. Elas vivem cochichando pelos cantos da casa do senhor Pasquarelli, quando eu apareço elas se calam de repente.

Pietro se tornou um amigo e tanto, sempre está disposto a me ajudar em alguma coisa. Percebo que o Senhor Pasquarelli não se agrada muito disso. Sempre quando Pietro está perto de mim, ele fecha a cara e se emburra. Só não sei o motivo para isso, Pietro só é um amigo leal.

Agustin está sempre me provocando, fazendo gracinha com a minha virgindade. Qualquer dia irei mata-lo. O Senhor Pasquarelli não o deixa sozinho comigo. Não sei se é porque Agustin é um galinha assumido, ou ele não tem confiança em mim, para não resistir as investidas inúteis do irmão. Agustin é um cara de pau, mas é meu amigo. Só fala as bobeiras dele, para irritar o irmão. Percebo como ele olha para Carolina. O coitado vai ter que ralar se quiser alguma coisa com ela.

Esse mês passou rapidamente, parece que foi ontem que tudo aconteceu.
Estou esperando Angel chegar da escola. Todos os dias ela chega em casa, com uns insetos diferentes dentro de uma caixinha.

Ainda bem que até agora não apareceu com baratas novamente. Dá última vez que ela chegou com baratas em casa, acabei levando um susto enorme com aquele treco feio e voador. Acidentalmente eu posso tê-la esmagado com um livro, que estava em cima da cama.

Tive que dizer a Angel que a barata fugiu, e voou para junto de sua família. Não aconselho a mentir. Mas o que poderia dizer? "Matei seu bichinho esmagado, e o joguei na privada?" Eu seria um monstro para ela.

— Kah. — Diz Angel.

Levanto o olhar para ela e sorrio, está vindo em minha direção com uma caixinha nas mãos.

— Ai meu Deus. — Murmuro baixinho para mim mesma.

— Ganhei outro inseto. — Diz toda feliz. — Quer ver? — Pergunta.

Graças a Deus, Ruggero apareceu bem na hora, e me livra de uma. Me levanto do estofado e vou em direção a eles.

— Mostra para seu pai pequena. Ele ama bichinhos, não é mesmo Senhor Ruggero? — Pergunto sorrindo.

— Amo. — Revira os olhos.

Angel faz uma cara triste.

— Que bichinho é dessa vez Angel? — Pergunto apreensiva.

— Olha! — Diz, e abre a caixinha. De repente, vejo um negócio estranho vindo em direção ao meu rosto voando. Eu não preciso nem olhar direito para saber de que se trata.

"Uma Babá Irresistível"Onde histórias criam vida. Descubra agora