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– Boa tarde senhores Jiang. – A diretora da creche cumprimentou os dois homens que adentraram a sala.

         Ela deu espaço para que os dois homens entrassem no ambiente e se acomodassem nas cadeiras ali presentes, em seguida ela fechou a porta e deu a volta na mesa tomando seu assento.

– Como os senhores estão? – Ela indagou educadamente.

– Estamos bem senhorita Gao. – Lan Xichen respondeu enquanto ajeitava melhor seu filho nos braços.

– Excelente. Vamos conversar sobre a matrícula dos pequenos. – Ela disse enquanto abria alguma página no computador.

– Pode fazer primeiro Lan Xichen. – O alfa indicou para o outro que concordou.

– Como eles são irmãos, eu posso duplicar as informações e assim fica mais fácil para vocês. – A mulher avisou indicando o formulário.

            Lan Xichen engasgou com a própria saliva e começou a tossir, enquanto isso Jiang Cheng estendeu uma mão e fez movimentos circulares nas costas do outro.

– Você está bem? Quer que eu pegue um pouco de água para você? – O alfa indagou preocupado.

          O ômega negou e voltou sua postura ereta, depois de se recompor daquela crise de tosse.

– Tudo bem senhor Lan? – A diretora indagou chegando com um copo de água.

             Eles nem viram que ela tinha ido até o outro lado da sala.

– Está tudo bem sim. Obrigado. – O Lan agradeceu recebendo o copo. – Eles não são irmãos.

– Oh ... não? Desculpe-me, é que você parecem uma família adorável e eu achei que eram os filhos de vocês dois. – Ela falou envergonhada por ter feito tal confusão.

"Vocês parecem uma família..."

              Essas palavras ecoaram na mente do ômega que olhou para o alfa com XuanYu e depois olhou para Zizhen, não pode deixar de dar um pequeno sorriso.

             Jiang Cheng de início ficou preocupado, mas bastou ver aquele sorriso crescer no rosto do outro e seu coração se acalmou.

– Mas você pode colocar nossos contatos na ficha dos dois. – Lan Xichen explicou recebendo um aceno de concordância da mulher.

          Cerca de meia hora depois tudo já estava pronto e eles deram uma olhada no berçário. Sabiam que seria difícil deixar os filhos deles naquele lugar, mas era necessário. Logo, ao olhar o relógio constatou que dava tempo deles almoçarem juntos antes de levarem Zizhen novamente para Huaisang e voltarem para seus trabalhos.

– Eu nem acredito que já vou ter que separar do meu bebê, ele nem tem um ano ainda. – O ômega murmurou enquanto o alfa prestava atenção no trânsito.

– Eu sei, já estou imaginando o chororô do A-Yu. – Jiang Cheng comentou dando uma olhada pelo retrovisor central antes de voltar a olhar para frente.

            O Lan ao seu lado concordou em silêncio, depois de um tempo ele começou a rir do nada. Fazendo o alfa questionar o outro.

– O quê? – Perguntou fazendo uma expressão confusa sem desviar o olhar do trânsito.

– O chororô será do A–Yu ou será seu? – O mais velho provocou só para ver o Jiang resmungar.

– Eu nem choro. – O alfa tentou mentir, mas o outro não acreditou nem um pouco.

– Você chorou quando o XuanYu começou a rolar e tentou se sentar sozinho. – O ômega comentou se lembrando da cena.

             O alfa ficou com um bico gigante quando o pequeno bebê não conseguiu se manter sentado e o ômega não sabia se consolava a criança ou o pai dela.

– Tudo bem, tudo bem. – O alfa resmungou enquanto estacionava o carro.

          Em seguida ele desceu e junto ao ômega foi pegar os bebês no banco de trás. Depois que todos estavam fora, ele ativou o alarme e seguiu para dentro do restaurante.

– Bem vindos ao Qingya Valley. Fiquem à vontade. – Uma bela garçonete cumprimentou assim que eles entraram.

– Obrigado. Por favor, peça ao chefe Wen para que faça o melhor dele. Diga que é Lan Xichen. – O ômega pediu e a mulher concordou antes de se retirar.

          Eles tomaram seus lugares em uma mesa mais reservada, o ômega aproveitou aquele momento para amamentar os pequenos bebês que pareciam famintos. Infelizmente, algumas pessoas olhavam torto para aquele ato, mas bastava Jiang Cheng olhar feio para elas que imediatamente voltavam a focar em suas refeições. Alguns tempo depois as deles chegaram e só o cheiro já indicava o quão bom deveria estar.

– Quando me falaram que você estava aqui quase não acreditei. Tive que vir ver com meus próprios olhos. – Um alfa disse se aproximando deles.

           Era um lindo homem, seus cabelos negros estavam presos em uma touca, seus olhos tão suaves que pareciam até desenhados, seus traços eram perfeitos a ponto de uma primeira impressão eles ser facilmente confundido com um ômega, mas quando seu cheiro e sua boca se abria imediatamente se sabia que não era.

– Wen Kexing, você a cada dia me surpreende. – O ômega falou olhando ao redor.

– Devo dizer que é recíproco. Aliás eu soube o que houve com o MingJue, eu sinto muito. – Wen comentou em um tom triste.

– É uma perda dolorosa, mas aos poucos meu coração se acalma.

                Kexing como o bom safado que era não pode deixar de perguntar.

– Quem é o belo cavalheiro que te acompanha?

– Tira o olho e deixa o fogo para as panelas. – O ômega avisou em um tom de aviso depois virou para Jiang Cheng. – A-Cheng este é Wen Kexing, o melhor cozinheiro que existe nessa cidade.

           Em seguida virou-se para o alfa Wen.

– Wen Kexing, este é Jiang Cheng, o meu...

            Ele congelou, eles tinham uma relação tão boa e diferenciada que nem sabia como definir. Amigos? Bem, amigos não se beijam. Namorados? Não havia um pedido. Ficantes? Não era um termo do seu vocabulário. Olhou para o Jiang em busca de uma palavra que os definisse, quando este o olhou e sorriu, o ômega apenas respondeu:

– O meu soulmate.

Involuntary (XiCheng/ABO)Where stories live. Discover now