Nove

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A luz vermelha e azul piscava fortemente atrás de nós e o policial  já estava do nosso lado.

— Oi! Boa noite! — Jungkook diz, um pouco animado para o policial. — Que ótimo início de noite, senhor... Hammond! — Diz, lendo o nome no distintivo do policial.

— Os documentos do carro. — Ele diz de forma ríspida.

— Ah! Claro! Calma, um pouco. — Jungkook começa a procurar o que foi pedido.

— Porque você está tão animado? — Sussurro para ele.

— Para não parecermos suspeitos. — Sussurra também.

— Mas desse jeito parecemos suspeitos.

— Você não é muito novo para dirigir? — Pergunta o policial.

— Na verdade não, eu tenho quase 18 anos e a idade mínima aqui para poder dirigir é 16 anos.

— Certo… — Ele responde olhando os documentos — E o que dois jovens estão fazendo a essa hora na rua? Não deveriam estar em casa? 

— N-nós estamos voltando pra casa agora.... Eu... Eu só estava buscando o meu irmão na escola.— Ele mente descaradamente. Só espero que o gambé acredite.

— Hum, em que série ele está? — Droga, parece que ele não acreditou.

— Nona série! — Diz rápido, porque ele não disse que eu estou no último ano? Ah, deve ser porque no ensino médio as aulas são só de manhã. — Já podemos ir? 

— Podem! Estão liberados. Só não dirija muito rápido, vocês podem acabar se machucando. E na próxima vez, vocês vão levar uma multa.

— Okay, tenha uma boa noite, tchau. — Sorri fraco e finalmente voltamos a andar com o carro.

— Eu não acredito que ele acreditou! — Já estávamos em uma distância segura do policial. Ligo o rádio, rindo. 

— Claro, né? Você é tão baixo que pode se passar por um aluno da sétima série até. — Ele ri ainda mais.

— Ei! — Dou um tapa no ombro dele. — Eu não sou baixinho.

— Tá de bode é? — (estar de bode: estar de mau humor) 

— Ridículo. — Consigo apenas escutar a risada alta dele, misturada com a música baixa - que agora acabei de aumentar o volume. Não consigo me segurar e acabo rindo também. 

Ficamos assim, rindo muito, contando fofocas e histórias engraçadas que aconteceram com a gente até estar completamente à noite. Percebo o caminho ficando cada vez com menos casas e mais árvores. Até entrarmos em uma estrada de terra, parece que estamos saindo da cidade.

— Aonde você está me levando? Você vai me matar e esconder o meu corpo? — Pergunto rindo, mas lê no fundo com medo disso acontecer, estamos literalmente no meio do nada.

— Vou! — Diz sério, começo a rir de nervosismo.

— O que? — Ele não faria isso, né? Ele não é um psicopata. Ou ele é? 

— Olha só pra tua cara! — E diz gargalhando. — Você é idiota? É claro que não vou te matar — Fico emburrado e dou outro tapa nele, só que um pouco mais forte.

— Ai! Não precisava me bater de novo. 

— Precisava sim! Essa brincadeira não teve graça.

— Teve sim. — Ele continua rindo.

Agora no caminho só tem grama e árvores, estamos no meio de um campo. As estrelas estão tão lindas e, como aqui é bem afastado da cidade, dá para ver perfeitamente as bilhões de estrelas. Ao fundo, no rádio, toca  “Every Breath You Take”, transformando tudo isso ainda mais mágico.

Thinking Of You [Reescrevendo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora