4 meses

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- Já cumpriu seu papel de informante hoje?

Ironizo o fator de Gina contar a Malfoy cada passo que dou desde que magicamente viram melhores amigos e confidentes no assunto bebê de Hermione Granger.

- Já e já avisei também que hoje foi meu último dia de serviço. Meu estoque de mentiras para Harry já esgotou- ela bufa se jogando na cadeira.

- De agora em diante, uma nova mulher, sem mais mentiras nem escapadas na surdina para fofocar com o seu boy – reviro os olhos para a terrível mania que Gina adquiriu de chamar Malfoy de meu boy apenas para não correr o risco de sermos ouvidas- falando nisso, aquela turminha é ótima nas fofocas menina, você sabia que a Miranda do terceiro ano, aquela lufana, traiu a Stevens do segundo? A aquela corvina?

Abro a boca desacreditada. Não pela traição já esperada, mas pela estranha sintonia entre Gina e as cobras.

-Foi o amigo do teu boy que contou, o inteligente, que o outro não escute isso!

-Dá pra você parar de chamar ele assim? E tem certeza de que você não caiu na casa errada? – Gina ri negando com a cabeça e afirmando que só muito leoa para topar a peleja que é namorar o salvador do mundo.

- Ele vai Mi, eu achei melhor de contar, vai ficar de longe, mas vai- aceno sabendo a que ela se refere.

Desde o último mês madame Pomfrey me recebe em visitas regulares e mesmo sabendo sobre todas – data e hora – através de Gina, Malfoy nunca foi em nenhuma, perguntando tudo a Gina depois.

E confesso que no começo ir as consultas sozinha ou acompanhada de Gina e Harry – que assim como Rony teve um pequeno e leve surto ao saber da notícia, mas se recupera do baque em ótimo estado- era mais do que suficiente. Mas por mais estranho que pareça uma parte minha, por menor que seja queria Malfoy lá.

Talvez por ter sido eu a criança amada e desejada desde o ventre, ou por ter tido um pai tão presente que algumas vezes me sentia sufocada, mas eu queria aquilo, queria saber que mesmo me odiando, Malfoy não odiaria o filho que ele mesmo se propôs a assumir.

Não faria com o meu filho o que foi feito com ele, com Sirius.

Porque mesmo sem nunca ter tocado ou visto, mesmo sem saber seu nome eu sabia que o bebe que crescia em mim, seria o amor de toda a minha vida.

Porque passado todo o susto e desespero da notícia eu consegui finalmente entender o amor que minha mãe dizia ter sentido. O amor que salvou Harry da morte.

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Malfoy estava lá, parado ao lado da porta, junto a Zabini e Gina. Ele parecia em duvida se devia ou não entrar, em olhando como se perguntasse minha opinião.

- Hermione não morde Draco, deixa de ser fujão- Gina o empurrou recebendo um olhar feio que foi prontamente ignorado.

Zabini sorria ao seu lado acenando em minha direção.

- Está tudo bem? – pergunto tão hesitante quanto ele.

- Sim, só é estranho, estar aqui!

- Se é estranho para você imagine para mim não? – forço um sorriso em sua direção.

E então automaticamente Malfoy volta ao seu estado normal. Arrogante e reclamão.

- Desculpe a demora, estava cuidando de um lufano que errou a poção. Bom na verdade de um lufano que bebeu a poção que um corvino errou, é até uma história engraçada...

-A senhora pode ser mais rápida? Eu tenho um compromisso- Malfoy a interrompe e eu lhe dou um chute sorrindo para Madame Pomfrey.

Ela coça a própria garganta antes de iniciar a consulta, claramente sem graça e eu olho feio para Malfoy. 

- Bom senhorita Granger tudo parece perfeitamente bem. Tem se alimentado direito? Evitado exercícios físicos muito puxados, um pouquinho faz bem até, uma caminhada, mas sem exagero e tem dormido bem? -aceno em concordância com tudo dito, sendo observada por Malfoy.

- Não sei como é no mundo trouxa, mas aqui, nessa fase já conseguimos descobrir o sexo do bebê, vocês desejam saber? É um feitiço bem simples.

Nos olhamos, antes de responder. Malfoy olha em direção a minha barriga e acena com a cabeça concordando.

Madame Pomfrey nos conduz até a cama mais próxima pedindo para que eu me deitasse e erguesse um pouco a blusa, de forma que minha barriga ficasse exposta para o feitiço.

E é instantâneo o sorriso que surge em meus lábios ao ver a cor azul pairando acima da minha barriga como se dançasse sobre ela, na beirada da cama Malfoy tentava se manter neutro, mas eu sabia, de alguma forma louca, que ele também estava contente.

A noite mais louca de toda a minha vida, havia trazido algo, ou melhor, alguém, que eu tinha certeza de que amaria para sempre.

- Um Malfoy! – ele declara ainda de pé, próximo a beirada da cama.

-Um Granger Malfoy- ele sorri contido apertando a barra da cama. E eu podia jurar ter visto uma única e solitária lagrima.


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Espero que gostem!!

Me digam o que estão achando da história, gosto de cada comentário que vocês dão.

Nosso pedaço do céuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora