SINOPSE:
"O barulho dos tênis que eu estava acostumada a receber nessa sala, hoje soavam diferentes, como se estivessem com pressa, que eu sabia que era o caso.
Vai ficar tudo bem.
Senti sua presença nas minhas costas, abaixando para ficar na altur...
Whispered something in your ear It was a perverted thing to say But I said it anyway Made you smile & look away Nothing's gonna hurt you baby As long as you're with me you'll be just fine Nothing's gonna hurt you baby Nothing's gonna take you from my side
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Subi os degraus, de dois em dois, deparando com a porta que eu adorava entrar ainda fechada. Ela não se atrasava, nunca. Fiquei parado ali por minutos que eu não pude contar, nada.
"George?" Falei rude para o primeiro guarda que eu vi que me olhou com descaso. Filho da puta. "A doutora Adams não veio hoje?"
"Ligou avisando que não viria hoje." Assenti e segui para o lugar que todos ficavam após o almoço, banho de sol.
Desci o zíper do macacão e retirei os braços da manga, deixando ele pendurado em minha cintura, mantendo apenas a blusa de manga cumprida branca, que eu sempre usava por baixo. Sentei em um dos bancos, puxando o maço de cigarros do bolso e acendendo um. Algo estava errado, eu podia sentir.
Aproveitei cada trago ponderando sobre e pensando no que fazer. E se eu a assustei? Uma tragada. E se ela nunca mais voltasse? Bati o cigarro contra o dedo fazendo a cinza despejar no chão e voar para longe se desfazendo com o vento. E se eu a perdi? Joguei o cigarro contra o concreto e amacei contra o sapato.
Voltei a minha cela, encostando a porta maciça de ferro e caçando o que eu precisava. O celular não tinha touch, na verdade era um flip, sem acesso a internet, apenas para emergência.
"Z." Ouvi a voz do outro lado, irritado que eu havia chamado. "Preciso que faça um favor." Mais comentários irritados que eu não me importava. "Se não fosse emergência eu não arriscaria." Rolei os olhos, ouvindo a bronca do outro lado da linha. "Preciso que você encontre alguém."
Passei as informações, precisava de qualquer coisa para saber se ela tinha feito a decisão dela antes de chegar a hora certa da fuga. Nem fazia sentido seguir com o plano se ela não estivesse disposta. Queria ficar pendurado na linha até alguma notícia contundente chegasse, mas eu sabia os riscos.
"Styles." A batida do cassetete na porta de ferro ecoou no quarto silencioso.
"Tô no banheiro, quer vir dar descarga?" Respondi, sem paciência, mesmo estando deitado na cama.
Ouvi os passos das botas pesadas se afastarem, levantei o suficiente para colocar o celular preso debaixo da pia e deitei novamente. Passei a mão no rosto em irritação, ficar aqui não adiantava mais nada, precisava sair rápido.
