Capítulo 18 - Amor perfeito

1.3K 133 78
                                    

Cada um de nós possui mais de uma face. No mundo de hoje, principalmente, vivemos entre a máscara da sobrevivência e o rosto de nossas próprias marcas, vulnerabilidades e anseios.

A face primeira, a do dia a dia, é a que retiramos depois de um dia difícil, antes de dormir e que sai com a facilidade de remover uma maquiagem com água e sabão. Já a segunda, a nossa aparência, vem em seguida. É o que se pode vislumbrar para além dos bloqueios que nós mesmos criamos para nos proteger por qualquer motivo que seja.

Válido motivo para se tornar uma pessoa que carrega essa dicotomia de "eus" pela vida é o fato de ser aberto para um alguém que não soube valorizar um sentimento sem rodeios, jogos ou contradições. Amar aberto quem nunca fez questão de estar mais que fechado. E então, no passo de um então, você decide que é melhor ser assim também, pois é mais fácil ao bom corromper-se ao ruim do que o inverso. O mundo não teria guerras se amar, demonstrar e cuidar fosse mais ou simples como parece.

Amar é resistir. E não, não como quem suporta. Amar é saber desde o início que alguém tem defeitos e ponderar se esses se encaixam com os seus ou sequer poder fazer isso e se atirar de cabeça porque ao ponto que amar é se manter amando mesmo que o amor fique difícil é também não se privar dele quando acontece. Amar é também não resistir.

Não podendo mais fazê-lo Bianca Andrade e Rafa Kalimann achavam-se naquela redoma construída com paciência por sua própria paixão em que a única regra era deixar as máscaras ao entrar. Nada poderia estar entre o encontro solene que era um beijo intempestivo trocado entre elas conforme os dedos largos de Rafa abriam caminho pelo abraço quente da intimidade de Bia.

Sentiram o mesmo arrepio juntas quando o espaço esteve preenchido. Era tão certo quanto um corpo conversando com o outro no silêncio quebrado por um mútuo gemido liberado contra os lábios que se beijavam com desespero, calentura e até um pouco de pressa. A loira era quem impunha ali uma ausência quase jovem de cuidado para tratar da morena com mais carinho assim que a penetrou.

Bianca entendia suas intenções e só por isso não fez qualquer movimento para que a introdução do anelar e do médio dentro de si ficasse mais veloz. Ainda mais porque do jeito de Rafaella era supreendentemente bom. Sentia que apreciava mais toda extensão do acontecimento agora que a mineira estava parada dentro dela como quem explora antes de tudo. A carioca queria ser vista, consentida, descoberta, pela primeira vez.

Era um sentimento de primeira vez, logo, como numa quando a apresentadora realizou o começo das suas investidas a empresária apenas sussurrou liberta por seus lábios e, sem perceber, pelas mãos de Rafa que agora seguram sua cintura levantando o vestido para que se emaranhasse ali e facilitasse o momento.

A troca das arremetidas suaves deu espaço as mais contínuas e incisivas num intervalo de reações que acompanharam os dedos de Bianca se introduzindo pelos cabelos loiros de uma Rafaella que sempre cedia quando sentia aquele toque em sua pele. Era onde Bianca também descontava a sua vontade de foder com mais raiva, sabendo que aquele prazer deveria antes de tudo ser a símile da doçura e da cadência. Foi por isso que a carioca recostou seu rosto sobre o ombro de Rafaella e gemeu com mais clareza em seu ouvido. Liberada, sem os lábios suprimindo o som delicioso que escapou antes de uma frase que mudaria tudo:

— Me fode — A morena sussurrou passando a língua por trás do lóbulo antes de sentir a entrada mais bruta deslizando para dentro. A outra mão foi em instinto para o início das costas da loira arranhando com força a região. Sentindo a pele arder a loira devolveu numa saída que ainda resguardava seu típico ritmo pausado. Era uma tortura deliciosa. Intromissões demoradas que sentiam todas as paredes abrindo-se e abrigando os dedos para, quando dentro, tornar-se tão súbita que levava Bianca a gemer e seu corpo quase se mover para frente não fosse o controle exercido na cintura.

I'll give you everythingWhere stories live. Discover now