Saiki Kusuo no Yoko-chan

VIII

     — Falas normais;

       ~ Falas psíquicas;

Falas do autor;

   Pensamentos que podem ser lidos;

   Narração;

PONTO DE VISTA;

××××× = quebra de tempo.

VIII - Treinamento

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HOSHIKURO YOKO

   Ora ora, o que dizer dessa semana... Fiz um novo amigo, agora já tenho dois, mais que no Brasil! Ou seriam três? O Kusuo é meu amigo? Bom, depois de sexta o clima ficou estranho entre nós e eu não vi mais ele. Por algum motivo, não quero que fiquemos distantes, então eu tenho um plano.

   É uma bela manhã de domingo. Eu levanto, visto roupas esportivas e me alongo, desço, em silencio, pego uma banana e mordo, sorrindo. Lá vamos nós. Deixo um bilhete na geladeira e me teletransporto para o quarto do meu vizinho, ele dormia como um bebe. Por um minuto, soltei um leve sorriso bobo antes de acordá-lo.

     —Bu! — ele se assusta e cai da cama, mas antes de chegar ao chão começa a flutuar.

       ~ Como diabos você chegou aqui, Hoshikuro? — ele pergunta esfregando os olhos ~ Ah, esquece.

     — Hoshikuro não — dei um peteleco na testa dele — Hoje é treinadora Hoshikuro! —  tombou a cabeça, confuso — Não queria ajuda com seus poderes? Pois bem, agora vamos treinar!

       ~ Você é louca ou coisa assim? — questiona, mas eu finjo não ouvir.

     — O que? Ta tentando falar comigo? — sorrio vitoriosa — Eu tenho regras, caro paranormal — cruzo os braços — pelo menos durante os nossos treinos, se quiser falar comigo terá que ser com a bo-ca. — ele cruza os braços, descontente e não diz nada — Está pronto?

   Kusuo revira os olhos e vai trocar de roupa, ainda calado. Quando volta, suspira e concorda com a cabeça.

     — Certo, vamos lá! — eu pego na mão dele, que se surpreende e cora um pouco — Vou te levar ao local de treinamento, sei que você não pode se transportar para um lugar que nunca viu — pisco para ele com um olho e ele desvia o olhar.

   E lá vamos nós.

SAIKI KUSUO

   Por que essas coisas só acontecem comigo? Meus planos eram evitar Yoko o maximo que eu pudesse, então, hoje, ela me aparece no meu quarto. Confesso que fiquei um pouco feliz em vê-la, talvez eu estivesse com um pouco de saudades... Mas ela chegou com esse papo de treinos e sabe-se lá onde vou me meter.

   Nós chegamos em um lugar meio escuro, aparentemente um quarto. Pinturas  e alguns desenhos nas paredes de tijolo preto, uma guitarra, uma cama de casal num canto e um espaço no meio, com um tapete felpudo cor vinho. Olhei confuso para Yoko e ela começou a falar, após um sorriso.

     — Bem vindo ao meu quarto. — franzi as sobrancelhas — Bem vindo ao Brasil! — arregalei os olhos, o que ela estava querendo dizer com isso? — Aqui vamos começar nossa primeira lição — ela se senta no meio do tapete e aponta para que eu faça o mesmo em sua frente — Digamos que meu bairro nunca dorme — começa a falar novamente — Mesmo que minha cidade não seja das maiores,a densidade demográfica desta periferia aqui é favorável para o que vou te cobrar hoje.