➳ Capítulo Sete

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Cidade de Busan, Coréia, 2015

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Cidade de Busan, Coréia, 2015

29 de novembro... 

Essa não era uma data muito bem vista aos olhos de Jeongguk. Mesmo que tivesse mil e outras coisas mais importantes para fazer nesse dia, sabia que o final dele seria o mesmo: ir ao túmulo do pai. 

Cinco anos de visitas já haviam se passado e a sensação era sempre a mesma: saudade. Sentia saudade de viver momentos que já se passaram, saudade de quando era criança e o pai ia buscá-lo na escola e o levava para tomar um sorvete a caminho de casa... Sentia tanta saudade dos momentos que tiveram, mas não projetava em sua mente momentos que poderiam viver, muito menos se lamentava de tê-lo perdido. Acreditava que não precisava fazer isso, pois dizia que assim não deixava o pai descansar em paz, como deveria ser, agora que não estava mais entre eles. 

O dia seria longo, também exaustivo, tanto para si, quanto para sua mãe, já que ela sempre encomendava flores e passava a maior parte do tempo fazendo biscoitos e chocolate quente para distribuir a quem fosse visitá-los. Normalmente não vinham muitos parentes, apenas uma irmã dele que morava em Seul. Esse ano o irmão mais novo de Soni-ah estaria presente, também Taehyung, que não teve oportunidade de conhecer o finado sogro, mas passou a acompanhar Jeongguk nos últimos dois anos. 

— Jeongguk! — Gritou sua mãe, alto o suficiente para fazê-lo escutar do andar de cima. — Vem pôr a mesa, por favor! O seu tio vai chegar em breve e Taehyung também! 

Era incrível como ela conseguia ser escandalosa quando queria, pensou, suspirando ao levantar da cama, quase tropeçando nos chinelos de couro. Praguejou um “droga”, enquanto puxava a barra da calça de tecido de algodão cor creme, que fazia parte de um antigo pijama onde a blusa havia sido doada há tempos por engano. 

Enquanto descia, gritou “estou chegando” a sua mãe, que não disse mais nada, provavelmente o esperando. 

Já beirava às 11h da manhã, então seu tio, Jae-Sang, certamente estava a caminho, isso se já não estivesse plantado no meio da sala, esperando que Soni-ah lhe desse atenção para porem os assuntos em dia, já que não tinham tantas oportunidades durante o ano. Jae trabalhava numa emissora como diretor de gravação, então seu tempo era extremamente restrito para assuntos familiares ou datas comemorativas. Geralmente, ele tinha de escolher entre natal ou réveillon, mas sempre escolhia o réveillon, onde não precisava se juntar com os outros. 

— O que tenho que fazer? — Jeongguk perguntou, de repente, chegando à cozinha. 

— Eu já fiz. Você demorou demais, menino! —o repreendeu, terminando de colocar o último prato. 

— Se ia fazer tudo sozinha, por que me chamou? — franziu o rosto, irritado. 

— É que... — fez rodeio, dando passos lentos até a pia, desferindo um olhar curioso ao filho — vi que você trouxe Taehyung aqui ontem após sair com aquele moço bonito. Fiquei no quarto sem mover um músculo, ouvindo música para evitar...bem, algum constrangimento — confessou. 

Até a Última Gota de AmorWhere stories live. Discover now