Capítulo 4 - O reencontro

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Olá pessoas, este capítulo possui alterações relevantes, prestem atenção nos detalhes.

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POV Lauren

Boquiaberta, eu encarava minha professora enquanto ela retribuía meu olhar com uma expressão impassível. Cristine, por sua vez, assistia a interação silenciosa entre nós.

- Lauren? - Após alguns segundos de um silêncio extremamente desconfortável, Camila finalmente me dirigiu a palavra.

- Vocês se conhecem?! - Cristine intercedeu perguntando animada para mãe que apenas concordou positivamente. - Isso é PER-FEI-TO! - Antes que eu pudesse recuperar minha fala, ela já tinha agarrado uma das minhas mãos me levando para mais perto de Camila. Meu deus do céu. Quando estávamos frente a frente, não tinha como evitar o seu olhar, que procurava incessantemente pelo meu, mas quando eu a encarei, sua expressão tinha se transformado. Ela estava... sorrindo?

- Sim, Cris, a senhorita Jauregui é minha aluna da faculdade. - Camila explicou gentilmente a sua filha, revelando uma faceta desconhecida até então.

- É, Cris... - Concordei surpresa que eu ainda me lembrava como falar. - Olá, professora. - Cumprimentei Camila rapidamente apenas para que ela não me achasse uma louca e ela me respondeu com um aceno de cabeça.

- Sério?! - Cristine quase pulava de alegria. - Estava falando para tia Lauren que agora você também é professora, mamãe, mas não sabia que você era professora dela, isso é demais! - Minha aluna agora tinha agarrado uma das mãos de sua mãe e balançava animadamente nossos braços.

- Coincidência, não? - Camila falava gentilmente com sua filha. - Está de carro, Lauren?

- Na verdade, vim de ônibus, deixei o carro com minha avó hoje. - Eu tentava inutilmente passar alguma credibilidade enquanto encarava os castanhos diante de mim, sentindo meu sangue se acumulando no meu rosto.

- Então minha mãe pode levar você! - Cristine interviu sorridente.

- Ah claro! Mas... nem precisa, Cris! Eu estava só terminando aqui para chamar meu Uber. - Tentei desconversar, estava cada vez mais constrangida com aquela situação.

- Tia Lauren, porque você está ficando vermelha? - Cristine perguntou despretensiosamente e eu só queria morrer naquele momento.

- Cristine. - Camila chamou a atenção de Cristine imediatamente e sua filha retribuiu o olhar com a mesma urgência, enrijecendo a postura rapidamente. - Um dia me ensinaram que quando as pessoas ficam coradas, é um indicativo que estão se sentindo constrangidas. Não é muito bom tocar no assunto quando for o caso, ok? - Camila explicou calmamente enquanto parecia ignorar completamente minha existência na sala. Cristine instantaneamente se retratou.

- Desculpa, tia Lauren! - Cristine falou atenciosa e Camila voltou o olhar para mim, completamente satisfeita com sua filha. O meu rosto estava prestes a explodir de vergonha.

- Lauren, o que Cristine sugeriu é apenas o lógico. Não precisa ficar constrangida em aceitar a carona. - O seu tom formal era intimidador e eu não podia deixar de notar que ela havia acabado de fazer a mesma coisa que Cristine: escancarar mais um pouco que eu estava morta de vergonha. - Se vamos para o mesmo lugar e não há impedimentos para que nos acompanhe, acredito que seja mais vantajoso para você vir conosco. - Ela concluiu como se estivesse apenas reproduzindo uma tese científica óbvia, completamente pragmática. O fato de eu ter mandado uma indireta desrespeitosa em nossa primeira conversa não parecia ser um "impedimento" para que eu a acompanhasse.

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