Bones

Capítulo 6 - O caso [parte I]

Esse é mais um capítulo com mudanças relevantes.  Taquem logo a estrelinha aí embaixo, viu? Ajudem também divulgando a fic, contamos com vocês! Boa leitura!

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POV Narrador

Caro leitor, em geral, a PF investiga assuntos ligados aos bens, serviços e interesse da União que são de competência da Justiça Federal. Exemplos desses são crimes com transnacionalidade de conduta, contra a segurança nacional, tráfico internacional, graves violações aos direitos humanos... Exceções ocorrem apenas se o crime tiver repercussão interestadual ou internacional.

Muitas atrocidades acabam prescrevendo nos escritórios das polícias civis dos estados, principalmente pela saturação das delegacias municipais e a falta de expertise forense das polícias locais. Isso irritava Camila profundamente. Em seu primeiro ano como superintendente, apresentou um projeto em primeira pessoa ao Ministro da Justiça, este se resumia em criar uma equipe com os melhores profissionais federais que poderiam prestar consultorias direcionadas caso fossem acionados pelas polícias estaduais.

Após quase um ano de tramitações legais, o projeto piloto da equipe alfa foi criado, este passou a atender a capital paulista e sua região metropolitana. Camila sabia que sem sua fama e influência não teria conseguido tal feito, mas não era a primeira nem seria a última vez que ela usaria isso para conseguir o que queria.

Inicialmente, Camila tinha um prazo de dois anos para entregar resultados convincentes o suficiente para expandir o projeto nacionalmente. Em metade do tempo, já havia conquistado destaque internacional com os crimes resolvidos. A equipe alfa era infalível, todo caso que entravam conseguiam resolver, houve apenas uma única exceção.

Neste caso, o julgamento havia inocentado o único suspeito, o marido da mulher que fora assassinada barbaramente na cozinha de casa. Camila nunca esteve convencida do veredito, ela sabia que era ele quem havia cometido o crime, mas não conseguiu provas para culpá-lo e sua argumentação não foi suficiente perante o júri.

Aquele caso a intrigava como nenhum outro, tão óbvio que a fazia duvidar de toda a inteligência dos que discordavam de sua opinião. Nada tirava de sua cabeça que o suspeito, um policial renomado, tinha seus privilégios diante o tribunal. De vez em quando esse crime era assunto dentro da equipe e isso atormentava Camila por dias a fio...

Foi assim, com esses pensamentos correndo sua cabeça, que ela percorreu os corredores da USP naquela sexta-feira chuvosa. Sem atrasos, como sempre, Camila entrou na sala de aula, carregando papéis sobre o crime que tanto a perseguia. De tempos em tempos, acabava revisitando os cenários e suas análises, procurando algo que não tivesse atentado nas outras vezes. Mas nunca achava nada diferente, porque não havia.

– Boa noite, turma. – Ela falou soltando um suspiro pesado, como um fantasma do passado, esse assunto conseguia lhe tirar do sério. Não existe crime perfeito, ela sabia disso, e na sua cabeça era questão de competência conseguir juntar as provas que colocassem o culpado na prisão e isso era, no mínimo, desconcertante.

Enquanto falava sobre as escolas da antropologia para seus alunos, uma fala de Troye veio à sua mente, antropologia forense sempre ajudaria a descobrir as perguntas de onde, quando e como um crime acontecera, mas o porquê era jurisdição da psicologia, por mais que ela não quisesse assumir isso. Um crime só é completamente solucionado quando suas motivações são descobertas.

– O que vocês sabem sobre criminologia? – Sua pergunta fez a turma encará-la intrigada, a mudança de assunto repentina era algo que a professora não costumava fazer em suas aulas.