Festa -1

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Assim que chegamos na casa dele eu logo tratei de parar de chorar, já tô cansado de ficar fazendo isso...ser sempre a vítima que fica chorando a todo momento em cada canto, não vou mais sentir medo de viver.

Eu preciso criar objetivos, me assumir pra minha mãe é um deles e eu já até sei como eu vou fazer isso... talvez não seja nada bonito, mas eu quero viver a minha vida do jeito que eu sou.

Tirar aquele monstro das nossas vidas vai ser mais difícil do que eu pensei, talvez nada impossível...agora que ele tá tendo um caso com minha mãe ele vai me deixar em paz.

Quero focar na minha faculdade e arranjar um namorado...quer dizer eu já tenho um pretendente, vamos ver se ele passa no teste. Antes que meu sentimento pelo Zhan deixe de ser apenas uma paixonite e se torne uma ilusão.

Vincenzo chega até mim com um olhar sereno, havia preocupação em seu semblante.

— Você quer conversar? - perguntou me olhando.

— Eu peguei a minha mãe beijando o monstro do meu tio! - respondi sentindo uma amargura nas palavras.

— E isso não é bom - falou meio confuso.

— Não! Ele só quer se aproveitar dela, ficar pra sempre em nossas vidas e fazer da minha um inferno como sempre tem feito - respondi meio ríspido.

— Ele não me parece uma pessoa ruim - falou com a voz calma.

— As aparências enganam, até mesmo se tratando de familiares. Todos vivem de aparências, ele é um maníaco que deveria estar morfando na cadeia pagando por tudo - digo com raiva querendo quebrar alguma coisa.

— Mas ela é sua mãe, ela merece encontrar outra pessoa e ser feliz, aliás por que diz essas coisas todas do seu tio, o que ele te fez? - perguntou e eu logo tratei de mudar de assunto.

— É...o que você faz da vida? - perguntei olhando como a casa dele é linda.

— Eu sou policial agora - respondeu sorrindo.

Oh meu Deus, imagina esse homem gostoso naquele uniforme. A perfeição em pessoa, não vou me segurar se algum dia eu ver ele com aquela roupa hehehe.

— Que massa, você sempre vivia me dizendo que queria ser policial, imagino que não deve ser nada fácil - comentei.

— Não, não é. Exige muita responsabilidade e cautela - respondeu.

— E quando eu vou te ver uniformizado? - perguntei brincando.

— Se quiser eu posso colocar agora - falou já se levantando.

— Não, não precisa eu tava brincando - falei me levantando também.

— Ah, vai ter uma festa hoje na casa dos meus pais. Eu queria te chamar pra ir - falou meio envergonhado, percebi pelas suas bochechas que ficaram vermelhas.

— Eu vou com certeza, mas não tenho roupa pra ir e eu não tô afim de voltar agora pra minha casa - falei olhando minha roupa.

— Não esquenta, eu tenho uma camisa que vai servir em você, e tem uma bermuda jeans que eu comprei...mas não serviu - falou todo sorridente.

— Só vou aceitar por que a gente sempre compartilhou roupa...quer dizer, quando você não era tão forte assim - falei admirando esse homem. Ele deu um sorriso de canto.

— Vem, eu vou pegar uma toalha para você tomar banho - falou e eu o segui.

— Por que não namorou nesses últimos anos? - perguntei curioso.

— Eu não tinha olhos para mais ninguém a não ser você. Eu quero que saiba que eu realmente gosto de você Yibo e tudo que eu quero é te fazer feliz, pra mim o amor não tem ida...- antes dele terminar eu o beijei, sentir seus lábios nos meus foi algo surreal, senti um calor percorrendo todo o meu corpo.

Era como se borboletas tivessem voando na minha barriga, ele também retribuiu o beijo envolvendo sua mão na minha cintura.

— Pra mim também não! - falei após o beijo, ele me olhava nos olhos com um sorriso lindo.

— Eu vou pegar a toalha - falou após me dar um selinho. Quando ele saiu eu dei um sorriso repentinamente — Será que o que eu sinto por ele ainda não morreu? - me perguntei várias vezes.

Alguns segundos depois ele volta com a toalha em suas mãos, ele me entrega a mesma e me mostra onde fica o banheiro. Eu entrei no mesmo e percebi que é tudo muito organizado.

Eu me despi, entrei no box, liguei o chuveiro começando a me banhar. Fiquei sorrindo que nem um bobo no banheiro não entendendo o motivo de tal ato, será que estou apaixonado pelo Vincenzo. Não posso ficar pensando nisso, eu tenho que tentar ser feliz se for com ele não há controversas.

Minutos depois eu saio do banheiro com a toalha enrolada na cintura e caminho até o quarto onde estava a roupa que irei usar, já faz um bom tempo que não vou na casa dos pais do Vincenzo. Vou morrer de vergonha quando chegar lá, vai ser como a primeira vez que fui na casa deles.

Após me trocar eu me olho no espelho e dou uma ajeitada no cabelo, até que fiquei bonito com essa roupa. Olhei meu braço e era visível as linhas de cortes.

— Você tá lindo - ouvi ele falar atrás de mim.

— Obrigado - falei me virando e vendo ele arrumado também, estava com uma camiseta preta, uma bermuda jeans branca.

— Será que seus pais vão gostar de me ver novamente, faz tempo que não os vejo - falei olhando para ele.

— Eles já gostam de você, não precisa se preocupar com nada. Minha mãe senti falta das conversas que vocês tinham - ele comentou dando um riso.

— Ai a sua mãe... também sinto falta dela, sempre ficava comigo quando não estava bem - sorri ao lembrar dela, a mãe do Vincenzo é como uma segunda mãe pra mim.

— Não sabe como você me deixou feliz com aquele beijo - falou sussurrando em meu ouvido enquanto me abraçava por trás.

— Eu também tô muito feliz de estar com você agora, não quero que isso acabe - falei nos olhando pelo espelho.

— Não vai, prometo - disse e nos beijamos. Sua língua pedia para entrar em contato com a minha e eu deixei.

Talvez eu tenha tomado uma atitude precipitada em dar essa chance a ele muito rápido, mas eu preciso pensar em mim, na minha felicidade agora.

— Vamos? - Perguntou parando o beijo.

— Sim, vamos - concordei e saímos de mãos dadas até chegar em seu carro.

— A Lisa vai adorar te ver - comentou ligando o carro.

— Como ela está agora, ela ainda continua com aquele namorado dela? - perguntei curioso.

— Sim ela está bem, os dois se casaram e vão ter uma filha - contou já dirigindo.

— Sério, que máximo. Ela deve tá muito feliz, sempre quis ter uma família - falei sorrindo olhando a janela.

— Os dois estão muito ansiosos para a chegada dela - contou.

Durante o caminho eu e o Vincenzo conversamos sobre o que fizemos nesses últimos anos enquanto estávamos longe, jogamos conversa fora... é bom estar ao lado de quem te faz bem, o clima fica bem agradável.

Mas eu não podia evitar ficar magoado com a minha mãe, eu sei que ela não sabe o que meu tio fez comigo. Mas eu não posso evitar me sentir assim.

Alguns minutos se passaram e finalmente chegamos na casa dos pais do Vincenzo, onde ele passou sua infância toda.

Continua.💜


CONSEQUÊNCIA DE UM AMOR ( Concluída)Where stories live. Discover now