Aquela madrugada havia sido cálida, com a temperatura amena e agradável, no entanto o friozinho das cinco horas da manhã atingiu o quarto de Kara e Lena, fazendo a mais nova se encolher na cama, já que Kara não estava nela. A mais velha a olhou se aninhando em seu próprio corpo e suspirou, ignorando a vontade de abrigá-la em seus braços e voltou ao trabalho. A cada peça colocada dentro da mala preta Kara se via mais confusa. Como poderia estar indo contra seu instinto? Lena parecia tão sincera ao dizer que não havia lhe enganado.Sentia o efeito do álcool desaparecendo conforme as horas iam passando e por fim colocou a última peça de Lena na bolsa, fechando o zíper da mesma e voltando a olhar para a menor. Se aproximou da cama e se permitiu admirar a beleza de Lena sem a presença de nenhuma maquiagem.
O nariz fino combinava com o formato de seu rosto e seus longos cílios. Sua boca rosada era o toque final para aquela vista purificada de uma Lena ressonando pacificamente, com alguns fios de cabelos jogados sobre seu rosto. Quem a visse assim jamais diria que havia dormido entre soluços de um choro contido, enquanto abraçava sua esposa após uma foda intensa.
Kara entortou a boca ao lembrar do que Lena havia proposto e, apesar de ter aceitado, sabia que não importava o jeito ou as palavras usadas. Com Lena sempre faria amor; mesmo na agressividade de palavras de baixo calão; mesmo nos apertos intensos e excesso de sensualidade; mesmo preenchida de raiva e de dor; mesmo trepando, ainda assim faziam amor. Porque ela a amava, da forma mais pura e sincera que alguém poderia amar uma pessoa.
A pele pálida estava exposta e por isso Kara se inclinou, puxando o lençol mais para cima, tratando de cobrir sua esposa vagarosamente para não acordá-la. Suspirou ao lembrar de como havia conquistado Lena paulatinamente no passado e se questionou o fato de se realmente tinha realizado tal proeza.
Colocou um roupão felpudo no lugar de seu robe, afinal estava friozinho àquela hora da noite, e vestiu suas pantufas, olhando mais uma vez para Lena antes de sair do quarto.
Desceu as escadas que davam na cozinha, ouvindo ainda o som da música vinda do salão principal. Àquele horário geralmente só sobrava ali os bêbados deprimidos e Kara pensou que poderia se encaixar bem nesse termo.
Adentrou a cozinha e dali pôde ouvir o barulho dos grilos que vinha do lado de fora. Sentiu um aperto no coração ao lembrar da risada de Lena sempre que comentava sobre como amava tal ruído.
Caminhou até o fogão e tomou um susto ao ouvir a voz conhecida ressoar no lugar.
-- O que faz acordada a essa hora, minha filha? -- Alura perguntou, puxando uma cadeira e se sentando.
-- Apenas... Acho que perdi o sono. -- Kara disse sorrindo fraco para sua mãe. As olheiras e os olhos avermelhados fizeram Alura perceber que sua filha havia chorado.
-- O que houve, meu amor? -- Alura perguntou preocupada.
-- Nada, mãe. O que faz aqui a essa hora? -- Perguntou lhe encarando.
-- Eu que limpo a bagunça, se lembra? -- Ela perguntou rindo. -- Agora sente aqui e me conte o porquê de estar parecendo um pedaço de lixo ambulante. -- Kara suspirou e caminhou até ela, se sentando ao seu lado.
-- Acho que bebi demais. Vim tomar um pouco de café para ver se me ajuda a recobrar a completa sobriedade. -- Disse sem ânimo evidente.
-- Tudo bem, agora me conte o motivo de ter se embebedado. -- Alura disse segurando uma das mãos de sua filha e começou uma carícia confortante. Sabia que Kara não era do tipo que bebia até perder as botas.
-- Lena nunca me amou de verdade. -- Falou baixinho. -- Mas qual a novidade, não é? Quem amaria? -- Perguntou sentindo um nó se formar em sua garganta.
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Over the Rainbow | Karlena
Fanfiction[Concluída]Over the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Lena, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por James Olsen, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Lilian, deseja que a f...