O que seria de mim?

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Sempre me disseram: o amor vem quando você menos espera. Mas eu em meu mundo acelerado, nunca acreditei realmente nessa frase. Até que um certo alguém me apareceu.

O garoto novato da escola.

Você entrou na minha sala, tão tímido e fofo. Eu fui a primeira a te ver, pois minha cadeira me dava esse privilégio. E só de bater o olho, eu tive certeza que as coisas não seriam mais as mesmas.
Seus cabelos eram grandes e cacheados, escuros e belos. Tive vontade de rastejar minha mão por ali, enquanto conversávamos baixinho deitados sob o luar, falando de coisas sem sentido, mas que eram pretexto apenas para aproveitarmos um momento juntos.

Eu queria ter o prazer de tirar seus óculos para te dar um beijo romântico de tardezinha. Queira poder ser o motivo de todos os seus sorrisos sinceros, de todos os seus olhares sonhadores.

E isso com apenas uma olhada em você. O que seria de mim?

Nos apresentaram e logo sorri para você. Olhou em meus olhos e corou levemente. Oh... ele era tão fofo! Corei também e desviei o olhar.

Logo, a aula foi passando e tomei coragem de ir falar com você. Me apresentei sem graça e você foi meio grosso, desanimei, admito, mas eu não era conhecida como alguém que desiste fácil.

Fiz de tudo e até inventei motivos para falar com você. Me voluntariava para te ajudar nas tarefas, tudo o possível para que me dirigisse seus olhos castanhos profundos. Eu estaria sendo chata demais? Estava bonita o suficiente? Te impressionaria? O que eu deveria fazer para que me amasse também?
Tomei coragem e pedi seu número, que guardei num papelzinho como se fosse meu tesouro. Cheguei em casa e te mandei mensagem, esperando por uma resposta carismática, mas a sua timidez me deixava triste.

Fui me aproximando aos poucos, até que nos tornamos amigos e você se aproximava de mim, me contando sobre a vida, sobre seu dia e foram os momentos mais felizes que eu achei que sentiria na vida.

Quando finalmente estávamos muito mais próximos, eu estava olhando as flores do canteiro da escola, quando você se aproximou. Ficou ali do meu lado, quieto e silencioso. Eu sentia cada parte do meu corpo querer te tocar, mas apenas observei as rosas.

‘’Gosta de flores?’’, você me perguntou.

‘’Apenas gosto de apreciar coisas belas.’’ Respondi, sem graça.

‘’Eu também.’’

Virei e vi os olhos que eu tanto desejava me encararem. Abri a boca, surpresa. Eu tinha imaginado isso? Ele dissera aquilo mesmo?
Mas então, você sorriu e foi embora, me deixando ali, sem palavras.

Eu estava louca?

O tempo passou acelerado e meu amor apenas cresceu. Você era tudo e nada, cada movimento seu, olhar e toque me deixava arrepiada e desejosa. A serotonina corria solta no meu sangue e eu não sabia fazer nada mais do que te observar.

Meus amigos diziam que eu estava abobalhada e você sorria para mim, achando graça. E eu ficava em extase com isso. Como eu me apaixonara tão rapidamente assim? Não se passara nem 3 semanas que eu te conhecia... Mas seus olhos me olhavam e eu sentia que havia apenas eu e você naquele lugar.

Queria beijar seus lábios grossos e abraçar seu tronco magro. Mas será que você desejava o mesmo?

Seu pai era da Alemanha, seu irmão tinha 13 anos, sua mãe era bióloga, você adorava cachorros, corria todas as manhãs, gostava de música calma, amava a natureza, fotógrafo de momento. Informações que eu guardava em minha caixa de amor, que eu não queria esquecer, pois eram pedacinhos de você.

E o que eu faria se você sumisse da minha vida? O que seria de mim?

Apertava os olhos sem saber como pensar, mas então, você se aproximou, iluminando minha vida e dizendo que queria falar comigo. Assenti e mordi os lábios, ansiosa para ouvir sua voz encantadora.

‘’Eu... gosto de você.’’

Paralisei. Eu estava sonhando? Ele estaria mesmo dizendo aquilo? Como era possível?
Engasguei e comecei a tossir. Ele riu.

‘’Sabia que teria uma reação dessas.’’

Arregalei os olhos e fiquei boquiaberta. Ele era tão lindo... Um sonho que eu não poderia esperar. E sem perceber, segurei seu rosto levemente e te dei um beijo. Meu corpo se aqueceu e senti uma felicidade tremenda. Você sorriu e retribuiu o beijo. Logo, estávamos sorrindo e ofegantes. Era muito melhor do que eu imaginara...

E por fim, eu pude te beijar, pude mexer em seus cabelos escuros enquanto olhávamos o luar, pude tirar seu óculos e te beijar apaixonadamente, pude lhe abraçar e te olhar, pude fazer tudo o que eu quis e mais.
Eu por fim, pude viver com você...

Por: Samara

Contos para se apaixonar: porque amar é inevitávelWhere stories live. Discover now