2. Tarde na Caverna

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NA: eu demorei mas estou aqui revisando os capítulos!

- Por que não me deixa em paz, Potter? - Severus perguntou rispidamente - Faz anos que você faz de tudo para deixar minha vida pior do que já é.

- Simples - o sorriso do garoto aumentou - Isso nunca perde a graça.

— Depois de falar aquilo James se afastou do outro garoto e fez um feitiço para diminuir o tamanho de sua capa e depois guardá-la no bolso.

— O que estava fazendo aqui: — ele perguntou olhando diretamente para os olhos negros.

Snape estava segurando a respiração, um ato involuntário que fazia sempre que estava nervoso, o que convivendo com Potter era praticamente diário. Apenas quando o grifinório se afastou ele conseguiu respirar novamente. Ele estava intrigado pelo fato de James ainda não ter jogado nenhuma azaração nele.

— É… estava lendo um livro de poções… — disse baixinho enquanto juntava suas coisas no chão.

James viu o livro que só iria usar no ano seguinte e ficou curioso, arrancando-o das mãos de Severus e o folheando rapidamente. Ele tentou ler o que estava escrito mas estava sem paciência para interpretar o significado da pequena e elegante letra do estudante.

O coração de Severus disparou novamente, se o Potter visse seus esboços de feitiços…

— Você não consegue gostar de alguma coisa mais… normal? — Snape franziu o cenho enquanto James jogava o livro no chão como se fosse nada.

— O quê?

— Quer dizer… porra, você se isola numa caverna toda vez que estamos em Hogsmead e fica estudando? Vai fazer alguma coisa interessante e—

— O que você considera “desinteressante” eu considero como meu refúgio. A única hora do dia em que ninguém fica no meu pé me azarando — ele desabafou com raiva e se sentou novamente no chão, voltando a trabalhar em seus ensaios. James ignorou a fala e se sentou novamente, observando o trabalho minucioso do menor.

As horas se passaram com uma rapidez absurda, logo a lua já brilhava no céu, mas eles só perceberam aquilo quando Severus precisou fazer um feitiço para iluminar sua leitura.

— Acho que nós esquecemos do horário… — James sussurrou.

— Ah, só percebeu agora, Potter? — Snape levantou o olhar e fechou o livro.

— Você sabia…? Por que não foi embora?

— Talvez porque eu não queria atrapalhar a "pegadinha" — o garoto fez aspas com os dedos — Que você esteja planejando.

O Potter olhou alguns segundos a expressão irônica (que estava disfarçando uma mágoa) do sonserino, revirando os olhos em seguida e se levantando.

— Precisamos voltar, logo sentirão nossa falta…

— Sentirão sua falta — Snape o corrigiu — Provavelmente eles acham que eu te ataquei ou coisa do tipo. — Severus olhou para o chão e sussurrou a última parte: — Ou devem achar que eu fui comido por alguma criatura horrível e comemorar. — James não pode deixar de rir baixinho com aquele cenário. Ele seria capaz de fazer uma festa com três dias de duração se aquilo acontecesse.

Severus se levantou e tirou a poeira das vestes gastas. Depois de juntar suas coisas ele andou sem olhar para trás. James apenas o seguiu, tomando cuidado para não serem vistos.

Depois de alguns minutos de caminhada os portões de Hogwarts estavam abertos, lá estavam os professores Dumbledore e Minerva, além de Filch.

— Mas o quê…? — James sussurrou confuso, mas foi puxado para trás de uma parede.

— Não disse? Eles sentiram falta do príncipe da grifinória.

O Potter refletiu sobre aquilo por alguns segundos, mas seus pensamentos logo foram cortados pela voz de Minerva.

— E se alguém os pegou, Albus? — a voz da professora estava claramente preocupada.

— Tenho certeza de que eles voltarão logo — o diretor parecia estranhamente relaxado — Adolescentes… adolescentes.

— Pois eu quero que eles voltem logo! Alguém fez o favor de sujar os corredores do 4° andar com aquelas malditas bombas de bosta — Filch rosnou — Não vejo a hora de assistir aqueles imprestáveis limparem enquanto eu bebo um suquinho.

— E aí? — Snape o chamou baixinho — É agora que você finge que eu te sequestrei e te torturei? Só me fala o que essa pegadinha tem logo, está frio aqui.

— Não é uma pegadinha… — James parecia pensar numa solução — Eu apenas esqueci o horário… Já sei! — ele exclamou e meteu as mãos nos bolsos das vestes, tirando de lá sua capa — Venha.

— Hãn?

— Venha… pra baixo da capa, a gente entra e amanhã finge que nada aconteceu.

Severus ergueu uma sobrancelha, mas como não tinha outra solução, ele grudou seu corpo no do grifinório, sentindo seu estômago se revirar por estar tão perto do inimigo.

James jogou a capa sobre eles e os dois passaram a caminhar colados e a passos cautelosos para o castelo.

Assim que estavam a 5 metros do portão, viram um Hagrid ofegante.

— Eu conversei com os centauros… Nenhum sinal de estudantes na floresta.

Minerva lamuriou e se virou para o diretor novamente, que não havia abandonado a expressão divertida, mas que tinha um lado de seriedade também.

— Eles não podem ter ido muito longe — o homem pensou um pouco enquanto girava a varinha entre os dedos. Como se um estalo mental tivesse lhe ocorrido, ele deu uma risadinha e comentou divertido — Irei contatar o ministro daqui a pouco para rastrearem os garotos. Fiquem tranquilos, continuem procurando no castelo enquanto eu envio um patrono.

A professora parecia contrariada, mas seguiu as ordens do diretor e voltou ao castelo com os outros dois homens.

Assim que se viu sozinho, Dumbledore se virou para os meninos e disse:

— Vocês deviam prestar mais atenção no horário — disse ele num falso tom de brincadeira — A professora Minerva está preocupadíssima.

James removeu a capa e o diretor estendeu a mão para pegá-la e logo passou a examiná-la curiosamente. Com um tom claro de vergonha, James tentou se explicar:

— Nós… hm… acabamos nos distraindo e…

— Vejo que sim — o diretor indicou com o queixo o braço que rodeava possessivamente a cintura do sonserino. Assim que perceberam, os dois se afastaram.

— Nós não fizemos nada! — Snape pareceu ofendidíssimo que Dumbledore havia cogitado alguma coisa do tipo — O Potter está apenas planejando algum tipo de pegadinha contra mim.

— Eu não! — se defendeu — Você devia ter avisado quando percebeu que o horário havia passado!

— Vamos deixar para discutir a relação mais tarde… Agora precisamos voltar e vocês precisam de uma desculpa se não quiserem ser questionados do porquê estavam sozinhos.


NA: estou tentando fazer o Sev menos coitado nessa fic, era uma coisa que já me incomodava antes mas eu não conseguia não escrevê-lo assim

Mrs. Potato Head - SnamesWhere stories live. Discover now