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30.

Dias restantes para a quitação da dívida: 0 dias

Jeongguk estava suando de nervoso, não por causa da dívida, mas por ter que encarar Taehyung depois de tudo que ele disse.

Era cedo, um dia frio em Londres, chovia como se a cidade estivesse pressentindo algo tão ruim quanto Jeongguk imaginava. Ele colocou seu terno preto, ajeitou a gravata preta e limpou os sapatos sociais pretos. Jogou os cabelos para o lado em uma franja e suspirou contra o espelho.

Seria um longo dia.

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Taehyung levantou cedo. Apenas levantou, não acordou. O rapaz não fechou os olhos por um segundo sequer, pois quando o fazia, Jeongguk invadia seus pensamentos e era doloroso demais pensar na possibilidade de estragar tudo, o que provavelmente já fizera na noite retrasada.

Tomou um banho e colocou sua calça jeans colada, uma blusa branca aberta até o peitoral e suas botas marrons. O cabelo estava indomável, e logo foi atado em um coque. Taehyung sentou-se na cama por uns instantes, os olhos castanhos acompanhados de olheiras e lágrimas salgadas, tudo que pôde fazer era suspirar e rezar para que os deuses lá em cima o ajudassem.

Seria um longo dia.

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O banco estava cheio naquela segunda-feira chuvosa. Jeongguk acompanhou a secretária até uma sala, onde a reunião aconteceria. E de bom grado, sentou-se em seu lugar, sem deixar de reparar na placa à sua direita, "Mr. Kim".

Tentando afastar o sentimento forte que abateu seu peito, abriu sua maleta, revisando o contrato e as condições da quitação, sem ignorar o envelope branco no canto esquerdo da maleta. Letras suaves em preto, "Taehyung".

Desviando o olhar, Jeongguk fechou fortemente a maleta, atraindo olhares dos empresários e representantes do banco ali presentes. Encarando o relógio em seu pulso, viu que faltavam dez minutos para a reunião começar, e como se esperasse a deixa, a porta se abre.

Taehyung entra acompanhado da mesma secretária que o trouxe minutos antes. O cabelo em um coque bagunçado devido ao vento frio de Londres, os ombros largos cobertos por um casaco marrom pesado, levemente molhado. Os olhos castanhos baixos mas que encontraram facilmente os pretos hipnotizantes, e que em seguida, disseram as palavras que tanto almejavam ouvir, em uma súplica silenciosa.

Jeongguk quebrou o contato visual com Taehyung assim que o mesmo rodeou a mesa grande, sentando-se ao seu lado após cumprimentar os representantes do banco ali presentes.

— Bom dia, Gguk. — a voz rouca soou mais lenta e profunda que o normal, falhando levemente ao dizer o nome do rapaz. Jeongguk apertou os dedinhos uns contra os outros, nervoso.

— Bom dia. — em um fiasco de voz, praguejou lentamente, como se estivesse com medo de ser magoado novamente.

Taehyung virou-se para encará-lo diretamente, vendo porém, apenas seu perfil. O nariz estava vermelho devido ao frio, acompanhado de suas bochechas. Os lábios prensados e os olhos tremendo, talvez segurando lágrimas, talvez apenas fixos em um ponto, mas o que mais intrigava Taehyung, era o escuro dos seus olhos, antes brilhoso e vibrante, mas que agora estavam transbordando mágoa e fragilidade, sem perder a eletricidade. Magnífico, era a palavra que descrevia Jeongguk. Quando Taehyung ia abrir a boca para se pronunciar, o gerente do banco chegou à sala e todos se levantaram, inclusive Jeongguk, despertando-o do transe.

— Bom dia a todos. — a voz firme do gerente soou pela sala. Taehyung, embora se preocupasse com Jeongguk, teve sua atenção presa ao homem, o coração angustiado no peito ao pensar na dívida, que precisava ser quitada. Se Taehyung não conseguisse pagar, provavelmente voltaria para casa de seus pais, sem trabalho ou dinheiro. Nem ao menos onde cair morto. — Sentem-se, senhores. Vamos começar.