ATO I - Capitulo 2: Stalker

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ATO I - Capitulo 2: Stalker

Seven

— Every step you take, I'll be watching you! — Suuch canta baixinho no carro, durante a saída da escola apontando para mim. Eu sei que ele só está cantando isso para me irritar e olho para ele um tanto enviesado. — Ooooh can’t you seeee? You belong to meeee! — Ele continua, cantando ainda mais alto.

— Cala a boca! — Dou um cascudo nele.

No banco de trás do carro, Pear dá uma risadinha debochando de Suuch. Ela é uma garota loira, de olhos verdes completamente estressada, mas alguém de confiança. A única menina que tem coragem e força suficiente para estar entre nós. Pear é uma aprendiz de caçadora também, a mais inteligente que já conheci.

— Já faz dez minutos que estamos aqui. — Ela pontua, um pouco impaciente, deslizando até a janela, para olhar para todas as pessoas que estavam saindo do colégio.

Não tive coragem de voltar para a sala e encarar Tabitha depois do meu ataque de pânico, quer dizer, eu só estou me sentindo um completo idiota por ter saído correndo daquele jeito como se ela fosse um monstro, sendo que na realidade, ela é a garota mais linda que já vi na vida… Não quero que soe estranho, mas olhar para Tabitha e constatar que ela de fato existe faz com que eu me sinta como ocorre nos sonhos: completamente apaixonado por ela.

É loucura, eu sei.

Mas não mais loucura do que estou prestes a fazer. Decidi que ia seguir Tabitha, só para me certificar de que ela não seja fruto da minha imaginação. Suuch e Pear estão indo comigo, para apoio moral, mas já me arrependo de tê-los convidado.

— You belong to meeeee! — Suuch desafina e meus tímpanos parecem que vão explodir, dou um soco em seu braço, repetindo o comando para ele ficar de boca fechada. Nem foi um soco tão forte assim, mas ele coloca a mão no braço e gira o ombro, olhando para trás. — Ô Pear… Por acaso você sabe alguma música de fantasma e humanos que perseguem fantasmas?

— Cala a boca, Suuch! — Até Pear fica impaciente e dá um tapa na testa dele.

— Ninguém tem humor aqui, poxa.

Escuto ele dizer, mas já estou concentrado na saída. Os alunos começam a ficar mais dispersos e fico com a impressão de que ela não vai aparecer pela porta, que eu imaginei tudo, estou louco e devo ser internado, quando vejo os cabelos de raio-de-sol balançando, atravessando pela porta. É ela!

— Ali! É ela! — Aponto para Tabitha, que desce conversando com duas meninas de cabelo castanho que estão na minha classe, mas que eu não conheço. De repente, como se pudesse me ouvir, ela olha para o carro e eu me abaixo, procurando me esconder. — Droga!

— Aonde? — Suuch pergunta. — Onde Seven?

— Ali na porta! De saia florida!

— Seven, não tem nenhuma menina de saia. — Suuch insiste com a voz séria.

— Não fica pasmando, segue ela!

— Não posso seguir quem não vejo.

OH NÃO! Abro os olhos no susto e meu coração dá pulos dentro de mim, de pavor. Acho que estou louco, só posso estar louco. Ergo a cabeça para olhar pela janela e vejo Tabitha não muito longe, na frente, andando com a cabeça baixa. Isso não pode estar certo!

— Ali! — Aponto ela. — Não tá vendo?

Suuch faz uma careta, que quer dizer que não e olho para Pear, buscando apoio. Ela revira os olhos e coloca a mão na testa.

Venatio - Leitura Unificada - Seven & SuuchWhere stories live. Discover now