Capítulo 90

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Larah

Estou sentada em uma cadeira na sala de reunião do meu pai enquanto ele está pegando algo no cofre, sinto como se fosse uma criança esperando a punição por ter feito algo de errado.

Darlan —você poderia ficar longe do Killian, ele é bem mais velho que você. / Diz enquanto pega uma caixa no cofre.

—você era dois mil anos mais velho e minha mãe tinha 18 anos. / Falo e ele fica em silêncio, se senta na poltrona em frente a mesa e abre a caixa.

Darlan —é diferente para vampiros, se fosse para pensar assim eu teria que ver todos como criança. Mudando de assunto, precisamos falar sobre o seu problema. / Dentro da caixa que ele abriu tem uma pequena pedra redonda transparente, ela é azul escuro.

—como vai resolver? / Pergunto meio insegura sobre isso.

(Liliane —mana, não deixa ele me matar.)

—vai matar sua própria filha? / Pergunto não me referindo a mim e sim a outra alma em meu corpo.

Darlan —para ela ser minha filha teria que primeiro ter nascido, não fique ouvindo ela, tudo que esse parasita quer é viver em seu corpo, precisa ser tirado. / Diz sério.

—então você vai mata-la? / Não estou certa de que esse é o melhor caminho.

Darlan —você não deveria ter se apegado a uma alma parasita.

—responde minha pergunta. / Apesar de tudo essa outra alma dentro de mim sempre esteve comigo.

Darlan —só vou colocar a alma dela dentro dessa pedra e depois resolvemos o que fazer, assim está melhor. / É uma boa opção.

(Liliane —vai mesmo fazer isso comigo? Eu te ajudei, fiz você ter boas decisões de vida e é assim que me agradece?) Tento ignorar ao máximo ela.

—vai doer? / Pergunto olhando para minha mão.

Darlan —sim, muito. / Eu não quero mais.

— ......

Darlan —quando mais rápido acabarmos com isso será melhor. / Diz pegando a pedra.

—o que preciso fazer? / Pergunto com um pouco de medo.

Darlan —eu preciso que feche os olhos e tente ao máximo aguentar.

Fecho meus olhos insegura se realmente estou fazendo o certo, sinto ele encostar algo em meu peito, todo meu corpo começa a dor como se estivesse pegando fogo, grito por causa da dor infernal.

(...)

Acordo em minha cama com o corpo todo dolorido, me sinto leve, mas ao mesmo tempo estranha, me levanto devagar, saio do quarto e caminho pelo corredor meio tonta, sinto minha visão escurecer, quando abro os olhos percebo que Nicolai está me segurando.

Nicolai —você poderia ter chamado alguém para te ajudar senhorita Larah. / Sua voz calma e seu olhar sereno conseguem me acalmar.

—por quanto tempo fiquei desmaiada? / Pergunto com muita sede.

Nicolai —uma semana. / Fico sem reação ao ouvir isso.

—onde está meu pai? / Pergunto ficando brava.

Nicolai —na sala de reunião, irei te levar até lá depois, mas primeiro precisa se alimentar.

Ele me leva até a cozinha do castelo, pega uma bolsa de sangue e me dá, fico a beber umas cinco até me sentir melhor.

—obrigada. / Falo já me sentindo mais forte.

Nicolai —não precisa me agradecer.

Fico um tempo sentada até me sentir melhor para andar, me levanto e me dirijo ao escritório do meu pai, quando estou prestes a entrar escuto uma conversa, pela voz é o Derick, me concentro na minha audição para ouvir melhor.

Derick —sabe que ela ficará melhor comigo. / Não estou entendendo o contexto ainda.

Darlan —não irei dar minha filha a casamento, ela é confusa e tenho certeza que não quer isso.

Derick —se faz de bom pai, mas não é. Você não deixou o Danilo cuidar dela, você deu ela ao meu irmão! Queria que eles se casassem, você ia dar esse reino a ele depois do casamento. / Fico paralisada sem acreditar no que ouvi, mas até que faz sentido, mas não pode ser verdade.

Darlan —são somente suposições. / A voz dele está forte, acho que está com raiva.

Derick —sério, eu encontrei esse documento no escritório do meu irmão, vamos ler o que está escrito. Sarah Vincell pertence a Danilo Vincell, sua liberdade de ir e vir é somente concedida se ele quiser que a parceira tenha, se a união dos dois acontecer o progenitor da mesma dará um reino na parte central da Europa, separação será nula. Posso presumir que fará novos documentos para sua filha e dará o sobrenome Vincell a ela, quando mudar o nome dela para Sarah ela será automaticamente do Danilo. / Tento não ser irracional e agir sem pensar.

Darlan —não tem como provar que esse documento está ligado a Larah ou a mim, são somente suposições suas.

Derick —então você não ligaria se eu falasse com a Larah sobre isso, para ela jamais aceitar mudar o nome dela.

Darlan —não chegue perto da minha filha nem ouse pronunciar uma única palavra a ela! / Ele está bravo, isso confirma mais tudo que Derick falou.

Derick —você sabe que ela me ama, por que não aceita logo isso. / Estou sentindo vergonha e raiva de toda a conversa.

Darlan —com certeza a Larah irá abrir os olhos e ver que você não é melhor opção. / Cansei disso, eu não quero que decidam minha vida por mim.

Abro a porta do escritório com uma violência e os dois se assustam.

—por que estão falando da minha vida?! / Pergunto brava.

Darlan —você ouvi.........

—sim, eu ouvi tudo! Vocês dois são iguais, babacas, idiotas! / Vejo a pequena pedra redonda brilhar em azul, parece que meu pai transformou ela em um colar, vou até a mesa e pego.

Darlan —onde pensa que vai? / Pergunta sem reação.

—viver minha vida. / Saio da sala deixando os dois lá.

Vou para o terraço, abro minhas asas e vôo para minha casa em Vincell, Danilo me deve explicações.

Adotada Por Um VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora