Prólogo

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Hope Salvatore🍒

Acordo com uma terrível dor de cabeça, resultado da bebedeira da noite passada. Levanto com toda a dificuldade do mundo e caminho em passos vacilantes até o banheiro que ficava do lado do meu quarto. Assim que chego, começo a fazer minha higiene matinal. Escovo os dentes preguiçosamente, lavo o rosto, faço um coque bagunçado no meu cabelo e após terminar, saio e vou em direção da cozinha.

Antes de chegar na cozinha, tive que passar pela sala, fazendo com que eu desse de cara com duas garotas jogadas no meu sofá. Holly e Lizzy. Ambas eram irmãs, elas eram também minhas melhores amigas.

— Andem logo! — Falei enquanto as chacoalhava. — Acordem!!! — Gritei fazendo ambas rolarem do sofá e caírem no chão com o susto.

— Mas que merda, Hope! Precisava fazer isso? — Lizzy diz tentando se levantar e falhando miseravelmente.

— Sim, precisava. Já passa de meio dia, vocês estão atrasadíssimas!!! — Gritei novamente.

Holly deu um pulo e correu para o banheiro, murmurando um "MERDA." Ambas trabalhavam na cafeteria dos seus pais. Elas entravam as 7:30 e pelo o horário, vocês já podem imaginar a bronca que elas vão levar. Vivíamos no Brookyn o que já é difícil de mais, a taxa de empregos por aqui é pequena e em Manhattan ninguém quer nos empregar por ser do jeito que somos... então de novo, vocês já podem imaginar, a dificuldade. Holly e Lizzy tinham muita sorte.

— Papai e mamãe vão nos matar! Estamos fudidas...

— Ei, olha a boca. — Repreendo Holly que revira os olhos me pedindo desculpas.

Vou para a cozinha e coloco uma chaleira de água no fogo, pois Hope Salvatore não funciona sem café. Pode me faltar TUDO, menos isso.

— Eu avisei que seria uma péssima ideia, beber tanto. — Peguei umas aspirinas do armário, tomei uma e levei para as meninas as outras. — E vocês sabiam bem que teriam que trabalhar no dia seguinte.

— Sim, foi muita burrice.

— Em falar nisso, eu e a Lizzy temos que ir agora... — Holly olha para o seu celular e faz careta. — Papai já me ligou umas trezentas vezes. — Dramatiza.

— Não vão nem ficar para o café? — Fiz bico.

Ambas se aproximam me abraçando.

— Desculpa, bebê... — Holly deposita um beijo no meu rosto. — Mais tarde nos falamos.

Assinto. Levo ambas até a porta e me despeço uma segunda vez. Assim que elas se vão, termino de fazer o meu café, encho uma caneca e vou até a janela me sentar e ficar olhando a rua como eu costumava fazer.

De repente vejo um caminhão de mudanças parar enfrente ao prédio. Franzo a testa confusa pois não fazia ideia de que o apartamento da frente já havia sido alugado, eu saberia antes, eu costumava ficar por dentro de tudo que rolava por aqui, então isso pra mim era novidade. O apartamento número 70 estava sendo alugado, o meu era o 71, então tava na cara que finalmente eu teria um vizinho ou uma vizinha... não sei.

Mas a curiosidade estava me matando.

Desço da janela e pego meu celular, voltando logo em seguida.

— Novidades, vadias... Alguém acaba de se mudar para o ap da frente. — Termino de dizer enviando o áudio para o grupo meu e das meninas.

Após isso noto um carro bem chique parar enfrente ao caminhão de mudanças. Um homem de terno alto e mal encarado sai do veículo e vai até o passageiro, abrindo a porta  em seguida. Arregalo os olhos surpresa e tiro uma foto enviando para o grupo. Segundos depois uma senhora sai do carro e sem entender um arrepio tomou conta do meu corpo, assim que à mirei.

A senhora era uma mulher ruiva. Bem vestida. Aparentava ter entorno de uns trinta e poucos ou quarenta anos. Exalava sensualidade a cada passo que dava. Ela parecia autoritária, metida e cheia de sí. Tudo que eu DETESTAVA em uma pessoa. A senhora conversou algo com o homem de terno, que parecia ser seu motorista, depois o mesmo foi até o cara do caminhão e passou a falar com ele. Ela mirou o apartamento e fez cara de nojo.

Revirei os olhos vendo a cena. 

Depois de uns minutos analisando o local, a senhora olhou em direção a minha janela. Nossos olhares se prenderam no mesmo instante, seus olhos demonstravam certa curiosidade assim como os meus. Eu dei um sorriso para ela e acenei com a mão.

— OLÁ, DONA!!! EU SOU A HOPE!!! — Exclamei em alto e bom som para que ela ouvisse. Acabei atraindo não só a sua atenção, mas como o dos outros ao redor. — CARRÃO MANEIRO!!!

A mulher me encarou com a testa franzida, balançou a cabeça para os lados negativamente e foi em direção a entrada do apartamento. Me ignorando completamente.

Vaca.

Deixei o meu café de lado. Corri até a porta, abri e fui em direção ao ap da frente, me encostei na parede ao lado da porta esperando até o momento em que ela fosse subir. Alguma coisa me dizia que essa madame seria a minha nova vizinha.

Então lá estava ela, terminando de subir as escadas, com aquele seu nariz empinado. Seu olhar veio diretamente a mim.

Sorri de lado.

— Oi dona, eu sou a Hope.

— Eu sei. — Falou mostrando indiferença.

Ela caminhou em direção a porta do seu "novo apartamento." Eu dei um passo para o lado me pondo em sua frente.

— Dá onde eu venho, as pessoas são mais educadas e se apresentam. — Falei mostrando o meu descontentamento.

A senhora olhou para mim com a testa franzida, depois olhou para baixo, e não pude deixar de notar as suas bochechas coradas.

— E da onde eu venho, as pessoas não costumam andar seminuas por ai. — Voltou a sua postura autoritária de antes.

— Tá falando do quê? — Olhei para baixo. Incliquei a cabeça para o lado com um sorriso no rosto. — Andar só de calcinha e regata te incomoda?

— Sim. E como nova moradora dessa residência, eu tenho o direito de te pedir para que vá colocar uma roupa mais descente. E agora eu quero que você saía da minha frente. — Pediu calmamente.

Franzi a testa e cruzei os braços.

— Mas a senhora é mesmo muito folgada! Eu não vou me trocar só porquê você quer.

— Tudo bem, faça como achar melhor, mas saía da frente do meu apartamento. — Me empurrou para o lado. — E sim, da onde eu venho as pessoas também se apresentam... Eu sou Regina Johansson, sua nova vizinha, e não tenho prazer nenhum em te conhecer. — Sorriu descaradamente, me encarando por mais uns segundos e entrando por fim no seu ap.

Mostrei o dedo do meio para ela, mesmo com a porta fechada. Caminhei em passos largos até meu apartamento e fechei a porta com força, sentindo uma raiva imensa por ter lidado com toda aquela prepotência.

Pelo visto nos daríamos super bem.

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Querida, Johansson Where stories live. Discover now