Capítulo Trinta e Quatro

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— Sai de perto da minha amiga agora! — Lizzy exclama me puxando para o seu lado.

Balanço a cabeça negativamente.

— Você é louca de abusar de uma garota que poderia ser a sua filha? — Holly pergunta para Regina.

— Eu não est...

— Não, não fala nada! — Lizzy diz interrompendo-a. — Holly, chama a mamãe, nós vamos até a polícia por você estar abusando de uma menina inocente.

Franzo a testa indo na frente de Lizzy.

— Olha, meninas, é mais fácil eu abusar da Regina do que ela de mim. — Ambas me olham tomadas pela indignação. — Essa mulher que vocês estão vendo é a minha Ruiva. Só minha. E ela não me obriga a fazer nada, nós só nos apaixonamos.

Vou até Regina que se encontrava com o rosto corado, dou um selinho na mesma e depois seguro a sua mão. As irmãs se entreolham ainda chocadas e sem dar a mínima importância para o que eu falei elas me afastam da minha Ruiva novamente.

— Dá um fora daqui! — As irmãs dizem em um uníssono.

Entreabro a boca para dizer algo porêm Regina me impede. Ela sorri docemente e passa por mim.

— Tudo bem, amor, depois nos falamos. — Dito isso ela deposita outro selinho nos meus lábios e me lança uma piscadela.

Amor?

Ela me chamou de A M O R?

Meu Deus eu sou muito cadelinha dessa mulher.

Após ela ir embora, recebo os olhares das meninas sobre mim, reviro os olhos me aproximando da pia com intenção de fazer os pedidos.

— Hope Salvatore, o que significa isso!? — Lizzy diz se aproximando e me puxando pelo braço me fazendo virar.

— Significa que eu estou apaixonada por uma mulher maravilhosa. — Sorrio cruzando os braços.

— Ela é papa anjo! Eu conheço esse tipo de mulher, elas te manipulam, agem como se fossem uma boa moça para depois abusarem de você.

— Ah então eu estou cruzando os dedos para que você esteja certa, Holly, porque você não faz ideia do quanto eu quero que aquela mulher me use me abuse, faça o que quiser comigo. Nossa vocês não fazem ideia do quanto eu estou excita só de imaginar! — Sorrio descaradamente.

— Hope?

— O quê foi, Lizzy!?

— Você só pode ter perdido a noção, aquela mulher não passa de uma megera velha! Eu acredito em você, Hope, talvez você esteja confusa e ache que a ama...

— Não, eu não acho, eu tenho certeza de que eu amo a Regina.

— Pode até ser... mas você acha mesmo que uma mulher como ela possa gostar de alguém como você?

Abaixo a cabeça, as lágrimas ameaçam cair porêm eu as impeço. Eu não iria demonstrar fraqueza na frente delas, não mesmo! Elas nem ao menos conhecem a Regina, elas não fazem ideia de tudo o que aconteceu de um tempo pra cá, então elas não tinham motivo algum para opinar.

— Cala a boca, vocês não tem o direito de se meter na minha vida!

— Nós só queremos o seu bem, Hope. — Holly diz tentando se aproximar.

Me afasto bruscamente dando um sorriso amargo.

— Se quisessem mesmo o meu bem, então vocês me apoiariam. — Não aguento e começo a chorar. — Vocês não estão dentro de mim ou da Regina para saber o que nós sentimos uma pela a outra!

Os pais de Holly e Lizzy entram na cozinha com um sorriso no rosto. Me viro enxugando as lágrimas para não dar muito na cara. Rose se aproxima de mim e pergunta se correu tudo bem e eu apenas assinto sem ter coragem para encará-la. As irmãs também disfarçam como se nada tivesse acontecido.

Então nós finalmente retornamos ao trabalho.

(...)

Finamente havia chegado a hora de ir embora. Me despedi dos pais das meninas para poder ir embora o mais rápido possível. Rose estranhou o fato das meninas e de mim estarem tão quietas, felizmente ela não perguntou nada.

Holly e Lizzy vieram atrás de mim para tentar conversar mas eu não quis.

— Não acredito que você vai brigar com as suas amigas por causa daquela puta.

Me viro sentindo meu sangue ferver.

— Vocês não são minhas amigas e não se atrevam a dizer uma palavra sequer para ofender a Regina! — Dito isso eu me retiro da lanchonete.

Caminho pelas ruas movimentadas do Brookyn em passos largos. Pego meu celular e meus fones que eu trazia em uma pequena mochila. Coloco uma música para tocar e continuo caminhando com as mãos no bolso.

Chego no prédio uns vinte minutos depois.

Graças aos céus!

Subo as escadas correndo e assim que chego lá em cima, me deparo com a Ruiva encostada ao lado da minha porta, ela mantinha uma pose autoritária e séria mas isso mudou assim que seu olhar se encontrou com o meu. Ela sorriu abertamente. Ela estava cada vez mais linda em um vestido de alcinhas florido e com os cabelos soltos. Me aproximei dela e depositei um beijo demorado em seus lábios até me afastar e voltar a minha atenção nos seus olhos tão claros.

— Tudo bem? — Regina me pergunta segurando as minhas mãos.

— Não. — Sorrio tristemente.

— Não me diga que as suas amigas não aceitaram o nosso relacionamento...

— Não, elas não aceitaram.

— Me desculpa.

— Você não tem que se desculpar por nada, elas que devem respeitar a minha decisão de ficar com você, se as minhas amigas não podem aceitar que a gente se ama... então elas não são quem eu pensava que elas fossem.

Sinto lágrimas descerem sobre meu rosto insistentemente, Regina me envolve em um abraço caloroso enquanto afagava o meu cabelo. Apesar de não me arrepender de ter a escolhido, eu ainda me sentia muito triste, as meninas eram a minha família.

Não sei por quanto tempo eu fiquei entre seus braços chorando, mas, assim que me afastei Regina sorriu docemente enxugando as minhas lágrimas com o polegar.

— Eu sei que você não está no clima... mas você quer sair comigo? Eu tenho uma surpresa.

Penso por uns segundos até concordar.

Querida, Johansson Onde histórias criam vida. Descubra agora