Capítulo Nove

1.2K 130 14
                                    

Eu estava estética. Que noite foi aquela? Eu nunca me imaginaria beijando uma pessoa do mesmo sexo que eu, na verdade eu nunca pensei em nenhum tipo de relacionamento com seu ninguém, mesmo sendo uma jovem de dezenove anos.

Depois que Regina foi embora, eu tive que termina o serviço que ela começou.

Vaca, tenho certeza que ela fez isso de propósito. Só para me fazer perder as estribeiras, e essa era a intenção, parabéns Regina Johansson, você conseguiu.

— Eu já te pedi desculpas! — Falei para Lizzy que me ouvia do outro lado da linha.

— Isso não é o suficiente, aquilo foi humilhante! Você ouviu tudo o que aquela vadia me falou? Lanchonete de quinta categoria? Ela falou do estabelecimento que meus pais tanto deram duro. Quem ela pensa que é?

— É...

— Não, Hope, pode deixar que eu digo. Ela é uma mulher...

Coloquei o celular na mesinha de centro e deixei Lizzy falando sozinha, enquanto eu lembrava do nosso beijo.

Não o da Lizzy.

Mas o da Regina.

Regina, é sim uma mulher cheia de sí, metida, mandona, autoritária... Tudo o que eu dizia odiar. Mas ela também tinha lá suas qualidades. Ela é sexy, encantadora, tem postura, um sorriso encantador e é capaz de entrar na mente de qualquer um em milésimos de segundo. Ela também me excita e me deixa fora de mim, acho que essa é a minha parte favorita.

*Ouço um barulho alto ser emitido do lado de fora.*

Me levanto apressadamente e vou até a porta. Assim que abro, vejo Regina, a mesma segurava duas caixas uma em cima da outra e ela também tinha derrubado umas duas caixas que continham vasos e agora se encontravam despedaçados pelo chão.

— Vai ficar ai parada ou vai me ajudar!?

— Que?

— Hope, me ajuda! — Ela pede com as pernas trêmulas devido ao peso das caixas. — No que você tanto pensa? — Pergunta, pois eu estava com os olhos fixos nela e sem reação nenhuma.

Balanço a cabeça para os lados tentando voltar a realidade.

— Ah, claro, me desculpa!

Pego as caixas de sua mão.

— Meu salto quebrou enquanto eu carregava essas caixas. Ah, mas eu odeio esse prédio! Ele não tem nem elevador, como pode não ter um elevador que se preze!?

— A senhora deveria usar um chinelinho, quando for fazer essas coisas.

— Chinelinho? Não mesmo.

— Então não reclame se os seus saltos quebrarem no caminho! — Falei ríspida e passando por ela.

— O quê, você está brava? — Perguntou. — Eu que deveria estar brava. Meu salto quebrou e meus vasos todos foram ao chão, é muito dinheiro perdido.

Entrei no seu ap e coloquei as caixas no chão. Me sentindo aliviada por ter me livrado daquele peso todo. E sim, eu estava brava, pelo jeito que Regina agiu na noite passada e por estar agindo agora, como se nada tivesse acontecido.

Após ajudá-la, eu me retiro em passos largos e firmes.

Regina me segue e segura o meu braço.

— Posso saber o motivo de toda essa raiva acumulada? Você sabe que não é nada bom pra pele o estresse e a raiva.

— Nossa. Você é mesmo incrível, Regina!

— Eu sei, querida, mas isso não é motivo.

Sinto minhas bochechas esquentaram de ódio, pela sua cara de pau. Regina percebe e sorri de forma divertida.

— Eu nem vou dizer mais nada, porque eu sei que você vai levar na brincadeira e ironia.

— Então que bom, porque nós teremos um longo dia. Eu quero que você me leve para conhecer melhor o bairro. — Me olha fixamente. — Isso se você quiser.

Penso um pouco.

— Tá... — Aceito ainda brava. — Eu só vou pegar o meu celular.

— Certo. — Sorrio. — Enquanto isso eu vou providenciar alguém para limpar essa bagunça.

Se refere aos vasos quebrado.

Concordo indo fazer o que eu havia dito.

Após entrar no meu ap, eu lembro de Lizzy. Corro até o celular e adivinhem... Ela ainda estava falando.

— É você tem razão em tudo o que você diz, amiga. — Digo como se tivesse ouvido.

— Eu sei que tenho.

— Pois é, mas agora eu preciso sair, depois nos falamos?

— Sim. Vai lá. E obrigada, Hope, por me dar ouvidos.

— Que isso, não foi nada. — Mordo o lábio inferior. Nossa, eu era mesmo a pior amiga do mundo. — Até mais tarde.

— Até, e não esquece que eu te amo.

— Eu sei. — Dou um sorrisinho. — Eu também te amo!

Após dizer isso eu encerro a ligação. Olho pra frente e vejo Regina me olhando com uma cara de poucos amigos. Ela estava encostada do lado da porta com os braços cruzados. Me levanto e passo por ela.

— Vamos?

— É claro.

Ela passa por mim, já descendo as escadas.

Parecia que mais alguém estava nervosa.

*Risos*

Querida, Johansson Where stories live. Discover now