Capítulo 2

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Priscila Alcântara

Natália teve que ir para casa às cinco da manhã, ela tinha que ir para uma reunião em Campinas, a Nina chorou quase o tempo todo, com o conta gotas nós conseguimos que ela comece um pouco, mas era muito complicado e de acordo com a Natália era sono, e com não sabia o que fazer ela tentava a todo custo pega o meu seio e desisti e ela só dormiu no meu peito, sim eu dei para ela ver que não tinha nada não pensei que ela ia usar de chupeta, era uma sensação tão estranha, e doía, mas eu tive que colocar na balança se eu preferia a dor de cabeça por causa do choro sem fim ou a dor física e só dela ter parado de chorar era um avanço.

Eu acabei não dormindo, mas como não podia faltar a reunião de hoje fui me arrumar para ir a empresa, coloquei a Nina na cama mesmo ela choramingando. Desci com a bebê no colo e a Josefa estava na cozinha, e pelo som do forró sei que ela está cozinhando justamente hoje era o dia de folga da moça da limpeza, e a minha cozinheira já tinha avisado que só tinha uma consulta pela manhã.

- Senhora, pelo visto você já trouxe os seus sobrinhos - a Josefa falou, ela é outra que não leva jeito com criança, mas com certeza é melhor que eu.

- Sim, e já preciso ir, as crianças estão no quarto de hospedes, por favor mantenha a casa em perfeito estado, a bebê tem uma consulta no pediatra, e achei que poderia levar também a outra pequena, a Joyce lhe avisará o horário e o motorista ás levaram até mim, e por favor quero as impecáveis.

- Sim senhora, mais alguma coisa? - ela pergunta, e a entrego a Nina que não parava de chorar um minuto. - Senhora, acho que ela não gostou de mim.

- Pequena, você vai ficar com a Josefa, eu preciso ir trabalhar meu amor - a cara de choque da Josefa era nítida e só ai eu notei como eu tinha chamado a menina.

Foi tão espontâneo, que sinceramente não me importei.

Mesmo que eu não tenha dormido e esta nítido que estou cansada e irritada, mas quando eu olho para ela eu sinto uma certa paz e o fato dela gosta de mim e de me querer, acho que facilita, afinal ela está ali chorando só para ficar comigo, ou eu estou tentando ver o copo meio cheio ou tô virando uma idiota.

Resolve ir logo antes que piorasse, peguei a bolsa e desci, estava tão casada, mas tinha que dirigir, ao entrar no carro coloquei meus óculos de sol, tenho que focar no trabalho, eu não vou perde está promoção.

Cheguei na empresa, a Joyce estava a minha espera com um café forte em uma de suas mãos.

- Bom dia, quer repassar a sua agenda? - ela perguntou e fiz que sim entrando no elevador. - Ás 7:30h tem à reunião com a equipe de marketing sobre o novo projeto, as 8:50 tem a conferência com os italianos para apresentar o projeto com o Max, ás 10:00h você tem uma vídeo conferência com os portugueses sobre a campanha da agência de turismo.

- Eu tenho uma consulta no  pediatria ás 13:30, tem algo neste horário? - perguntei já entrando na minha sala.

- Não, você só tem uma reunião com a diretoria ás 16:00h, eles querem ver o andamento da campanha das duas novas empresas e o levantamento do setor.

- Certo, se eu precisar de alguma coisa te aviso - falei e ela saiu e comecei a organizar umas coisas antes de ir para a reunião, meu dia hoje está tranquilo, será fácil levar as meninas para o pediatra.

Meu celular começou a tocar e é da minha casa, achei estranho, a  Josefa nunca ligou para mim, ela sabe que eu odeio ser incomodada no trabalho, ignorei a primeira ligação, mas ela voltou a me ligar, e eu me lembrei que ela está sozinha com as crianças e então tive que atender.

- Espero que seja importante - falei, podia ouvir o choro desesperado da Nina e outros choros.

- Socorro, eu não consigo, a bebê não para de chorar, o Italo não quis saber do mingau de aveia, e jogou tudo no chão, e a Isabela acordou e não come nada, ela está chorando querendo a mãe, eu não posso mais, eu não  consigo, eles são uns monstrinhos, eu não sei o que fazer... 

O babáWhere stories live. Discover now