Capítulo 7

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Priscila Alcântara

Hoje seria o primeiro dia do babá e espero que ele consiga ficar com as crianças, eu preciso voltar a minha normalidade. Eu não posso perder essa oportunidade de promoção na história da FOS, uma mulher nunca foi tão longe, e isso prova que nós podemos. Mas para isso preciso que alguém cuide das crianças.

E falando em crianças, essa noite foi bem longa, a Nina não saiu do meu seio por nada, estou realmente cansada, eu já passei tanta noite em claro, mas com certeza nunca me cansei tanto ela parecia sugar a minha alma e ainda tenho uma reunião as 07:30h com o Max e o dono da padaria "hora pães pães", e por pedido deles nós nos encontraremos em uma de suas cafeterias.

Estava com tanta pressa que mal olhei para o tal babá, mas a verdade é que nunca olho direito, a maioria dos meus funcionários trabalham a anos comigo então eu sempre fiz questão de saber pelo menos quem são, mas as babás eu cansei de perder o meu tempo na segunda sei que não ia durar muito tempo, mas ele me deixou intrigada, porque quando eu entreguei a Nina ela não chorou, e até pode ser egoísta da minha parte, mas me senti mal por ela não se importar com a minha ausência, eu queria que ela me quisesse, me sinto especial com ela só me querendo.

Eu estou realmente arrasada, eu nunca me senti assim. É como se ela não ligasse para minha existência, como pode? Eu sou a mãe dela... não Priscila, você não é a mãe dela, você é a tia, ela é sua sobrinha...

Eu não deveria me apagar a ela o que era acontecendo comigo para se passar um pensamento deste eu não sou mãe de ninguém eu já tinha feito esta escolha eu não sou mãe de ninguém, mas eu alimento ela, coloco para dormir, troco a fralda, não durmo direito, acordo quantas vezes ela precisar, ela deveria me querer, ela sempre me quis.

Eu sei que estou sendo dramática, mas eu nunca tive ninguém que me olhasse como ela me olha, respirei fundo, eu preciso trabalhar, o trabalho sempre foi o meu melhor esconderijo.

Saí de casa e para a minha tristeza, tive que dirigir para deixar o Sebastião a disposição das crianças e principalmente da Nina, já que ela precisava se alimentar.

Hoje o trânsito estava pior que o normal, e pelo visto, pela primeira vez em 15 anos irei chegar atrasada em uma reunião.

Liguei o rádio e começou a tocar "como os nossos pais", e como estava no trânsito olhei para o bebê conforto, e sinceramente, não sei o que esta acontecendo comigo.

Nos meios dos meus pensamentos o meu carro começa avisar que a Nathalia esta ligando, e como estou parada, atendi.

Ligação on

- Oi amiga, pode falar? - ela perguntou assim que eu atendi

- Posso, estou presa no trânsito...

- Sabe o Wil que eu te falei...

- Amiga, eu não tenho tempo para namorar, e não quero colocar mais ninguém na minha vida, já bastam as crianças. Você nem acredita, as crianças invadiram a sala de reunião, e ainda falaram para todos que sou a mãe deles e fiquei tão sem reação que não neguei, agora todos na empresa supõem que eu tenho quatro filhos...

- Mas você tem amiga, você não vai adortá-los?

- Eu queria muito ficar só com a Nina, se eu pudesse, mas eu nunca separaria eles, só queria muito que eles fossem calmos.

- É normal amiga, eles são crianças, tem dias que o meu me deixa louca e ele é só um.

- Mas o seu com certeza não faz os que os meus fazem, você acredita que eu estou na lista negra da agência de babás?

O babáOnde histórias criam vida. Descubra agora