• Capítulo 61 •

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Lua...

Já faz alguns dias que eu contei para o Matheus que eu não posso engravidar.

Meus enjoos só pioraram.

A única coisa que consegue fazer meu enjoo ir embora, é quando o Matheus me abraça e eu sinto o perfume dele.

Eu fui em uma clínica ontem a tarde, fazer um exame de sangue para ver o que eu tenho, afinal ficar mais de um mês vomitando tudo o que eu como e o que eu não como não dá, não tô mais conseguindo aguentar.

Depois de amanhã é o aniversário do Matheus e ele tá pensando em ir para Angra só nós dois e como vai ser na quinta-feira, o resto do pessoal ir no sábado pra lá fazer festa e curtir o momento.

No momento eu tô aqui, sentada na frente da médica que tá com o resultado do meu exame, enquanto ela me olha com um sorriso no rosto.

Já tô quase pensando em dá um tiro na cara dela, pra ver se esse sorriso some da cara dela.

Dra.: Bom Lua, meu nome é Camila e eu espero ser a sua médica nos próximos meses.

Levantei uma sobrancelha sem entender.

Eu: Nos próximos meses? Então eu vou precisar de acompanhamento médico? O que eu tenho afinal de contas?

Dra. Camila: Muitas perguntas. Bom, sim você vai precisar de acompanhamento nos próximos meses, mas o seu caso não é nada grave.

Assenti com a cabeça, esperando ela continuar e me contar o resultado.

Dra. Camila: Depois de analisar o seu exame eu descobri a causa dos seus enjoos, e não é nada mais, nada menos do que um bebê.

Senti o mundo parar.

Eu: Desculpa, eu não entendi direito, pode repetir pra mim?

Dra. Camila: Você tá grávida Lua.

Grávida?

Eu: Grávida?

Ela assentiu coma cabeça.

Eu: Como assim grávida? Como foi que eu engravidei?

Ela levantou uma sobrancelha.

Eu: Não, eu sei como se engravida. Eu só não sei como eu fui engravidar.

Dra. Camila: Você engravidou do mesmo jeito que qualquer mulher engravidaria naturalmente, Lua.

Neguei com a cabeça.

Eu: Não. Eu fui no médico a 5 anos atrás e ele me falou que eu não posso engravidar. Quando eu fui estuprada, meu útero foi muito machucado e eu não posso engravidar.

Ela negou com a cabeça.

Dra. Camila: Quantos anos você tinha, quando o médico falou isso?

Lua: Eu tinha treze anos.

Dra. Camila: Então Lua, a cinco anos atrás, você era uma criança. Seu corpo ainda não estava completamente formado. Então, o diagnostico feito por esse médico não foi 100% concreto e correto. Ele deveria ter pedido pra você fazer um acompanhamento com um ginecologista pra poder ter a certeza de que você não poderia engravidar. E pelo visto, a sequela que ele te falou que você tinha ficado no seu útero, se curou com o tempo, se é que realmente existiu.

Senti minha visão ficar embaçada por conta das lágrimas.

Eu: Eu realmente tô grávida?

Ela assentiu com a cabeça.

Dra. Camila: Se deite ali, naquela maca e levante a sua blusa até a altura dos seus seios.

Me levantei da cadeira e me deitei na maca levantando a minha blusa, deixando a minha barriga a mostra.

A Dra. Camila se aproximou de mim e ligou uns aparelhos que tinham ali do lado da maca, logo em seguida passando um negócio gelado na minha barriga.

Dra. Camila: Vamos ver como esse bebê está.

Ela começou a passar um aparelho pela minha barriga e apareceu uma imagem borrada na tela que tinha ali do lado.

Ela apertou em alguns botões e logo em seguida foi escutado um som alto e forte.

Parecia que tinha vários cavalos correndo, em uma competição.

Dra. Camila: Esse é o coração do seu bebê.

Senti mais lágrimas começarem a descer no meu rosto.

Eu realmente estava grávida.

Dra. Camila: Olha aqui, esse aqui é o seu bebê. Você tá grávida de quase três meses, pelo o que eu vejo aqui, você completa três meses depois de amanhã.

Eu tava completamente apaixonada por aquele borrão na tela.

Era o meu filho.

Ou filha né.

Vai saber.

Dra. Camila: Quer uma foto?

Assenti com a cabeça na mesma hora.

Ela deu uma risada.

Ela retirou o aparelho da minha barriga e me entregou alguns papéis toalhas pra mim me limpar.

Dra. Camila: Pode se sentar na cadeira que vamos conversar mais um pouquinho.

Me sentei na mesma cadeira que eu tava depois de limpar minha barriga e arrumar minha blusa.

A Dra. Camila se sentou na minha frente.

Dra. Camila: Bom, vamos começar com o que você vem sentindo?

Eu: Bastante enjoo. Fico enjoada praticamente o dia inteiro e qualquer cheiro eu já tô colocando tudo pra fora.

Ela assentiu com a cabeça e escreveu no seu computador.

Dra. Camila: E o que você usa pra passar o enjoo?

Eu: Eu ligo pro meu namorado e mando ele vir pra casa se ele não tiver, o cheiro dele faz o meu enjoo passar.

Dra. Camila: Isso é normal. Tem alguns casos das mamães ficarem enjoadas dos papais, ou seja, elas passam quase que a gravidez inteira sem poder olhar pros parceiros.

Arregalei meus olhos.

Imagina eu enjoar da cara do Matheus?

Que horror.

Lua: Se eu já estou indo pro terceiro mês, por que a minha barriga ainda não apareceu?

Dra. Camila: Bom, digamos que é como se fosse assim, você não sabia que tava grávida, então se a sua barriga cresceu nem que seja um pouquinho, você pode não ter reparado, mas agora sabendo, você vai notar que ela vai começar a crescer bastante a partir de agora.

Assenti com a cabeça.

Dra. Camila: Eu vou te prescrever uma vitamina e um remédio pros seus enjoos.

Eu: Ok!

Ela escreveu mais algumas coisas na computador e depois se levantou indo pegar um papel na impressora.

Dra. Camila: Aqui está a receita da vitamina, essa é a do remédio pros enjoos, o resultado do seu exame e dentro desse envelope, tem duas fotos do ultrassom.

Peguei os papéis e coloquei dentro da minha bolsa junto com o envelope.

Eu: Muito obrigada Dra. Camila e até o mês que vem.

Dra. Camila: Até o mês que vem Lua.

Ela me acompanhou até a porta e me deu um abraço.

Passei na recepção e marquei a próxima consulta no mês que vem.

Entrei dentro do carro e deixei mais algumas lágrimas caírem.

Eu tô grávida do Matheus.

Como depois de amanhã é o aniversário dele, eu vou fazer uma surpresa e só vou contar em Angra.

Antes de ir pra casa eu fui na farmácia comprar o que a médica me receitou e aproveitei e comprei os presentes do Matheus já.

Agora era só esperar chegar quinta-feira.

A Mafiosa e o Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora