Dominick é um cara tranquilo e que está sempre disposto a ajudar alguém. Mas não se engane, apesar do bom coração, Dom não costuma levar desaforo pra casa. Tem sempre uma resposta na ponta da língua quando alguém tenta pisar nele. Dom trabalha como...
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Eu havia voltado a boate. Sozinho dessa vez. Max estava fora da cidade e Jean tinha algumas merdas da faculdade pra resolver. Portanto, eu estava por conta própria hoje à noite. Mais uma vez o ar havia pesado na casa da minha mãe, e pra evitar socar a cara do meu pai, eu decidi dar uma volta. Acabei vindo parar aqui. Da pista de dança observo o barman seguir na direção dos banheiros e, com o instinto de provocá-lo um pouco mais, eu o sigo até lá. Não sei o 'por que' dessa minha obsessão por irritá-lo, mas acredito que seja por ele ter me desafiado na frente dos meus amigos. Odeio quando as pessoas fazem isso. Me lembra muito a maneira como meu pai sempre agiu comigo, me colocando pra baixo na frente de todos.
Entro no cômodo de forma silenciosa, encontrando apenas uma das cabines fechadas. Caminho até a pia e encaro meu reflexo no espelho, esperando o barman sair. Cerca de dez segundos depois ouço o barulho da descarga e a porta da cabine se abre, revelando o cara de cabelos castanhos. Observo, através do espelho, que ao me ver ele toma um leve susto. Isso quase me faz rir, mas me detenho antes que aconteça.
ㅡ Merda! ㅡ ele xinga baixinho.
Caminha até a pia ao meu lado e começa a lavar as mãos, em silêncio. Depois de secá-las ele segue até a porta, mas quando gira a maçaneta percebe que está fechada. Sinto os cantos da minha boca se erguendo em diversão. Viro em direção a ele, o encontrando de braços cruzados e cara amarrada.
ㅡ Problemas com a porta? ㅡ finjo inocência.
ㅡ Me dá a merda da chave ㅡ pede, calmo.
ㅡ Não sabe pedir por favor, florzinha? ㅡ provoco, dando ênfase na palavra.
Ele respira fundo e caminha até onde estou, parando em minha frente e invadindo meu espaço pessoal. Isso me deixa tenso. Tê-lo tão próximo a mim me deixa com sensação de pânico, porque eu odeio ser tocado. E ele parece estar prestes a fazer isso. Como se notasse meu desconforto, ele ergue a cabeça e franze o cenho. Quando eu desvio o olhar pro chão, apertando a pia atrás de mim até os nós dos meus dedos ficarem brancos, o cara recua um passo. Volto a olhar pra ele, que ainda está com o cenho franzido, e trato de me recompor, voltando a sorrir de forma presunçosa.
ㅡ Me dá a chave, playboy ㅡ insiste. ㅡ A boate tá lotada e eu preciso voltar e ajudar o Victor no bar. Não tenho tempo pras suas brincadeirinhas.
ㅡ Qual é o lance entre você e Jean? ㅡ questiono, ignorando tudo o que ele havia falado.
ㅡ Do que você está falando? ㅡ resmunga.
ㅡ Meu melhor amigo parece pagar um pau pra você. ㅡ Suspiro, entediado. ㅡ Então, me conta. Por que Jean te defende?
ㅡ Não é da sua conta ㅡ responde, revirando os olhos.
ㅡ Claro que é ㅡ rebato, girando a chave nos dedos. ㅡ Qualquer coisa relacionada ao meu melhor amigo é da minha conta.
ㅡ Me entrega a chave que eu falo pra você ㅡ promete, estendendo a mão entre nós, com a palma virada para cima.