7 - Vinte Minutos De "Liberdade" .

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Os dias se arrastaram. Acho que já estávamos em outro mês; parei de contar depois do quinto dia. Ele não havia feito mais nada comigo. Sumia de repente. O único que sai da casa, e nem preciso de uma bola de cristal para saber o que ele está fazendo do lado de fora. Só espero, que ele não machuque minha mãe, ou os meus amigos.

Enquanto se passava os dias, fiquei mais entediada, e mais assustada quando ele aparece. Às vezes, o mesmo fica fora o dia inteiro, só voltava à noite.

Eu não entrava em seu caminho. Tinha medo de conversar com ele, e o mesmo arrancar um membro meu.

 
Certa vez, estava entediada, e fiz um pequeno tour na casa. Abri a porta de madeira preta, a que levava para uma parte enorme do esgoto. Desci, e não tinha ninguém, além dos corpos que flutuavam. Eu olhei uma parte que era um dos túneis do esgoto, me aproximei e vi que poderia ser uma saída. Mas quando ia pisar na água cinza, vi cabeças de crianças e pessoas que ele matou, e prendi um grito.

Me afastei e caminhei para onde estava muitos brinquedos e uns objetos. Olhava para o chão enquanto caminhava, e via muitos brinquedos sem seus donos. Uma coleira me chamou a atenção. Fui até ela, me agachei, e  peguei. "Sexta-Feira". Sexta Feira era o nome do meu cachorro, ele havia fugido há uns anos atrás quando eu era ainda criança.

As lágrimas rolaram e me levantei. Eu não sabia que ele ia aparecer, mas ele apareceu atrás de mim. Senti um medo que eu nunca senti antes. Eu não podia saber que ele ia aparecer, pois, toda vez que ele aparecia, luzes piscavam e outras coisas, mas.. Aqui não tem nada que possa mostrar que ele voltou. 

- Não deveria estar aqui. Sabe disso, Morgan.   - Sua voz soava de certa forma arrastada.

- M-me desculpe.  - Murmuro com a voz embargada.

- O que encontrou aí?  - Estava curioso, de fato.

- A...   - Senti um nó em minha garganta -  A coleira do meu.. Cachorro.

- Então, ele apareceu aqui?

- Eu.. Não sei.

- Qual a história da vez?   - Havia tédio em sua voz.

- ... E-eu tinha um cachorro. Chamado Sexta-Feira. Eu.. O ganhei nos meus nove anos, e o perdi com a mesma idade assim que ele fugiu para a mata. 

- Sexta-Feira, certo? Eu não sou de guardar nomes de minhas vítimas, mas.. Eu me lembro desse animal. Saboroso igual os donos.  - Ele deu uma de suas perversas risadas.

Eu entendi. Estava falando de meu pai, e é claro, de mim. Sem pensar duas vezes, ele tomou aquela coleira e como se algo tivesse controle de minhas pernas, me virei para olhá-lo. Além de sua voz, seu tamanho também me dava um tanto de medo, além de seu sorriso que ele mostrou neste momento.

Me senti presa ao chão. Suas mãos, cobertas por luvas brancas, envolveram meu pescoço. Senti um tecido irritante ali, acreditei que era a coleira, e acertei.

- Fica melhor em você do que naquele cão.    - Ele diz ainda no mesmo sorriso sombrio.

    - Ele diz ainda no mesmo sorriso sombrio

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𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +18Onde as histórias ganham vida. Descobre agora