Cap 9: Pobre menina rica

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Obs rápida: as fotos citadas no capítulo são essas da mídia.

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As nuvens que há algumas horas indicavam chuva, agora estavam sumindo e dando espaço para que os raios solares pudessem imergir, o dia estava lindo, o limoeiro Gordon estava carregado e o jardim de Ashton já tinha florescido. Aya olhava encantada para as flores ali presentes se lembrando de quando o garoto a perguntou quais eram as suas favoritas. Agora ela entendia o porquê da pergunta repentina, mas também era difícil de acreditar que ele tinha feito aquilo somente para ela. Ele era mesmo bom demais para ser real.

Aya se levanta de onde estava e decide sair um pouco, ela observa seu antigo vizinho sentado na área que tinha em frente à sua casa olhando um álbum de fotos que havia tirado no Brasil, na maioria das fotos ele estava acompanhado de uma moça que chamou sua atenção. Ela soltou um leve e sereno sorriso ao perceber que o amigo estava apaixonado por uma garota como ela, coisa que de certa forma a deixava confortável. A jovem, que tinha a pele preta como uma deusa do ébano, era a pessoa favorita de Luke, que a conheceu em sua passagem pelo Brasil. Ele sentia falta de sua companhia, dos seus lábios, de suas saídas noturnas, de quando tocava suas madeixas e sentia a maciez dos fios entre seus dedos, o rapaz gostava de comparar com a sensação de tocar nas nuvens, pois a delicadeza certamente era a mesma, exceto pelo tapa que vinha logo em seguida, ela odiava quando passava horas finalizando o cabelo e Luke chegava para bagunçar tudo.

A última coisa que ele pretendia nessa viagem era se apaixonar, mas assim que chegou em São Paulo o garoto teve seu coração roubado pela mineira de olhos escuros e baixa estatura. Sua vontade era de voltar para o país tropical e pedir sua amada em namoro, ele não se importaria em agir como manda o figurino e pedir a mão da jovem oficialmente para seu pai, assim como também não hesitaria em explicar suas intenções com ela, que eram as melhores possíveis. Érika, que o loiro sempre insistia em errar trocando o "K" pelo "C" para vê-la irritada, passou em sua vida como um furacão, eles viveram intensamente o quanto puderam, até Luke ter que retornar ao seu país de origem e tudo que tinham ter um ponto final, mas que ele preferia acreditar na possibilidade de ser apenas um ponto e vírgula esperando a continuação da história.

O loiro ainda conseguia visualizar a imagem da menina em sua frente, com uma blusa da banda Black Veil Brides, um short jeans e seus cabelos escuros que caíam em cascatas cacheadas até os ombros. Era exatamente assim que ela estava no dia em que se despediram com a promessa de que voltariam a se encontrar um dia.

Aya continuava a observar as fotos que Luke tinha, não apenas com a brasileira, mas outras que tirou pelo país, em uma ele estava num barco velejando por um algum rio que a fantasminha não conhecia, em outra ele segurava um copo, aparentemente pintado a mão, que poderia ou não conter alguma bebida típica daquela região, Hemmings com certeza a explicaria tudo sobre a cultura de cada região, ele correria para a casa da vizinha para mostrar todos os cliques que tinha feito, eles provavelmente passariam dias falando sobre a paixão avassaladora de Luke. O garoto não sabia como lidar com perdas, muito menos com uma tão precoce que ele acredita que poderia ter evitado.

Outra foto que chamou a atenção de Aya era a última captura que Érika tirou dele em São Paulo, Luke estava na feira, já com sua mochila pronta para o próximo destino, que seria a volta para a Austrália, ele se encontra numa posição não tão confortável, sentado num banquinho que se tornava minúsculo para alguém tão alto, seu sorriso aberto e espontâneo foi a deixa para sua até então, quase namorada, tirar a foto.

Luke sentia muita falta de Aya, talvez ele fosse a pessoa que mais tinha sofrido com tudo isso, visto que os pais da garota nem sequer permitiram que ele se despedisse pela última vez, o loiro se culpa pois eles o culparam primeiro. Luke chegou a comparecer ao velório, mas foi impedido de entrar pelo casal Stewart, ele ficou escondido num cantinho, observando e chorando de longe, enquanto via sua amiga sem vida.

Invisible | afiWhere stories live. Discover now