Invisible | afi

Cap 12: Teorias, calça apertada e cartazes na janela

Aya explica para Ashton o porquê de ter desaparecido, com quem estava e principalmente, as coisas que descobriu. Sua avó foi quem a levou para entender melhor o que acontecia com quem cumpria seu assunto inacabado, e ao contrário do que a jovem pensava, nem todos podem fazer a passagem logo quando o cumpre, alguns ainda tem uma missão a mais aqui na Terra, como é o caso da própria dona Eva, que já cumpriu seu assunto há anos, mas ainda pôde sair desse plano.

Mas foi no caminho de volta para casa que algo a surpreendeu, mais especificamente uma pessoa, um garoto, que assim como ela, também morreu. Ele a mostrou habilidades que nem a mesma sabia que tinha, como por exemplo a capacidade de segurar objetos e até mesmo manuseá-los.

Tudo dependia de sua própria mente, quanto mais concentrada ela estivesse, mais coisas poderia fazer, chegando a conseguir ficar visível para corpóreos por um curto período de tempo. Obviamente, ela sabia que não poderia tocá-los, mas conseguir ser vista, mesmo que poucos minutos, era uma grande vitória.

Já em casa, Ashton reuniu todos novamente para tentar explicar o que tinha acontecido, ele ainda estava em estado de choque com tantas informações, mas dava o seu máximo para conseguir repassar tudo que lhe foi dito.

     ㅡ E como esse tal fantasma morreu? – pergunta Luke.

     ㅡ Sabe quando você atravessa a rua e pensa que o cara do carro está te vendo e não é louco de te atropelar? – o loiro confirma. ㅡ Jamais acredite nisso!

De início os jovens entraram num estado de choque, assim como Irwin, Luke é quem mais aparenta gostar de tudo isso, afinal, não conseguiu conter o largo sorriso ao saber que sua amiga ainda estava entre eles. Mas ao mesmo tempo, isso significava que estavam de volta à estaca zero, fazendo com que cada um criasse mais e mais teorias, todos queriam dar palpite, fazer uma suposição, queriam ter direito a uma opinião sobre o assunto inacabado de Aya, e isso fez com que uns falassem por cima dos outros, fazendo com que ninguém entendesse uma palavra que estava sendo pronunciada, pelo menos até agora, quando naquele emaranhado de vozes, a de Calum acaba se sobressaindo.

     ㅡ Façam silêncio, porra! – exclama Malu, deixando explícito em seu tom de voz o quanto estava zangada com a barulheira que tinha se formado. ㅡ Repita o que disse, Calum.

     ㅡ Eu só disse que essa calça que roubei do Luke está apertando em lugares que não deveria apertar, mas achei que ninguém fosse ouvir. – a garota revira os olhos e só então ele entende do que ela estava falando. ㅡ Ah, claro, foi mal. Bom, talvez vocês estivessem no caminho certo, mas ao invés de mudar a sua opinião sobre o Luke, devessem mudar a dos pais de vocês.

     ㅡ Parando para pensar, faz até mais sentido. – comenta a irmã de Aya.

     ㅡ Ash, eu não vou aparecer para os meus pais. – a jovem rapidamente se vira para Ashton. ㅡ Eu não tenho o direito de fazer eles perderem uma filha pela segunda vez, por mais horríveis que eles tenham sido na missão de cuidar dessa filha.

     ㅡ Ei, calma. – se aproxima de Aya e atrai os olhares curiosos dos amigos, que ainda estranhavam quando ele falava sozinho. ㅡ Você pode fazer isso através da música, lembra daquela letra sobre a casa quebrada? Nela você deixa claro como se sentia no meio da confusão que era o casamento deles.

     ㅡ Que música é essa? – pergunta Malu.

     ㅡ Na hora certa você vai ouvir. – ele responde.

Michael era o único que estava quieto, quieto até demais para Ashton, que o conhecia mais que a si mesmo, ele sabia que tinha algo incomodando o amigo, mas também o conhecia bem o bastante para saber que o jovem não iria querer falar sobre o que estava o atormentando na frente de todo mundo.