Capítulo 21- Difícil

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  No momento em que ela sentiu as mãos dele encostarem em sua pele, uma onda de choque percorreu por seu corpo todo. Mas ao invés de se encolher pela surpresa, a sensação estranhamente fez seu corpo aquecer, e ela inclinou a cabeça para frente, dando espaço pra que ele continuasse.

O lugar onde ele tocou aqueceu e não muito tempo depois relaxou. O silencio se instalou no cômodo e passado alguns minutos daquela massagem, ela ficou surpresa por não se sentir desconfortável com a proximidade que tinha criado com Bryan fisicamente em só algumas horas. Todo o seu nervosismo havia se esvaído e dado lugar a um ambiente confortável. Mas April percebeu rapidamente que apenas o "confortável" não era bom. Faltava algo a mais, algo que deixasse seu corpo todo quente e algumas borboletas no estomago. Definitivamente não era assim que ela pensava que se sentiria ao lado de seu anjo.

  Seus pensamentos foram interrompidos quando ela percebeu a movimentação dele mudar, e seu corpo ficar mais próximo. Suas mãos deslizaram da parte de trás do pescoço para os ombros, num movimento calmo e cruelmente devagar. Depois voltaram até o cabelo dela e abriram espaço enrolando em um coque só com a mão esquerda de uma forma segura. O vestido que ela colocou deixava aquela tarefa ainda mais fácil. Ela sentiu sua cabeça se inclinando levemente pra trás conforme ele ia puxando de um jeito gentil mas firme. Seus olhos fecharam por instinto e seu corpo parecia apreciar aquela sensação nova.

  Sentiu a mão direita de Bryan traçar um caminho do ombro dela até a parte da frente de seu pescoço, deslizando os dedos e causando um arrepio bem vindo. Enquanto isso, juntava todo o corpo nas costas dela, ficando com o rosto próximo ao seu ouvido, fazendo com que ela conseguisse ouvir sua respiração. Ele respirava rápido, e ela estava tão perto que podia sentir o peito dele se mover para trás e para frente num ritmo acelerado, mas controlado, e durante esse processo todo ele exalava normalidade e segurança.

 A mão dele envolveu o pescoço de April, apertou de um jeito firme e gostoso e a cabeça dela ficou caída e imóvel em seu ombro. Ele apertou a mão mais forte e os seus lábios chegaram a quase encostar na orelha dela mas parou ali, numa distancia perfeita para que ela ouvisse claramente.
- Eu esperei tanto tempo para ter você próxima assim...  - foi praticamente um sussurro.

    Bryan pôde perceber que ela estava perdida nas sensações. Todas as primeiras vezes dela seriam com ele, e esse pensamento o deixava querendo-a ainda mais - se é que era possível. A forma como seus corpos estavam perto, e o calor que emanava dela estava deixando-o excitado. Ele havia tentado resistir a tentação, mas ela estava ali tão perto e precisava mostrar que era real. O que ele sentia era real e sabia que faria de tudo pra que ela correspondesse o desejo. Chegar próximo, fazer uma massagem pra que ela se acostumasse com o toque das mãos dele, e depois testar qual o nível em que ele tinha sua confiança.

Com os dedos ao redor do pescoço dela de uma forma firme e segura, a puxou pra trás e falou em seu ouvido. Ela continuava ali. Perdida em sensações novas e a sua mercê. Ótimo, não falta confiança aqui. Mas decidiu que já era o suficiente e precisava deixá-la querendo mais. Com certo pesar e lutando contra si mesmo, Bryan afrouxou suas mão do pescoço de April, largou seu cabelo e inspirando o seu doce perfume mais uma vez se afastou.

Pigarreou de uma forma falsa se levantando do sofá, e pegou as taças vazias da mesa de centro seguindo em direção a cozinha. Achou melhor dar um pouco de espaço a ela, mas pode ver que mesmo ele tendo saído de onde estava, ela continuou na mesma posição, e de canto de olho a viu abrir os olhos devagar e tomar uma respiração profunda como se estivesse prendendo o ar todo esse tempo.  Quando voltou, ela já estava de pé e com o vestido no lugar e os cabelos contidos num rabo de cavalo. Apesar de ficar surpresa quando Bryan a largou, ela tinha uma expressão serena no rosto e estava corada. Ele não pôde deixar de imaginar o que se passava pela cabeça dela naquele momento.

 - Gostaria de ir embora agora, por favor. Está muito tarde então posso pegar um táxi pra que você não precise sair de casa. - Ela disse.

Deixá-la ir embora sozinha aquela hora, estava fora de questão para ele. Não queria que ela fosse, mas sabia que era preciso. Se seu pai não estivesse esperando que ela estivesse em casa, ele convenceria ela a ficar. Nem teve dúvidas sobre a forma como a resposta soaria, então simplesmente soltou:

- Nem pensar. Vou pegar as chaves e um casaco então levo você, aliás você trouxe um casaco? - Ela sabia que a resposta seria essa, afinal se conhecem a um ano e apesar de ser um "estranho" apenas fisicamente, ela sabia cada detalhe de sua personalidade mais profunda. April balançou a cabeça com cara de culpada e ele soube que aquilo era um não.

- Não está tão frio assim, Bryan. Eu estou bem. - Ela disse enquanto ele se dirigia ao quarto sem que ela terminasse de falar. Voltou um tempo depois vestindo uma jaqueta de couro e trazendo seu moletom de corrida, o deu nas mãos dela. Ele foi em direção a porta e ela o seguiu.

Ele parou em frente a porta, e fitou-a cruzando os braços. Ela parou em sua frente com uma cara de duvida:

 - O que foi?

- Não vamos sair enquanto você não vestir isso, Bela. - Ele disse num tom irritado, e sabia com quem estava lidando. A teimosia dela faria uma resposta surgir em tom de deboche e ele estava aguardando. Ela revirou os olhos e riu. A risada foi uma surpresa. Uma surpresa bem vinda.

- Sou uma piada pra você, Srta Finnegan? - Ele rebate escondendo seu divertimento. - Ria colocando o moletom, Dona engraçadinha, ou vamos chegar depois de seus pais. Falei sério, não vai sair enquanto não vestir isso.

- Vou vestir, já estou vestindo. - Ela disse enquanto enfiava os braços nos respectivos buracos. - E não estou rindo, estou sorrindo Sr Scott. 

- Sorrindo? A que devo tamanha honra? - Ele teve certeza de que gostava do sorriso dela. Gostava de tudo nela.

- Apenas você sendo você. Estou vestida, podemos ir?

Maldita ObsessãoWhere stories live. Discover now